Pedal até o Rio

Ele pedalou 1,2 mil quilômetros de Curitiba ao Rio de Janeiro em 25 dias. Passou por mais de 15 cidades, trilhas de barro e acostamento de estradas, dormiu em sofás de desconhecidos e perdeu 12 quilos. Trouxe 200 gigabytes (GB) de fotos e vídeos e uma bagagem que não dá para medir em números, a tal “experiência de vida”.

Foto: Jonathan Campos
Everton anda de bicicleta desde 2008. Foto: Jonathan Campos

Everton Pereira dos Santos, analista de sistemas, 34 anos, já andava de bicicleta desde 2008, mas encarava como lazer, só para passeios rápidos. “Eu fumava, o pedal não rendia”, lembra. Em outubro do ano passado, sofreu um tombo que foi o clique necessário para levar a magrela mais a sério. “Procurei um médico para ver o que eu estava fazendo de errado, qual a postura correta, parei de fumar. Pesquisei que trecho daria para fazer e comecei a treinar de verdade, 30, 40, 60 quilômetros por dia”.

Partiu dia 8 de dezembro. “Só sabia que tinha que chegar até o Rio. Como, não importava. Nem que fosse empurrando a bike”, diz. Ele havia comprado uma passagem aérea de volta para Curitiba e não tinha muitos planos. Apenas um roteiro traçado e alguns contatos do CouchSurfing – rede social que conecta viajantes e anfitriões dispostos a ceder um leito de graça – para pedir hospedagem.

Viagem

Optando por fugir de rodovias, Everton priorizou trilhas de terra e avenidas na beira-mar, o que garantiu visuais incríveis. Pedalava das 9h às 17h, uma média de 100 km por dia. O calor era aliviado pelos banhos de água salgada ou cachoeira. Pelo caminho, ia conhecendo gente. “Passei o Natal num hostel em Paraty com um monte de turistas e o Réveillon, em Ilha Grande, com um amigo”. No dia 3 de janeiro chegou ao Rio. Além de inesquecível, a empreitada foi econômica. Everton gastou R$ 600 em hospedagem e uma média de R$ 10 por dia em alimentação. “Recomendo a todos. Se eu consegui, qualquer um consegue”, brinca.

Perrengues

Pico do Papagaio, nascer do sol. Foto: Arquivo Pessoal.
Pico do Papagaio, nascer do sol. Foto: Arquivo Pessoal.

A sorte foi companheira de Everton por toda a viagem. “Não tive muitos imprevistos, não furou pneu, não teve acidente, roubo, nada. Não peguei frio, nem muita chuva. O trecho mais pesado foi a Trilha do Telégrafo, que tem 8 Km de barro, na divisa entre Paraná e São Paulo”, conta. O único problema foi o bagageiro, que cedeu em Paranaguá, logo no início da viagem, por causa do excesso de peso. “Percebi que estava levando muita roupa, um tênis a mais. Fui me livrando das coisas e aliviei três quilos”. Agora, estão em seus planos a Estrada Real – caminho do ouro entre Minas Gerais e Rio de Janeiro – e um roteiro pelos três estados do Sul.

Roteiro

roteiro
Curitiba (PR) – Paranaguá (PR) – Guaraqueçaba (PR) – Cananéia (SP) – Ilha Comprida (SP) – Iguape (SP) – Peruíbe (SP) – São Vicente (SP) – Guarujá (SP) – Bertioga (SP) – Boiçucanga (SP) – Ilha Bela (SP) – Ubatuba (SP) – Paraty (RJ) – Angra dos Reis (RJ) – Ilha Grande – Rio de Janeiro (RJ)

Para saber mais sobre a aventura de Everton, acesse facebook

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