Aposentado faz apelo por emprego e pede ajuda para cachorrinha machucada em Curitiba

tem como resistir a esse olhar? Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná

O nome dele é Pedro Pereira, tem 66 anos e está desempregado. Apesar de ter família (três filhos e seis netos), ele mora sozinho em uma kitinete na rua João Dembinski, no CIC, próximo ao Supermercado Condor, e ligou para a Tribuna na última sexta-feira (22).

Engana-se, porém, quem acha que Pedro ligou para pedir um emprego, que aliás, seria muito bem vindo, complementaria sua a renda de aposentado – “É só um salário mínimo. Nem chega no final do mês”, disse – e lhe daria um pouco mais de qualidade de vida. Pedro queria mesmo era ajudar uma cachorrinha prenha, de pata quebrada, e que fora abandonada bem na porta de sua humilde residência. A bichinha, coitada, recebe o carinho dos comerciantes da região e do próprio Pedro, mas as acomodações são improvisadas e um lar definitivo, bem como um tratamento para a patinha quebrada, fariam toda a diferença.

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Vou contrariar, porém, o pedido de Pedro e não vou falar muito da cachorrinha (quem quiser ajudar, no entanto, o telefone para isso está no final deste texto). Queria mesmo era ajudar o Pedro. De conversa boa, falador que só, ele encheu a boca para engatar a prosa: “Tenho 3 carteiras de trabalho preenchidas. Trabalho desde meus 14 anos e embora os cabelos estejam brancos, não tenho problema de saúde e tenho muita vontade de trabalhar”. Mesmo assim, gozando de saúde e de vontade de pôr a mão na massa, seja ela qual for, Pedro recebe muito mais “nãos” do que “talvez” ou mesmo “sims”.

Pedro esta desempregado e procura serviço aos 66 anos de idade. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná
Pedro esta desempregado e procura serviço aos 66 anos de idade. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná

Experiência não lhe falta e as dificuldades de momento fazem com que ele abra o leque para qualquer oportunidade de trabalho. “Eu daria um excelente motorista particular, sou formado em eletrônica, trabalhei muitos anos no comércio. Tenho uma carteira de clientes com 4 mil contatos. Já trabalhei descendo e subindo escada com sofá nas costas, enquanto essa piazada só fica olhando”, orgulha-se.

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Com toda humildade, Pedro tem certeza de que poderia ensinar muita gente que já lhe entrevistou e lhe negou um emprego, mas reflete e abre o coração. “Eu preciso trabalhar, preciso de um trabalho decente. Preciso de qualquer trabalho”. Pedro diz já ter ido até a agência do trabalhador de Mandirituba, sem falar na de Curitiba e Campina Grande do Sul, por exemplo, mas não obteve sucesso na busca por um trabalho.

Leitor assíduo da Tribuna, começou o bate-papo reclamando que a foto de um marreco, que publicamos na semana passada, era de um ganso. Mas já ali, no início do papo, deu para perceber a educação e boas intenções de Pedro. “Me inspirei nas matérias que vocês escrevem e decidi ligar. Vai que vocês conseguem ajudar os dois animais aqui, né?”, disse, se referindo-se a si próprio e à cachorrinha da pata quebrada. Se você tem um emprego para oferecer ao Pedro ele garante que não faltará empenho e nem dedicação.

O telefone para falar com ele é (41) 99775-7068, tanto por uma vaga de emprego, quanto para ajudar a cachorrinha.

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