Termina nesta quarta-feira (30) o prazo para pagamento da primeira parcela do 13º salário, que corresponde à metade do valor do salário recebido no mês anterior – sobre ela não há descontos, o valor vem cheio. Os descontos, sejam eles previdenciários ou de outra natureza, só são calculados na segunda parcela, que deve ser paga até 20 de dezembro. Com este dinheiro “extra”, assegurado por lei, muita gente já se planejou, seja para guardar, gastar ou investir.
O técnico em sistemas Daniel Sydorak Neto vai aproveitar para reformar parte da casa e também pagar algumas contas, entre elas a do cartão de crédito. “A fatura do cartão, apesar de estar em dia, vai ser a primeira a ser paga, porque não dá para deixar atrasar. Há outras contas também, e daí banco a reforma da minha residência”, explica. Caso sobre dinheiro, uma viagem ao litoral de Santa Catarina já está garantida no período de férias.
Assim como ele, a vendedora Elaine Lunardan pretende investir em melhorias na casa e pagar contas, mas pretende guardar pelo menos um pouco. “É importante que a gente pense, também, que o começo do ano é um período de muitos gastos. Tenho uma filha e já sei que vou arcar com uniforme, material escolar, esse tipo de coisa”, lembra.
Um levantamento da Boa Vista SCPC aponta que, no Sul do país, 53% dos entrevistados devem usar o salário para quitar dívidas ou saldar contas do início do ano.
Planos
Por outro lado, há quem enxergue ainda mais longe. O bancário Rafael Jandreice. “Vai ser guardado para abertura de um negócio próprio no ano que vem. Pretendo manter o emprego e abrir uma frente nova, no ramo alimentício. Por isso, todo meu 13º será poupado nesse ano”.
Já a atendente de callcenter Hérica da Silva trocou de emprego há quatro meses. Portanto, vai receber um 13º proporcional ao que trabalhou. “Com o dinheiro devo comprar alguma coisa para mim. Uma roupa ou um sapato. Não pretendo gastar com outra coisa dessa vez”.
Para a costureira Irene Cordeiro, o dinheiro já está completamente comprometido. “Fim de ano e temos festas de casamento, aniversário, além do Natal. Vai muito dinheiro nisso tudo. Só que já fiz minhas contas e parte do salário também vai ser usada para algumas continhas”, explica.
Qual a melhor maneira de gastar?
Para o professor de Economia da Universidade Positivo, Lucas Dezordi, é importante que se use, no máximo, 50% do recebido para consumo. O resto deve ser guardado para o próximo ano. “É um período sempre muito pesado, temos IPVA, IPTU, além de gastos com material escolar e coisas do tipo para quem tem filho. Quem não conseguir poupar no fim de ano, vai sofrer no começo do próximo. O que for utilizado agora em dezembro pode ser direcionado para contas, assim como uma viagem ou presentes de natal, mesmo”.
Para quem quer – e pode – gastar, a atual situação econômica do país possibilita que as empresas estimulem as compras ou, em outras palavras, facilitem as condições de pagamento ou aumentem o desconto à vista.
“Se o trabalhador têm dívidas em aberto, como cheque especial ou cartão de crédito – que contam com taxas altíssimas, é importante que a pendência seja quitada. Na negociação é sempre possível pedir uma redução do valor. Dá para negociar diretamente com o gerente do banco. Outra maneira, que é ainda mais prática, é conferir os aplicativos e o próprio site do banco, que devem oferecer opções de renegociação. Não precisa nem sair de casa para resolver”, explica o economista.
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