Corrida pela felicidade

A corrida de rua possui incontáveis casos de superação entre os muitos praticantes que encontram um tempo no meio do agito cotidiano para se dedicar ao esporte. Mas o caso de Sérgio Luiz de Paula, 48 anos, é um verdadeiro exemplo para quem sempre encontra uma desculpa na hora de calçar o tênis de corrida. Todos os dias após o expediente, o funcionário da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) ainda tem disposição para correr com seu filho Lucas, 22, portador de paralisia cerebral.

Para conseguir completar o percurso de aproximadamente cinco quilômetros com o filho, Sérgio utiliza uma cadeira especial equipada com rodas de bicicleta. “Esta cadeira que uso atualmente, um colega que me emprestou. Ele também tem um filho com paralisia e já faz essas corridas há um bom tempo. Como ele tem três, até que eu consiga a minha, ele fez essa gentileza”, explica.

Tudo começou quando Telma, esposa de Sérgio, assistiu a uma reportagem com um grupo de pais que realizavam corridas em provas ao lado de filhos portadores de necessidades especiais. Há mais de 15 anos sem participar de corridas, Sérgio se interessou pela oportunidade. “Assim que ela ficou sabendo que existia uma turma chamada ‘Guerreiros da Roda’, ela me apoiou para voltar a realizar as provas que tanto gostava. Mas agora, uni essas duas coisas, a corrida e meu filho”, relata.

Foto: Ciciro Back.
Cadeira de rodas usada por Lucas. Foto: Ciciro Back.

Para ele, as corridas têm sido fundamentais para inclusão do filho. “Ele adora quando estamos correndo, sorri, bate palma, é só alegria. E as pessoas também ficam muito surpreendidas e querem até participar um pouco da corrida. Em uma prova que realizamos, inclusive, uma mulher chegou a percorrer dois quilômetros de mãos dadas com ele. Outras pessoas também pedem para levar um pouco e sentirem como é carregá-lo”, conta.

Rumo a São Paulo

Apenas neste ano, pai e filho já realizaram 15 competições de rua. Há um ano treinando, o funcionário da AABB revela que o foco deles é realizar a São Silvestre, em São Paulo, no próximo dia 31 de dezembro. “Sempre tive vontade de correr na São Silvestre, e agora, acredito que além de conseguir realizar a prova, também estaria incentivando as pessoas que também possuem parentes especiais a participarem mais ativamente da vida deles”, argumenta.

Para isso, ele entrou numa rotina pesada de preparo. “Atualmente estamos realizando três competições por mês. Mas todos os dias já começo na academia, para fazer um fortalecimento muscular. Depois do trabalho vou ao Jardim Botânico e na ciclovia que tem na Avenida Prefeito Maurício Fruet”, diz.

Apoio

Foto: Ciciro Back.
Ele adora quando estamos correndo, sorri, bate palma, é só alegria. Foto: Ciciro Back.

Além de Sérgio, a equipe de Lucas conta ainda com a mãe e o avô. “Sempre damos um apoio, caso aconteça algo estamos por perto”, diz o avô Dunham Ferreira. Para manter a pegada nas corridas, a dupla conseguiu alguns apoios. “A empresa de fertilizantes Fortesolo está sendo uma grande parceira, pois o custo de uma cadeira dessas para corrida é cerca de R$ 1.500. Temos também outros apoios com equipamentos e suplementos. Temos alguns custos que acabam pesando, como inscrições e transporte, mas o importante é continuar na correria”, afirma o pai. Quem tiver interesse em ajudar Sérgio e Lucas nas corridas pode entrar em contato pelo telefone: (41) 8417-4937.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna