Curitiba

“Gasosa” nas alturas

Os curitibanos estão mudando hábitos para driblar mais uma alta nos preços dos combustíveis, reflexo de reajustes aplicados pelas distribuidoras. O litro da gasolina, que fechou fevereiro entre R$ 3,34 e R$ 3,49, encareceu nesta semana. Ontem, a reportagem encontrou preços entre R$ 3,44 e R$ 3,69 – valor praticado pela maioria dos postos. Já o etanol, que era vendido na média a R$ 2,79 até a última semana, passou a ser vendido entre R$ 2,67 e R$ 2,99.

Foto: Giuliano Gomes
Anelise: “Está caro de mais.” Foto: Giuliano Gomes

A professora Anelise Vulcanis, 40 anos, se sente lesada. ‘Tivemos um aumento considerável. Está caro demais. Agora é preciso passar por vários postos antes de abastecer e repensar os trajetos, buscando alternativas e calculando quanto vou gastar‘. O aposentado Adolfo Leme, 69, sempre abastece no mesmo posto. “Mas até onde a gasolina costuma ser mais barata, sentimos o aumento. Está insuportável para a população, pesa demais no bolso de todos‘.

Carlos: "O reajuste não foi anunciado." Foto: Giuliano Gomes.
Carlos: “O reajuste não foi anunciado.” Foto: Giuliano Gomes.

‘Está caro demais, tenho deixado de usar o carro em algumas situações, usando o ônibus quando possível‘, fala a técnica de enfermagem Simone Ramos dos Santos, 29. Para o corretor de seguros Eduardo Shiba, 48, “é reflexo da situação política. O governo deveria incentivar o consumo e não a subida dos preços. A cada centavo a mais na gasolina, na conta de luz e de água, o poder aquisitivo diminui. Aumentam os combustíveis e logo sobem a comida, a tarifa do ônibus e todos os outros produtos e serviços‘.

O comerciante Carlos Diamante, 39, observa que em quase todos os postos da capital o preço da gasolina está alinhado em R$ 3,69. “É um absurdo. Além de caro, o reajuste não foi anunciado, pegou todos de surpresa no fim de semana‘.

Pior pro trabalhador
Foto: Giuliano Gomes
Foto: Giuliano Gomes

Para o taxista Peterson Kamienski, 45, “esse aumento pesa ainda mais para quem paga a diária do táxi. Diminui nosso lucro e temos que trabalhar ainda mais para conseguir alguma coisa‘, reclama. ‘Mesmo pesquisando o posto mais barato, tenho percebido uma diferença grande, acredito que vai passar dos R$ 50 no fim do mês. Tá muito caro, dependendo onde for, melhor ir a pé mesmo‘, diz o motoboy Elton Edson, 24. ‘Sobra sempre para o povo. Tenho gasto mais de R$ 150,00 por semana, usando o carro para trabalhar e para levar meus filhos para a escola‘, constata a representante comercial Lucinha Leite, 43.

Sobre o autor

Paula Weidlich

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