Mais uma vez o prazo estabelecido pela Coordenação da Região Metropolitana (Comec) para o término das obras financiadas pelo PAC da Copa em São José dos Pinhais não foi cumprido e vários trechos dos corredores Aeroporto-Rodoferroviária e Marechal Floriano seguem causando transtornos a quem reside ou trabalha nas proximidades destas áreas. Em julho, o diretor técnico da Comec, Sandro Setim, garantiu, em entrevista à Tribuna, que até 30 de novembro de 2014 tudo estaria pronto, o que não ocorreu. Das quatro novas trincheiras previstas, apenas uma – da Rua Arlindo Costa – já está liberada para o tráfego, mas falta acabamento. Pelo novo cronograma aprovado pelo Ministério das Cidades, as intervenções do Corredor Marechal Floriano devem ser entregues até janeiro de 2015. Já as do corredor Aeroporto-Rodoferroviária têm previsão de conclusão para março do ano que vem.
Da parte de quem foi obrigado a conviver com o vai e vem das obras, a desconfiança e a ironia tomam conta das declarações. “De manhã é ainda mais difícil atravessar e eu venho tropeçando nos entulhos das intermináveis obras do PAC”, dispara a garçonete Eva dos Santos, que trabalha em um hotel próximo à bifurcação da Avenida Rocha Pombo e a Rua Comandante José Lipinski, que dá acesso ao Aeroporto Internacional Afonso Pena.
Outro ponto que atrasou por conta de embargos foi a trincheira da Rua Arapongas com a Avenida das Torres, que enfrentou vários protestos e moradores, em função do transtorno para o tráfego da Paróquia São Cristóvão e do impacto no movimento dos estabelecimentos comerciais. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) realizou audiência pública com a comunidade e chegou à conclusão de que não havia qualquer irregularidade em abrir a trincheira. Com isso, as obras de escavação começaram na semana passada. “Por sorte, a pizzaria é focada em delivery, mas os restaurantes da região vão passar por uma crise enquanto as obras durarem”, avalia o proprietário da Pizzaria Dom Carvalho, Aguinaldo Carvalho.
No trecho da Avenida das Américas, onde duas trincheiras estão sendo construídas, uma sob a rua Joaquim Nabuco e outra sob a Claudino dos Santos, a evolução das obras é reconhecida. Na Joaquim Nabuco, as chuvas obrigaram a empreiteira a ampliar a ancoragem das cortinas e, agora, as duas trincheiras estão sendo finalizadas para receber a pavimentação. O operador de produção Valmir Aparecido Lopes, que acompanhou as obras desde o início, acredita que “o pior já passou”. Já o mecânico Renildo Rocha e a encarregada de serviços gerais Lúcia Rocha afirmam que só irão passar de carro quando a pavimentação for concluída. “Antes disso é só para estragar e ter mais prejuízo”, conta o mecânico.