Curitiba

Jardim das crateras

Cenário de guerra. Essa é a comparação feita pelos moradores do Jardim Josiane, no bairro Jardim dos Campos Elíseos, em Almirante Tamandaré, em relação às ruas da região. A localidade conta com um conjunto de cinco ruas – Joana D’Arc, Nostradamus, Pasteur, Debret e Balzac – todas com a camada asfáltica completamente deteriorada. Os buracos tomam conta do que restou da pavimentação. Na Rua Debret, por exemplo, há uma falha no piso com mais de 30 centímetros de altura.

cacadoresQuem mora na região afirma que nos dias de chuva forte, as vias do Jardim Josiane ficam parecendo cachoeiras. Já nos dias quentes e secos, ainda de acordo com moradores, a poeira toma conta das casas, dificultando o dia a dia das donas de casa, que não conseguem dar conta da limpeza. “É muito triste viver dessa maneira. Não temos tranquilidade, pois conviver com a poeira e a lama é difícil. Estressa”, afirma a diarista Jocélia Alves, que mora na região há 15 anos.

Dona Jocélia afirma que quando chegou ao bairro, as ruas do Jardim Josiane tinham uma camada de antipó. “Era muito bom. Não tinha poeira, os carros conseguiam transitar sem maiores problemas. Mas o problema é que nunca fizeram uma manutenção e o resultado é essa buraqueira toda”, lamenta.

O aposentado Jorge Correia de Ramos, que mora no Jardim Josiane há 25 anos, diz que há pelos 18 anos a pavimentação das ruas da região está em péssimo estado. “Colocaram pavimento aqui apenas quando foram vender os terrenos. Depois disso, nunca mais fizeram uma manutenção”, lembra.

Seu Jorge conta que por causa do estado das ruas da região, muitos moradores têm dificuldades para transitar pelas vias em dias de chuva forte. “Um carro até consegue descer as ruas no embalo, mas com a pista molhada, dificilmente vai subir por causa do barro. E como é que a gente faz quando precisamos sair pra levar algum parente no médico nesses dias de temporal?”, questiona.

Não sabia

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Almirante Tamandaré afirmou que não sabia do problema enfrentado pelos moradores da região. Segundo nota enviada pela assessoria de comunicação do município, a prefeitura “tomou conhecimento sobre a necessidade de manutenção das vias no Jardim Josiane pelo jornal Tribuna do Paraná. A Secretaria de Obras já foi ao local para fazer uma vistoria e nos próximos dias vai realizar serviços de melhorias nas ruas do loteamento”.

Protesto pede pavimentação

A situação de falta de pavimento nas ruas de Almirante Tamandaré levou moradores do bairro São Carlos a fecharem uma das principais vias da cidade. Por volta das 8h da manhã, cerca de 200 manifestantes fecharam a Rua Vereador Wladislau Bogalski ateando fogo em pneus, lixo e pedaços de madeira.

Os moradores também empunharam faixas pedindo pavimentação nas ruas da região do bairro São Carlos e criticando o prefeito de Almirante Tamandaré, Aldinei Siqueira (PSD), pelas promessas não cumpridas nas últimas eleições municipais.

“Há mais de 20 anos nos prometem asfalto aqui na nossa região, mas nada é feito. Nenhum carro consegue transitar direito aqui. Nem ambulância e nem mesmo uma viatura policial consegue subir por causa dos buracos. Mesma coisa com carros da Copel ou de lojas que vão fazer entregas. A situação é lamentável”, afirma o auxiliar de serviços Moacir Benedito da Silva, um dos líderes do protesto.

A prefeitura de Almirante Tamandaré diz que “a Avenida Barão do Rio Branco, que é o principal acesso dos bairros Lamenha Grande, São Carlos e Buenos Aires, e ainda linha de ônibus, foi inscrita no PAC-2 Pró Transporte em 5/4/2013”.

Segundo nota enviada pela administração municipal, a proposta “se encontra em fase de contratação junto à Caixa Econômica Federal para posterior licitação e ordem de serviço”.
“Há quatro anos, os moradores do Jardim São Carlos se inscreveram em um Programa de Pavimentação Comunitária, na gestão anterior, mas o programa foi suspendo pelo Ministério Público. A atual administração reformulou o Programa de Pavimentação e está aguardando a sentença do MP para dar continuidade às pavimentações. Caso o morador não queira esperar o resultado do MP, pode rever o dinheiro que ele já pagou, via protocolo na prefeitura”, conclui a nota.

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