Superação para enfrentar os medos e alcançar novos voos. A história de Jonathan Patrick Schiuer, um catarinense radicado em Curitiba, virou livro. Ele ganhou o mundo como palestrante após ter como sequela de um acidente um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ex-militar, comandante de helicóptero e piloto por uma vez de Neymar, Luan Santana e até do Papai Noel, Jonathan sonha em estar em uma Paralimpíadas representando o Brasil.
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Natural de Porto União, em Santa Catarina, Jonathan passou por enormes contratempos na vida. Foi dispensado do Exército precocemente devido a um decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso, que deu baixa em todos os militares que prestavam serviço obrigatório em 2002. Além disso, já teve a tristeza de retornar para casa após um longo dia de trabalho e não encontrar a esposa e filho no apartamento e já chegou a ter que esfregar carros na madrugada para bancar o curso de piloto de helicóptero em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
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Apesar das adversidades, Jonathan conseguiu atingir suas metas. Foi militar e piloto por curtos períodos, aliás, era ele que participava de um projeto inovador para Curitiba em 2007, o Águia Caiobá Difusora.
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“Foram sete meses passando informação de trânsito, meteorologia e acontecimentos de Curitiba lá do alto para o rádio. Eu sempre admirei o comandante Hamilton. Também levei o Papai Noel para Mafra, em Santa Catarina, teve o Neymar, que um dia precisou ir de Jurerê Internacional para Balneário Camboriú, o Luan Santana em Pato Branco. Foram momentos importantes”, relembra Jonathan.
O acidente que mudou a vida
No dia 13 de outubro de 2016, Jonathan seguia de carro rumo a Foz do Iguaçu para buscar uma aeronave para a empresa de táxi-aéreo que trabalhava. Próximo a Palmeira, microrregião de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, um veículo na contramão mudaria a vida do comandante ao colidir violentamente de frente.
“Três pessoas morreram na batida. Vim de ambulância para Curitiba com uma trombose na carótida que resultou no AVC. Perdi 10% de massa encefálica e todo o meu lado esquerdo do corpo é paralisado. Eu acredito que Deus mudou meu plano de voo, eu perdi minha profissão, mas não perdi a vida”, disse Jonathan.
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Sem condições de pilotar, mas com vontade de viver e mostrar aos outros o plano de Deus, o comandante decidiu contar sua vida. “Sou o único no mundo com mais de 500 palestras tendo uma sequela do AVC. Autor de livros e tenho no esporte uma paixão. Treinei esgrima e agora estou na escalada esportista. Se não consigo decolar helicópteros, eu decolo corações a uma profunda reflexão sobre a vida. Eu encontrei na escalada uma forma de subir e superar os limites. Estou encantado”, contou o homem de 39 anos que escala paredões gigantes no Campo Base, um local apropriado no bairro Rebouças, em Curitiba, e costuma caminhar de seis a dez quilômetros.
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Sonho da Paralimpíadas
Ao escalar paredões de 10 ou mesmo 18 metros de altura, Jonathan comprovou que a força mental é essencial para os objetivos de vida. “Nós temos um leão no coração, rugindo por vitórias. É preciso ter atitude para vencer. Eu tenho duas opções na vida; ficar em casa reclamando ou tentar o desafio. Tente, faça seu melhor e saia de casa para vencer. Eu carrego um lema, não desistir jamais. A dinâmica da subida na escalada é muito agressiva para meu corpo, pois toda força é no lado direito. Eu não consigo interpretar a altura que estou e olho somente para a parede”, reforçou o ex-militar.
Questionado pela Tribuna do Paraná sobre o sonho para a vida, o guerreiro do alto emendou que deseja representar Curitiba em uma Paralimpiada, caso um dia tenha a escalada como modalidade. “Eu quero chegar em uma Paralimpíadas, e levar Curitiba para o cume da parede”, completou Jhonatan.
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