Coisa da Nasa

Estudantes de Curitiba ganham prêmio da Nasa com troca de lixo por água

Mariana Galter, aluna de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Positivo, uma das idealizadoras do projeto premiado pela Nasa..

Uma competição online organizada pela Nasa, a agência espacial americana, no último fim de semana de maio, teve uma equipe vencedora com dois estudantes universitários de Curitiba. O projeto vencedor, chamado Cashback Water, gera créditos que poderiam ser trocados por água potável para todo lixo reciclável descartado corretamente nas lixeiras desenvolvidas para a ideia.

O curitibano Gustavo de Almeida Serafim, estudante de Administração da FAE, e a matogrossense Mariana Galter, aluna de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Positivo, ambos de 19 anos, ajudaram a desenvolver o projeto dentro do hackaton International Space Apps Covid-19 Challenge Brasil.

A ideia é uma solução tecnológica para redução de lixo associada à distribuição de água potável. A equipe curitibana, que tinha mais quatro integrantes, foi campeã na categoria “Uma Nova Perspectiva”, dentro de 12 categorias disputadas, desbancando outras 488 equipes do mundo inteiro. A dupla conta que vai levar o projeto adiante e já busca investidores.

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Gustavo, que está no segundo ano de Administração, conta que o projeto CashBack Water foi pensado e desenvolvido dentro das 48 horas estipuladas pelo hackaton. O desafio começou na manhã do sábado (30) e só terminou no domingo (31). A ideia vencedora proposta pela equipe é a de instalar em pontos estratégicos das cidades um equipamento para as pessoas descartarem lixo reciclável.

Projeto Cashback Water, de Curitiba, gera créditos que podem ser trocados por água potável para todo lixo reciclável descartado corretamente nas lixeiras desenvolvidas para a ideia.

Um aplicativo de celular contabiliza esse lixo e gera créditos para o usuário receber água potável em troca. “Já nos reunimos online depois do evento para tocar o projeto em frente. Cada membro da equipe será responsável por uma parte. Eu fiquei com as patentes”, conta o estudante.

O Nasa International Space Apps Covid-19 Challenge propunha 12 desafios reais que estão sendo enfrentados mundialmente durante a pandemia de coronavírus. Eram questões sobre o meio ambiente, arte e cultura, alimentação e soluções para compreender o impacto da pandemia e o isolamento social. Os times precisaram criar e desenvolver um protótipo da solução para um dos 12 problemas propostos.

O Space Apps é um hackathon internacional que ocorre em cidades ao redor do mundo. Desde 2012, as equipes se envolvem com dados abertos da Nasa para resolver problemas reais na Terra e no espaço. O Covid-19 Challenge foi o primeiro hackathon virtual global do programa.

O projeto

A equipe dos curitibanos, que contava com pessoas de Minas Gerais, Goiás e também de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, leva como prêmio o direito a uma consultoria em desenvolvimento de inovação, com realização de diagnóstico de projeto e inovação da Nasa.

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Gustavo de Almeida Serafim, estudante de Administração da FAE, um dos idealizadores do projeto premiado pela Nasa.

Para a Mariana Galter, estudante do primeiro ano de engenharia de bioprocessos e biotecnologia da Universidade Positivo, o evento, além de incentivar pessoas a criarem soluções para problemas relacionados à covid-19, também fez uma ponte entre diversas regiões do Brasil. “É um salto muito grande saber que apenas no Brasil mais de 500 equipes pensaram em soluções. Toda a organização do evento favoreceu muito, tirando dúvidas e problematizando nossa solução”, explicou. 

Apoio

As famílias do Gustavo e da Mariana ficaram orgulhosas da conquista. A Mariana veio morar em Curitiba este ano, para estudar. “Foi depois do carnaval. Nem consegui conhecer a cidade toda ainda. Meus pais estão lá no Mato Grosso e adoraram saber que ganhamos”, contou. Ela disse que este foi o primeiro hackaton que participou. “A coordenadora do curso sempre nos repassa links interessantes. Não imaginava que me inscrever seria tão bom. E ganhar trouxe uma sensação incrível”, contou a Mariana, que sempre gostou muito de estudar.

Já o Gustavo é veterano em hackatons. Já ganhou prêmios em outros três que participou. Ele disse que sempre se dedicou aos estudos e aos desafios. Durante o isolamento da pandemia, por exemplo, o estudante disse que já fez 32 cursos online, participou de 53 lives e ainda leu sete livros. “Já são 75 dias em casa. Tem que aproveitar o tempo de alguma forma”, brincou.

Quando se fala em Nasa, logo surge o termo “gênio”. Nenhum dos dois se considera assim. Eles acham que apenas têm um desejo de superação dentro deles. Tanto o Gustavo quanto a Mariana contaram que a equipe do hackaton tinha seis pessoas. Todos se conheceram online, poucos dias antes do evento. E que foi a sinergia entre os membros que possibilitou vencer.

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“Todos tinham essa característica de se superar. Foi um ponto importante, pois 4 horas antes do evento acabar um tutor veio nos dizer que o nosso projeto era uma porcaria. Só que não desistimos, acreditamos, apresentamos a ideia e vencemos. Foi um grande desafio”, desabafou a Mariana.

Enquanto a equipe trabalha para levar adiante a ideia do equipamento que recolhe lixo e devolve água, todos ainda aguardam pelo resultado mundial do desafio. As 12 equipes brasileiras vão concorrer com outros países para saber quem leva o prêmio global. “Na verdade, são os top 3 que concorrem. Mas ainda não saiu o resultado da classificação geral. Quem sabe estamos dentro”, finalizou o Gustavo.


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