De hoje até quinta-feira (16), você tem mais uma oportunidade para ajudar o pequeno Lorenzo, de 1 ano e 9 meses. Como a Tribuna já mostrou em maio de 2016, o filho da fisioterapeuta Letícia Bisinella Fanini Silva e do autônomo Leandro Garbuio Thur nasceu prematuro, após gestação de alto risco, com microcefalia e más-formações nos órgãos respiratórios e auditivos, rins e coração. O menino já anda e não depende mais de oxigênio para respirar. Mas se alimenta por sonda, tem um orifício aberto na garganta para a passagem do ar (traqueostomia) e precisa de consultas periódicas com médicos de 14 especialidades diferentes. O quadro clínico dele é considerado estável, mas ele vai passar por duas cirurgias nos próximos dias para ajudar a melhorar sua qualidade de vida.
Como a família tem altos gastos para manter o menino em internamento domiciliar (home care), promove rifas e bazares para arrecadar dinheiro. No III Bazar Amigos do Lorenzo, será possível comprar roupas e sapatos novos e seminovos, artigos de artesanato em geral, utilidades domésticas, doces e salgados. Tudo a partir de R$ 1. Segundo a mãe, as duas edições anteriores foram sucesso. “Foi o que salvou a gente. Já estamos recebendo bastante doações e também é possível doar na hora”. O evento será no salão de festas do condomínio da Rua Henrique Mehl, 999 – no final da rua sem saída, no Uberaba. Hoje, das 13h às 19h; de amanhã a quinta, das 10h às 19h. Todos que comparecerem concorrerão a um ensaio fotográfico. O que sobrar do bazar será doado à Associação Paranaense de Apoio a Portadores de Neoplasia (APACN).
Duas cirurgias
Devido ao quadro estável, os médicos decidiram iniciar as cirurgias da parte respiratória, que é a maior má-formação dele. “Ele foi operado com 2 meses de vida, mas como era muito pequeno, fechou de novo”, comenta. Ele não respira pelo nariz. Vai passar por procedimentos na garganta e traqueia no dia 20 de março e no nariz no dia 7 de abril. “Ainda vai ficar com a traqueostomia e com a sonda, pois depende desses recursos para sobrevida”, explica Letícia.
Mesmo sob controle, o garoto necessita de diversos cuidados. Por causa do comprometimento pulmonar, precisa ser aspirado com uma sonda. “Ele permanece monitorado pois tem muita oscilação de frequência cardíaca. Em novembro, teve uma parada em casa. Também toma anticonvulsivo para prevenir crises. A gente lida com essas complicações, tem uma luta pela frente”, detalha a fisioterapeuta. A previsão dos médicos é que ele tire todos os equipamentos aos 5 anos. “Ele tem feito exame na traqueia em intervalos de 3 a 6 meses. Agora vai fazer outro junto com a retirada de um tumor benigno”, conta.
Batalhas diárias
Nesta semana o menino inicia duas sessões semanais de terapia em uma clínica especializada em reabilitação neurológica intensiva. Mas não foi fácil para o plano de saúde liberar. “Como o Lorenzo é traqueostomizado, precisaria ir para uma clínica que tivesse suporte de terapia respiratória, mas a operadora queria levar ele para uma clínica simples, onde corria risco de vida e podia ter uma parada respiratória. Só depois da mobilização que fiz no Facebook, autorizou”, relata Letícia.
Ela nunca imaginou que precisaria usar a rede social para propaganda negativa. “Usei de tudo antes de tentar esse recurso, foram negando, negando… Todo mundo falou para entrar com um processo (judicial), mas não sabem o gasto que é para abrir e tentar resolver amigavelmente”, pondera.
Já em outra situação, ela não vê outra forma a não ser recorrer à Justiça. Uma jovem do Rio de Janeiro se sensibilizou com o caso de Lorenzo e doou uma válvula de fala, porém o aparelho foi extraviado pelos Correios. “A ‘melhor’ resposta deles foi que destinatário não tem direito a nada. Estou abrindo um processo contra os Correios. Não é nem pelo Lorenzo, mas pra abrir jurisprudência porque é um órgão federal e precisa dar exemplo”, diz.
Necessidades
Além das despesas fixas com o tratamento e os cuidados com Lorenzo, a família lida com vários imprevistos e situações que fogem ao orçamento. “A gente sempre precisa repor sensor pro monitor. Nosso gasto com farmácia e emergências é muito alto. Agora ele está ruim de gripe, que evoluiu para princípio de pneumonia. Tive que correr para comprar antibiótico e soro. Não dá para ter estoque de medicações e precisamos de recursos financeiros para isso”, fala Letícia. Os pais do garoto também precisam pagar pelo acompanhamento médico periódico de algumas especialidades que o convênio não cobre. “Cada mês tento marcar um dos que são pagos, mas em dezembro, por exemplo, tinha que ter ido no neurologista e tive que cancelar porque não tinha dinheiro”, lamenta a mãe.
Como ajudar
– Doações bancárias
Banco do Brasil
Ag 8129-9
Cc 5144-6
Leticia Bisinella Fanini Silva
CPF 046 185 379-57
– Letícia: (41) 99136-9295
– Facebook: Todos pelo Lorenzo