Para alguns, “cidade sorriso”. Para outros, “capital ecológica”. Basta falar de Curitiba, que os apelidos aparecem. Enquanto quem é de fora se surpreende ao visitar a cidade, quem já é “da casa” se orgulha das vastas áreas verdes e da infraestrutura urbana da nossa capital. É longe, porém, das vias iluminadas e dos calçadões movimentados, lá no coração dos bairros e edifícios da cidade que uma Curitiba conhecida por poucos, se esconde. Repleta de lendas urbanas, a capital do Paraná guarda histórias curiosas, fenômenos inexplicáveis e segredos macabros. Alguns antigos, outros mais recentes, misteriosos eventos sobrenaturais são testemunhados até hoje por moradores de diversos pontos da cidade.
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Em homenagem ao Dia das Bruxas, a Tribuna escolheu 5 locais nos quais supostos fantasmas, espíritos e almas penadas têm passagem liberada para circular. Da “noiva do Edifício Asa” aos fantasmas que assombram a reitoria da Universidade Federal, o compilado de histórias faz parte do livro “Lendas Curitibanas”, da escritora Luciana do Rocio Mallon, que também conversou com a nossa reportagem para contar tim-tim por tim-tim, casos e causos “do além” que provocarão calafrios até nos leitores mais céticos da paróquia. Confira.
A Bailarina da Casa Hoffmann
Vinda da Áustria, a família Hoffmann radicou-se em Curitiba no final do século XIX. Prósperos no segmento da tecelagem, os imigrantes escolheram o bairro São Francisco para construir sua mansão que, durante anos, foi símbolo da bonança da família. A partir da década de 70, no entanto, o imóvel foi alugado, enfrentando – na sequência – uma série de mudanças ao longo dos anos. Hoje, a Casa Hoffmann é sede do Centro de Estudos do Movimento da Fundação Cultural de Curitiba, funcionando como centro de referência para artistas e outros profissionais com atuação nas áreas de dança, teatro, artes plásticas e educação.
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É justamente nesse contexto que surgiu a “Bailarina da Casa Hoffmann”. Datada de meados de 2000, a lenda conta a história da jovem bailarina, “Patrícia” que, após receber o diagnóstico de um câncer maligno, preferiu buscar a cura na dança ao invés de recorrer aos tratamentos médicos. Dançando, literalmente, até seus últimos segundos de vida, a jovem desmaiou durante um ensaio e faleceu em um dos salões da Casa Hoffmann, onde costumava praticar a arte. Reza a lenda que o fantasma da bailarina costuma vagar, até hoje, no entorno da casa, sempre em noites de lua cheia e que a preferência da “moça” é se aproximar dos estudantes de dança que precisam de auxílio.
Bruxas e espíritos do Edifício Maison Blanch
Localizado a poucos metros da Boca Maldita, no Centro de Curitiba, o Edifício Maison Blanch foi construído em meados da década de 40 no local onde antes funcionava o Cine Curitiba. Reza a lenda que, devido à descoberta de uma traição, um homem assassinou sua esposa em pleno cinema após flagrá-la com o amante frequentando uma das salas do lugar. Depois disso, segundo o conto, o espírito da esposa assassinada passou a perturbar os frequentadores do local e continuou por lá, mesmo depois que o cinema foi demolido dando lugar ao novo prédio.
Entre os corredores e escadarias do Maison Blanch vagam espíritos e almas perturbadas e, segundo a escritora Luciana Mallon, uma das moradoras do prédio que se autodenominava “bruxa”, tinha o hábito de lavar o corredor onde ficava seu apartamento com água e sal grosso para que os fantasmas se afastassem.
Em 2008, um terrível infanticídio também teria ligação com os estranhos fenômenos paranormais do Maison Blanch. Na ocasião, uma auxiliar de enfermagem de 41 anos, jogou o próprio bebê, de apenas 8 meses, da janela do sexto andar do prédio. Conforme Mallon, vizinhos teriam relatado que a mulher sofria de transtornos psiquiátricos, e dizia ver espíritos no prédio.
Fantasmas graduados
Localizada no bairro Alto da Rua XV, o prédio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná é cenário de uma série de contos macabros, começando pela construção do edifício. Sabe aquelas pastilhas roxas que revestem parte da estrutura externa do imóvel? Reza a lenda que aquelas pastilhas acabaram lá “por engano” e que sua destinação original seria a capela mortuária de um coronel do Nordeste.
A segunda lenda difundida conta a história de um aluno que, na década de 80, teria se envolvido amorosamente com uma de suas professoras. Temendo uma possível vingança do marido, a docente decidiu terminar a relação com o jovem que, inconformado, se jogou do décimo primeiro andar do prédio. Logo, boatos de que o espírito do rapaz rondasse o edifício começaram a se espalhar e, em 2005, a morte misteriosa de outro aluno provocou calafrios entre os conhecedores da lenda.
Sem apresentar nenhum comportamento atípico, o estudante de História se jogou, também da janela do décimo andar e, segundo a escritora, conhecidos dele teriam afirmado que, enquanto vivo, o rapaz relatou ter “conversado” com um garoto que havia se jogado do mesmo ponto há muitos anos. Caso semelhante aconteceu em 2012, quando uma moça também acabou caindo do prédio. De acordo com a pesquisa de Mallon, ela também teria afirmado escutar vozes no local.
Assombrada também seria a biblioteca da reitoria onde, segundo a lenda, o espírito de uma bela estudante ruiva ajudou alguns alunos a encontrarem livros entre os corredores. A jovem teria morrido na década de 70, depois de cair no fosso do elevador do prédio.
A noiva do Edifício Asa
No local onde funciona um tradicional centro comercial, reza a lenda que o espírito de uma noiva passeia pelos corredores. A jovem seria membro de uma das primeiras famílias a morar no edifício, que se jogou do alto do prédio após ser abandonada no altar pelo futuro marido. Funcionários e frequentadores do edifício relatam que aparições de uma jovem loira de vestido de noiva aconteceram em diversas ocasiões. O curioso é que ao invés de branco, como se imagina, o vestido da noiva fantasma seria vermelho, conforme relataram algumas testemunhas. O motivo? O sangue que maculou eternamente o tecido após o suicídio da jovem.
O fantasma da rádio no Pilarzinho
No bairro Pilarzinho, onde se concentram diversas emissoras de rádio e televisão, também há relatos de fenômenos sobrenaturais. Reza a lenda que, há muito tempo, o dono de uma das casas onde hoje funciona uma emissora de rádio suicidou-se. Admirador de música clássica, o “espírito” do homem passou a vagar pelo local interferindo na programação musical da rádio cujo forte eram hits de pop e rock. Segundo Mallon, o locutor da época relatava presenciar mudanças repentinas na frequência sonora e alterações “do nada” nas músicas que estavam sendo transmitidas. Na década de 80, segundo a escritora, o espírito chegou inclusive a participar por telefone do disque-jóquei da programação, mandando um recado para sua esposa.
Hoje, alguns funcionários que passaram pela emissora afirmam terem ouvido vozes durante os plantões noturnos, principalmente aos domingos, além de verem portas abrindo e fechando sozinhas.
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