Estação fantasma

Escrito por Samuel Bittencourt

A desativação da estação-tubo Manoel Soares Lima, abandonada há mais de um mês, é mais uma consequência do encerramento do convênio que permitia à Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) gerenciar todo sistema de transporte coletivo da capital e 13 cidades metropolitanas. Localizado entre a estação São Pedro e a Rua Isaac Ferreira da Cruz, o ponto recebia apenas o ligeirinho Curitiba/Fazenda Rio Grande, para atender aos moradores, estudantes da Faculdade de Tecnologia Tupy, e trabalhadores das fábricas da região. Mas o dia 20 de março foi desativado.

Desde o fechamento da estação, a secretária Adriana Melo passou a enfrentar uma hora a mais para chegar ao local de trabalho. “Daqui do Pinheirinho, levava apenas quarenta minutos para ir até o Centro. Atualmente esse tempo passou para uma hora e meia, isso caso eu não perca nenhuma conexão”, reclama.

Implantada atendendo ao projeto de mais de R$ 20 milhões da Linha Verde Sul, a estação atendia a uma demanda da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e em menos de um ano foi inutilizada. “Acho estranho planejar uma obra tão importante, com dinheiro público, e em tão pouco tempo surgir esta decisão radical”, argumenta a secretária.

Tudo Manoel Soares de Lima foi desativado com apenas um ano de uso. Foto: Ciciro Back
Tudo Manoel Soares de Lima foi desativado com apenas um ano de uso. Foto: Ciciro Back

Após a desativação da estação, o equipamento passou a ser alvo dos vândalos. “O tubo não durou nem uma semana que já quebraram todos os vidros a pedradas”, diz a auxiliar de produção, Ronise Mueller. “Temos que andar no mínimo quatro quadras até encontrar um ponto, pois não há nenhum ônibus que para nesse trecho. De noite isso é arriscado, pois só há fabricas ao redor e poucas pessoas por perto”, diz.

 

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