POR Ana Tereza Motta
Jacyra tem 3 anos de idade e desde que nasceu convive com um problema no olho esquerdo. A menina, que mora em Contenda, na região rural de São José dos Pinhais, tem ptose palpebral, que é a pálpebra caída. A mãe da menina, Lourdes Cristina dos Santos, 27, conta que o problema no olho faz com que Jacyra seja discriminada na escola e na rua. “As crianças falam pra ela que ela tem olho caído, que ela é feia. Eu quero que ela estude, mas ela não quer mais ir pra escola”, afirma a dona de casa.
Lourdes não aguenta mais ver a filha sofrer com o preconceito. “A gente queria que ela estudasse como uma criança normal. Mas ela está sofrendo bullying todo dia”, desabafa. A família veio de Sorocaba, interior de São Paulo, há quase dois anos. Lourdes faz doces para vender no terminal de ônibus. O marido trabalha como ajudante de pedreiro, e o que ele ganha por dia não é suficiente para bancar as despesas da família.
Para corrigir o problema no olho, Jacyra precisa passar por uma cirurgia. Segundo a mãe, a menina espera na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) há dois anos, desde que moravam no interior de São Paulo. “Falam que não tem previsão de tempo de espera, que tem muita gente na fila. Eles ficam de retornar e não retornam, e gente fica na esperança de conseguir alguma coisa e não consegue”, revela.
A dona de casa diz que já procurou a Secretaria de Saúde de São José dos Pinhais. “Falaram que tem um tempo médio, que leva até seis, sete anos, pra ela conseguir a cirurgia e a gente não pode esperar tudo isso”. Lourdes recorreu também a uma vereadora do bairro, mas não obteve sucesso.
Cirurgia custa caro
Lourdes se informou, com uma médica, que a cirurgia custa em torno de R$ 5 mil. A casa humilde da família revela que eles não têm condições de arcar com a despesa da operação. A mãe chora ao pedir a ajuda. “Por favor, se puderem me ajudar a realizar meu sonho de corrigir o olho da minha filha. Não aguento mais ela sofrendo bullying na escola. Só queriam que ajudassem de bom coração”, fala.
Diante da demora no SUS, a dona de casa vendeu a máquina de lavar roupa para pagar uma consulta particular com oftalmologista em Curitiba, que custou R$ 150, e um exame de sangue, que saiu R$ 60. “A gente achava que era problema de vista e que com óculos conseguia resolver, mas a médica deu um laudo com o diagnóstico e encaminhamento para a cirurgia”, explica. De acordo com a mãe, hoje Jacyra tem retorno marcado com o cirurgião, e aí eles vão saber o valor exato da operação.
SUS marca consulta
A Secretaria de Saúde de São José dos Pinhais confirmou à reportagem que Lourdes procurou a unidade de saúde, que agendou duas consultas com oftalmopediatra para os dias 29 de setembro e 31 de outubro de 2016. Segundo a pasta, a paciente não compareceu a nenhuma delas, o que a mãe rebate: “Ela nunca faltou em médico nenhum”.
“Mesmo o caso não se tratando de urgência e que representasse risco de perda ocular, mas estético, a paciente entrou na fila pelo sistema E-Saude. A Secretaria de Saúde informa que a consulta foi liberada hoje [na última quinta-feira (25), após a reportagem buscar informações sobre o caso]”, informou, em nota enviada à Tribuna.
Mas a marcação da consulta pelo SUS ainda não garante solução para o caso. “Conseguiram marcar para 21 de junho, mas é só pra ela ser examinada, não é pra fazer a cirurgia. Não vou faltar, vou levar os exames feitos e o encaminhamento [do hospital particular] para a cirurgia”, afirma Lourdes.
Como ajudar a Jacyra?
– Contato: (41) 98876-3992 – Lourdes
– Depósito bancário
Caixa Econômica Federal
Agência 0356
Operação 013
Conta-poupança 00043580-3
Ivo Alves Machado Junior
CPF 081.555.049-99