Curitiba

Sorria meu bem!

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Escrito por Maria Luiza Piccoli

No Dia do Dentista, a Tribuna bateu um papo rápido com três profissionais de diferentes áreas do segmento

Já diz o ditado: “sorrir é o melhor remédio”. Destinados não apenas aos sorrisos mas também ao alívio de uma das dores mais insuportáveis que assola a humanidade, a dor de dente, profissionais da odontologia desempenham mais que um simples ofício; a verdadeira missão de melhorar não somente a auto estima, mas também a qualidade de vida de seus pacientes. Em homenagem ao Dia do Dentista, celebrado neste 25 de outubro, a Tribuna bateu um papo rápido com três profissionais de diferentes áreas do segmento para entender um pouco melhor sobre os louros e mazelas da profissão.

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Avenida Marechal Deodoro, Centro de Curitiba. Na cadeira do consultório, a cirurgiã dentista Evelyn Chueiri Ramos descreve pacientemente à reportagem, nome e função de cada um daqueles “aparelhinhos” que, só de pensar, provocam calafrios em muita gente. “Essa é a seringa tríplice”, diz enquanto puxa o objeto que mais se parece com uma pistolinha. “Ela solta ar e água ao mesmo tempo”, explica. Em seguida, ela puxa outra engenhoca que, aos olhos da reportagem mais se assemelha a um foguetinho. “Esse é um micromotor”, diz a dentista. Por fim, o terror. O inconfundível “bzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz” do instrumento que já tirou o sono de muita criança e adulto por aí. “Essa é a caneta da alta rotação. Mas não precisa ter medo dela”, brinca Evelyn.

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Familiares aos profissionais da odontologia, esses e outros aparelhos fazem parte da rotina dos mais de 240 mil dentistas ativos no Brasil. Encabeçando o ranking de países que mais contam com profissionais do segmento, concentramos nada menos que 15% de todos os dentistas do mundo, segundo pesquisa encomendada pela agência BBC ao grupo de análises econômicas Euromonitor Internacional. De acordo com o levantamento, quando o assunto é cuidar dos dentes, a lista de profissionais disponíveis para atender a população brasileira está a frente de países da Europa e até mesmo dos Estados Unidos. Mesmo assim, segundo divulgação recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11% da população brasileira nunca chegou a pisar num consultório.

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

“Infelizmente essa é a realidade com que lidamos diariamente. Não é incomum atendermos pacientes que só decidem nos procurar depois que perderam cinco ou seis dentes”, lamenta o clínico geral e implantodontista, Paulo Scholze, 61. Em seu consultório, também no Centro de Curitiba, o especialista afirma já ter atendido inúmeros pacientes nessa situação. “Muita gente chega aqui com problemas seríssimos. Às vezes até vêm por recomendação médica. Auto estima baixa, dores, dificuldade para mastigar. É muito triste”, relata. O profissional explica que, normalmente, os pacientes que apresentam essas condições são mais velhos. “Felizmente as gerações mais jovens possuem maior consciência de saúde bucal e cuidam melhor dos dentes. É difícil, hoje, você chegar em alguma residência onde não exista escova, pasta, fio dental”, pondera.

Resgate da confiança

Atuante na profissão desde 1981, Evelyn Ramos acompanhou as evoluções e mudanças do comportamento do mercado ao longo dos anos. “Comecei a trabalhar em tempos nos quais a chamada ‘odontologia preventiva’ era o forte. Segmentos como a odontologia estética e a ortodontia eram reservados apenas ‘para quem podia’. A realidade de mercado mudou muito desde a década de 80. Antigamente eram outros recursos e os profissionais tinham como foco principal combater as mazelas que provocavam dor. Hoje existem outras ramificações tão importantes quanto, e isso mostra que o público ao longo dos anos passou a valorizar muito mais a saúde bucal”, comemora a profissional no Dia do Dentista.

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Mesmo assim ainda há muito o que melhorar. Segundo publicação da Agência Brasil feita em agosto desse ano, a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a qualidade de vida de pessoas com idades entre 45 e 70 anos no país. Dados do IBGE apontam ainda que 16 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente e que 41% das pessoas com mais de 60 anos já perderam todos. É nessas horas que as próteses e implantes entram em ação como verdadeiros “salvadores da pátria”.

Para a protetista e implantodontista, Isabelle Weiss, 45, a restauração das funções dentárias está diretamente atrelada à qualidade de vida dos pacientes. “As pessoas passam por momentos penosos demais antes de chegarem às nossas mãos. Problemas musculares, dores e, é claro, o fator estético muito abalado. Por isso, quando o trabalho é concluído, o resultado é imediato com efeitos positivos, principalmente sobre a qualidade de vida”, explica. Em seu consultório, no bairro Rebouças, a especialista se sente realizada por atuar na restauração de própria auto confiança de seus pacientes. “É gratificante saber que nosso trabalho ajuda a combater, em muitos casos, até mesmo a depressão de algumas pessoas”, reforça.

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Assim como a saúde dos pacientes a integridade dos próprios profissionais às vezes é exposta a riscos por conta de fatores como a carga excessiva de trabalho e sobrecarga do organismo. Para encerrar, pedimos aos profissionais algumas recomendações a serem transmitidas aos colegas de jaleco. As respostas foram praticamente as mesmas. Atenção à postura, à visão e, talvez a mais importante: saber o momento de colocar o pé no freio. “Dentistas normalmente são autônomos e fazem seus próprios horários, demandando demais do corpo e da mente. Parem. Respirem. Tirem algumas horas da semana só para vocês. Isso ajuda a ser e a trabalhar melhor”, encerra Paulo.

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Sobre o autor

Maria Luiza Piccoli

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