São José dos Pinhais é o segundo maior produtor de morango do Paraná, atrás apenas de Jaboti, no norte do Estado. A prefeitura incentiva os agricultores locais a manter a produção em alta, subsidiando 60% do valor das mudas da planta. “Esse programa de Agricultura Familiar foi implantado em 2002 para auxiliar os pequenos produtores, já que a muda do morango é cara. Essa cultura, porém, permite que o produtor tire uma boa renda por hectare, já que a fruta tem alto valor agregado”, explica o chefe da divisão de agricultura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Paulo da Nova.
Em 2015, 303 agricultores receberam 550 mil mudas. O maior número de produtores de morango está na região de Campestre da Faxina. O Rio Pequeno, porém, já foi um polo de produção da fruta, o que deu origem à Festa do Morango de São José dos Pinhais. A 45ª edição do evento está marcada para os próximos dias 7 e 8 de novembro. Para mais informações, acesse http://www.festadomorangosjp.com.br/
Uma muda de morango produz por até três anos e custa 67 centavos de dólar. Uma muda de hortaliça, em comparação, sai por três centavos de real. “O valor é alto devido à tecnologia empregada para garantir a sanidade e a qualidade da planta. Essas mudas são produzidas em laboratório na Califórnia (EUA), multiplicadas no Chile e só então trazidas para o Brasil”, diz Paulo.
O município tem 65 hectares de cultivo de morango, que renderam 2.535 toneladas da fruta na última safra (2014). Segundo o especialista, a previsão para este ano é otimista, já que as mudas foram plantadas no tempo certo, em junho. No ano passado, a produção foi prejudicada pela Copa do Mundo, que provocou um intenso trânsito de turistas do Chile para o Brasil e atrasou a chegada das plantas.
Cultivo sofrido
O descendente de japoneses Siguechi Kido é um dos grandes produtores de morango do município. Há 67 mil mudas da espécie em sua propriedade, na Campina do Taquaral. “Uma muda de morango produz, em um ano, uma caixa de 1,2 quilo”, informa. A boa produtividade, no entanto, não vem de mão beijada. “Morango dá muito trabalho, é sofrido. É uma planta sensível, você tem que acordar cedo, estar sempre cuidando, sempre colhendo”.
O agricultor nasceu e cresceu no interior de São Paulo, onde trabalhava com lavoura branca – feijão, milho, amendoim. Quando essas culturas decaíram, ele veio para São José dos Pinhais com a família, em 1982. Há 15 anos, começou a plantar morango, que aprendeu a cultivar com o sogro, um polonês.
Neste ano, Kido recebeu 1,4 mil mudas de morango subsidiadas pela prefeitura. Parte da produção de 2015 vai para a Festa do Morango. “Todo ano a gente fornece. No fim de outubro já vai estar dando morango graúdo”, comemora.
Sem veneno
O chefe da divisão de agricultura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do município, Paulo da Nova, também cultiva a fruta. A atual plantação é nova, foi formada em junho deste ano. “Antes, há oito anos, nós mexemos com morango, mas tivemos de parar por falta de mão de obra delicada. O trabalhador tem que ser cuidadoso”, diz a esposa Edna Monczak da Nova.
A família tem 7 mil mudas na propriedade, na região de Campestre da Faxina. Desta vez, os da Nova optaram por produzir morango orgânico. “É melhor para a nossa saúde, porque não temos que ficar lidando com veneno, e melhor para a saúde do consumidor também”, justifica Edna. A demanda pelo produto sem agrotóxico está sendo maior que a oferta, celebra a agricultora, que trabalha junto com o filho João Henrique Monczak da Nova.
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