É quase igual montar pavê de chocolate. Primeiro uma camada, depois outra e mais uma por cima. Só que nessa receita não vai biscoito e creme, e sim, saibro, brita e líquidos vedantes. A medida não é feita em xícaras, mas em caminhões basculantes e o resultado não vem em fatias, mas em quilômetros. Fabricar asfalto certamente é mais trabalhoso que fazer uma sobremesa, porém, quando o serviço é bem feito, as benesses não vêm somente para quem mora, mas também quem circula pelas vias pavimentadas. Em Curitiba, pelo menos 100 quilômetros de ruas de saibro espalhadas por quase todos os bairros devem ser asfaltadas em 2019. É o que prometeu Rafael Greca, prefeito de Curitiba, em entrevista à RPC no começo da semana.

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Com previsão de início para o primeiro trimestre do ano que vem, as obras contemplarão pequenos trechos de vias sem pavimento espalhadas pela cidade, que ao todo, representam 1/3 do total de ruas de chão batido da cidade. Ainda sem definição certa de quais regiões receberão asfalto novo, a administração municipal estuda quais serão os primeiros bairros a serem contemplados pelas obras. A promessa, no entanto, segundo o próprio prefeito Rafael Greca (PMN) afirmou em entrevista ao vivo para RPC, é de que até o fim da sua gestão, todas as ruas da cidade que se encontram nesta condição serão pavimentadas. “Dinheiro eu tenho. Não preciso do governo estadual nem do federal para isso‘, disse.

Rua Jaboticabas, no bairro Uberaba, é uma das que nunca viram asfalto. Quando chove vira um lamaçal e quando está calor é uma poeira só. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

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Para os moradores da Rua Jaboticabas, no bairro Uberaba, a pavimentação viria em boa hora. Paralela à Rua Henrique Mehl, via de grande movimentação no bairro, o trecho de cerca de 100 metros de chão batido pode até ser curto, mas para a vizinhança representa motivo de dor de cabeça. “Fica até repetitivo dizer mas é sempre a mesma coisa. Choveu é aquela lamaceira. No calor sobe a poeira. Dá até um desânimo de andar na rua porque com certeza você vai se sujar” , afirmou à Tribuna uma moradora da vila que preferiu não ser identificada. “Nem que fosse por um piso estável, que desse pra circular sem ter que desviar dos carros por causa do pó. Só assim já ajudava”, lamentou.

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Há alguns meses Elton Lourenço, 68, conhecia bem essa realidade. Morador do Bairro Alto há dois anos, o motorista de aplicativo sofria para entrar e sair de sua casa, localizada na Rua Laranjeiras. A situação, no entanto, piorou com a circulação intensa de caminhões durante a construção de um hipermercado na região, há pouco tempo. “Tinha antipó e até dava pra circular. Mas depois que começaram as obras de construção do hipermercado virou só buraco. A rua rachou inteira e não tinha condição nem pra quem andava a pé”, contou.

Foto: Marco Charneski.

Com a rua praticamente destruída, a própria vizinhança tentou inúmeras vezes buscar uma solução junto à Prefeitura. A resposta só veio há um mês, depois que a reportagem da RPC esteve no local. “Depois que a nossa realidade foi exposta eles resolveram rapidinho. Levou poucas semanas e a rua estava aí”, relatou Elton. Satisfeito, o motorista de aplicativo comemora a nova pavimentação. “Não tem nem comparação. Agora a gente consegue manobrar o carro e circular melhor sem desviar dos buracos”, finaliza.

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Financiada pela Caixa Econômica e Pelo Banco do Brasil, a primeira etapa da obra custará R$ 120 milhões e a empresa responsável pelos serviços será definida por meio de licitação agendada para o início de 2019.

Erlon Lourenço fala que a rua, depois que foi recuperada pela prefeitura, ficou excelente, bem diferente de quando estava cheia de buracos. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

O que é asfalto?

Para entender um pouco melhor como funciona o processo de fabricação e instalação do asfalto, a Tribuna conversou com o engenheiro civil especialista em pavimentação asfáltica, Mauricio Franco. Ele explicou que, quase como uma receita de pavê, camada sobre camada, levam ao resultado final.

Asfalto é um material mineral, betuminoso e escuro, que deriva do petróleo e pode ser obtido de forma natural ou artificial. Para a pavimentação rodoviária, o asfalto é produzido nas refinarias de petróleo por meio de um procedimento chamado “destilação fracionada”. A partir de então, têm-se os três tipos de asfalto mais comuns utilizados na composição viária urbana como o CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) e o ADP (Asfalto Diluído de Petróleo).

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Qual o tipo de asfalto mais comum em Curitiba?

O que determina o tipo de asfalto é o tipo de veículo que transita sobre a estrutura. Uma canaleta de biarticulado, por exemplo, apresenta uma composição diferente em relação a uma via de bairro na qual a maioria dos veículos que circulam são de passeio. Considerando que o plano é pavimentar as vias de terra ou saibro, provavelmente a escolha será pelo Concreto Asfáltico (CAUQ), que é a regra para ruas de tráfego de veículos leves.

Como é feita a aplicação do asfalto?

Tudo é feito em camadas. Mas antes é preciso preparar a via na qual o asfalto será aplicado. Primeiro se faz uma terraplanagem, que compacta do solo para receber a pavimentação. Aí são colocadas várias camadas de “brita graduada”, que é um composto de pedras moídas. Essa é a base do asfalto. Em seguida, por cima, é colocado o concreto asfáltico que recebe as cargas de tráfego.

Tomemos como “unidade de medida” a extensão de uma quadra (100m). Qual o prazo para pavimentar tal trecho? Considerando uma pavimentação simples, uma quadra leva um dia para ficar pronta.

E qual seria o custo médio do mesmo processo?

O custo gira em torno de R$ 100 mil, podendo chegar até R$ 2 milhões. Tudo depende do tipo de asfalto e do que vai se fazer. Pavimentos mais simples são mais baratos e cada rua precisa ser estudada individualmente.

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