Toda semana, há pelo menos 40 anos, o pátio em frente ao Shopping Itália, na esquina das ruas Marechal Deodoro e João Negrão, no Centro de Curitiba, vira palco para dançarinos de break. Antigamente realizada ao sábados, a reunião ocorre nas terças e quintas, depois das 20h. “É um ponto de encontro e de treino, os grupos vão ali para praticar e batalhar”, diz o autônomo Heric Portella, 23 anos.

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Ele dança break há oito anos e frequenta o local com os amigos, nos dois dias da semana. “Quem passa na rua fica olhando, começa a filmar, alguns perguntam onde tem aula para poderem botar os filhos”, conta. O ponto já virou tradição para a prática da atividade e é respeitado inclusive pelos seguranças do shopping, que segundo Heric, “nunca falaram nada”.

Encontro tem gente de todas as idades. Foto: Átila Alberti

De acordo com ele, Curitiba tem entre 15 e 20 grupos de break, a maioria do Pinheirinho, de Pinhais e de São José dos Pinhais, na região metropolitana. “São sete grupos, mais ou menos, os que se reúnem ali no shopping. Dá em torno de 50 pessoas, de todas as idades. Tem criança com 5 anos que já está lá dançando”, comenta. Além dos dançarinos, quem é leigo no break mas tem interesse em aprender pode aparecer, que será bem-vindo. “Qualquer pessoa que parar ali e pedir pra ensinar, a gente vai ensinar.” Cursos da modalidade de dança de rua não são facilmente encontrados, diz, e quem quer praticar tem de ir atrás e ser autodidata.

Batalhas

Heric conta que o break surgiu como forma de pacificar as brigas entre gangues de rua. “Se você for olhar a história, vai ver que tinha muita morte em disputas entre gangues. As competições de dança de rua surgiram como forma de parar com essas mortes”, explica. Nas batalhas de break, que podem ser individuais, em duplas, trios ou grupos, cada dançarino faz uma entrada solo de cerca de um minuto, e seu desempenho é avaliado por jurados. Morador do Sítio Cercado, Heric conheceu o break há cerca de oito anos, através de amigos de seu bairro. “Hoje todo mundo está casado e parou de dançar”, lamenta.

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