“Depósito” de bichos

Cachorros abandonados são acolhidos mesmo na rua, mas moradores não dão conta do abandono. Foto: Gerson Klaina.

Não bastassem as cheias do Rio Barigui, os moradores da Rua José Laurindo de Souza convivem com a ação irresponsável de donos de animais que escolhem a via para abandonar principalmente cachorros de vários tamanhos e cores. A vizinhança tenta como pode ampará-los, mas o número de cachorros cresce na mesma proporção que o descaso do poder público.

A auxiliar administrativo Sueli Romero, 47 anos, tomou a frente da busca por solução. Além de recolher oito cachorros e exercer guarda responsável, com vacinação em dia e castração, mobiliza os vizinhos a zelarem pelos que estão na rua. Isso explica as casinhas na beira da rua. “São dezenas de cães largados aqui e muitos aparecem extremamente machucados ou são apedrejados pelo pessoal que transita na rua. Cada um dos vizinhos adotou pelo menos um, mas não damos conta sozinhos”, constata.

Pedidos

Ela explica que já perdeu a conta da quantidade de vezes que protocolou, pelo 156, pedidos para ampliar o patrulhamento na região e evitar esse “descarte”. “Se a prefeitura pelo menos ajudasse com a castração desses animais, mas nem isso oferecem para evitar aumentar ainda mais esse drama”. Sueli faz sua parte organizando “vaquinhas” para castrar os cachorros dali e, assim como outros vizinhos, reserva um pouco do orçamento para ração. “Além do que compro para os meus oito, ainda são pelos menos três pacotes por mês para os da rua”.

Garças na mira dos caçadores. Foto: Gerson Klaina.
Garças na mira dos caçadores. Foto: Gerson Klaina.

Quem quiser ajudar a vizinhança da Rua José Laurindo de Souza com os animais abandonados, pode ir ao endereço ou entrar em contato com Sueli pelo email:susiromeromel@gmail.com. Ela avisa que não quer dinheiro. “Precisamos de ração, do serviço de castração ou de pessoas dispostas a adotá-los”. A Rede de Proteção Animal, departamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), foi procurada, mas não deu retorno sobre essa situação.

Capivaras Exterminadas

Sueli já pediu ajuda. Foto: Gerson Klaina.
Sueli já pediu ajuda. Foto: Gerson Klaina.

Não são somente os animais domésticos que sofrem na curva do Rio Barigui. Segundo a vizinhança, a vegetação existente próxima do rio era povoada por capivaras, que aos poucos foram exterminadas por caçadores ilegais. Mesmo agora, sem as capivaras, esses criminosos seguem visitando o local. “Agora estão na mira as garças e pássaros que vivem nessa região”, denunciou um morador. “Normalmente ocorre no final da tarde de domingo. Já chamamos várias vezes as autoridades, mas fomos ignorados nisso também”, acrescentou.

De acordo como o delegado da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Adriano Ademir da Cruz Ribeiro, até o momento não foi recebida nenhuma denúncia referente a caçadas na região da linha férrea. O delegado ressalta que esse tipo de crime deve ser denunciado pelos moradores diretamente na DPMA (3251-6200) para que a Polícia Civil designe uma equipe policial até o local.

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