Moradores de um condomínio na rua Luciano Piuzzi, no bairro Pinheirinho, reclamam de uma série de problemas causados pelo trecho sem pavimentação, que fica entre as ruas Reinaldo Stocco e a Cid Marcondes de Albuquerque. Lá, entulhos da construção civil, móveis usados, restos de medicamentos, lixos hospitalares e animais vivos ou mortos são depositados quase que diariamente por veículos como Kombis e caminhonetes que despejam no terreno coberto por uma densa vegetação. Esse matagal também serve de “abrigo” para usuários de drogas e a bandidagem que comete pequenos furtos na vizinhança.
Esse quadro ganha proporções ainda mais dramáticas com um dos desdobramentos mais frequentes desse abandono: os maus tratos aos animais largados na rua. A enfermeira Edila Silva, 30 anos, que há um ano e meio se mudou para o condomínio próximo ao trecho sem pavimento, conta que é uma rotina diária de flagrante de maldades contra animais. “Eles colocam fogo nos cachorros vivos, até chacina já houve aqui envolvendo dez cães e que só conseguimos salvar dois”, denuncia a enfermeira, responsável pelo grupo de resgate de animais abandonados, Salva Bicho.
Enquanto a Tribuna estava lá, um cachorro veio em direção da equipe com uma fratura exposta na região do quadril. Além disso, outros três filhotes de cachorros foram encontrados no matagal. E como se não bastasse isso, pelo menos dois veículos que cruzaram o trecho sem asfalto despejaram resíduos em plena luz do dia. Na opinião de Edila, se fosse pavimentado o restante da Rua Luciano Piuzzi, isso inibiria tanto o abandono de animais, quanto de entulhos pela via.
Ratoeiras
Uma das consequências diretas desse uso irregular do matagal como endereço de descarte é a proliferação de animais peçonhentos, principalmente, ratos. Segundo o síndico do condomínio, o cinegrafista Ricardo Adriano da Silva, 32 anos, existem 70 armadilhas espalhadas no terreno, que fica na esquina das ruas Luciano Piuzzi e Reinaldo Stocco. “No lado que fica voltado mais para a rua, as armadilhas duram dois meses e meio. Já no lado mais afastado, a armadilha tem uma vida útil de seis meses, o que demonstra a quantidade de ratos que vêm dessa sujeira toda”, aponta.
Outra preocupação de Ricardo é com a poluição tanto do solo quanto do ar, pois além dos bichos, os entulhos também são queimados pelos vândalos. “Temos que deixar o vidro fechado, porque do nada vem aquele cheiro tóxico devido à queima dos sofás abandonados aí”, explicou.
Ligação comprometida
Diante desse caos, os buracos formados em períodos de fortes chuvas são apenas mais um dos graves problemas testemunhados por quem há anos convive com a falta de uma efetiva solução. “A Luciano Piuzzi seria o melhor acesso para quem vem da Vila Hauer pela Linha Verde, mas em dias de chuva, o pessoal não arrisca. E quem tem os filhos nas escolas que ficam nessa travessia complicada fica sem saber o que fazer”, explica.
A prefeitura explicou que o serviço de limpeza da via ocorre permanentemente, porém, os moradores da região descartam diariamente todo tipo de lixo no local. Ainda com relação à limpeza da área, a Regional Pinheirinho encaminhou para o Núcleo do Urbanismo e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, um pedido de limpeza da área e notificação aos proprietários, por se tratar de imóveis particulares. Além de realizar roçadas, a Regional executou pedido de patrolamento e recuperação do saibro, porém, não há previsão orçamentária para a pavimentação da via.
Serviço
Sobre o abandono e maus tratos de animais, as denúncias devem ser encaminhadas à Sociedade Protetora dos Animais. Quem quiser colaborar com o Salva Bicho, pode entrar em contato pela página no facebook: https://www.facebook.com/salvabichocuritiba?fref=ts