Se você recebesse um diagnóstico de que, por causa de um câncer, teria que amputar uma de suas pernas, faria o procedimento imediatamente ou buscaria uma segunda opinião médica? Mesmo tomado por todo o desânimo e tristeza que a doença pode provocar, apenas a primeira opinião não foi suficiente para que a família de Alex Silva Toczek, de 20 anos, desistisse. Ao ouvir um segundo médico, descobriram que era possível um procedimento diferente, sem amputação, mas com um custo altíssimo: R$ 34 mil. E é aí que entra a finalidade da nossa reportagem, ajudar o rapaz a arrecadar o valor para pagar a cirurgia.
Alex descobriu há menos de um ano que sofre de osteossarcoma, um tipo de câncer raro e que atinge o osso de uma forma bem severa. “Comecei a sentir dores na perna em fevereiro, mais ou menos, mas como estava num trabalho novo, tinha que esperar três meses para conseguir fazer o exame através do plano”, contou o rapaz, que acabou com o diagnóstico em maio e, desde então, começou a procurar por um tratamento.
Por atingir diretamente o osso, no caso de Alex o fêmur, o tumor foi aumentando e nem mesmo a quimioterapia ajudou. Em tratamento em um grande hospital de Curitiba, que é referência no assunto, a família recebeu o pior dos diagnósticos na semana passada, quando até chegaram a marcar a cirurgia de amputação da perna. “A médica que tratava ele disse que não tinha solução, que o único jeito seria retirar a perna e optar pela prótese, pois havia grande chance de o tumor se espalhar pelo organismo”.
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Sem saber o que fazer e pelo desgaste de todo o tratamento, o próprio rapaz já não tinha mais forças para continuar lutando e resolveu aceitar a decisão de amputar. Apesar disso, mesmo com a cirurgia marcada para ontem, alguma coisa falava forte para que a família buscasse uma segunda opinião. “Procurei e achei uma médica de São Paulo que me explicou que havia possibilidade de não amputar, mas como ela estava longe, indicou um médico daqui e nós resolvemos fazer contato”.
O médico indicado se tratava de Márcio Fernando Aparecido de Moura, especialista em ortopedia oncológica, e a mãe de Alex, como última cartada, viu nele uma possibilidade de salvação. “Assim que viu os exames do meu filho ele mesmo já disse que não precisava amputar a perna e que havia um procedimento que seria o suficiente, mas que o custo disso não seria tão baixo. Foi aí que nós travamos uma verdadeira luta e nos últimos dias só tivemos a sensação do quanto Deus é incrível”, contou a mãe.
O que é a doença?
Segundo o médico que acompanha agora Alex, o mesmo responsável pelo procedimento que vai ser feito, o câncer que atinge o rapaz é considerado raro e por isso há certa dificuldade no tratamento. “Se trata de um câncer que atinge o osso, mas que pode acabar se espalhando e atingindo o pulmão. No caso do Alex, especificamente, o câncer ficou só no osso então a proposta de amputação restringiria demais o paciente, pois existe uma outra opção”, disse Márcio Fernando Aparecido de Moura.
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Essa segunda opção dita pelo médico, que é uma técnica de congelamento por nitrogênio, se tornou a especialidade do ortopedista oncológico, que se formou na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e buscou conhecimento no Japão, onde o procedimento foi criado. “É uma técnica que dá a condição de preservar o osso, porque o câncer não atingiu artérias, por exemplo. Basicamente fazemos o congelamento do osso numa temperatura muito negativa, que arrebenta a membrana celular e a congelação mata o tumor. Após isso nós descongelamos o osso e o reposicionamos”.
Márcio, que foi pioneiro em trazer a técnica ao Brasil, já fez o mesmo procedimento em aproximadamente 130 pacientes. “Hoje o Brasil se tornou uma das referências no assunto, junto com o Japão, onde foi criado, e a China. A grosso modo podemos dizer que o procedimento veio para dar uma nova chance a essas pessoas, pois a amputação é algo definitivo e que, muitas vezes, acaba fazendo com que as pessoas troquem uma doença por outra, pois vão precisar de cuidados para sempre. Já através do procedimento, após a recuperação o paciente tem uma vida normal”.
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Bora ajudar?
Através da união dos próprios amigos de Alex, a vaquinha, que antes seria criada para arrecadar dinheiro para comprar a prótese para substituir a perna cortada, mudou de foco: a intenção agora é arrecadar o valor necessário para bancar a cirurgia para justamente evitar a amputação. “Me surpreendeu demais a união dos meus familiares e também amigos. Por mim, já tinha desistido, mas eles não me deixaram desanimar e me mostraram que juntos nós poderíamos conseguir”.
Internado agora no Hospital Nossa Senhora das Graças, outro hospital que também é referência no tratamento de câncer em Curitiba, Alex já tem data marcada para recomeçar sua vida: amanhã. A cirurgia que ele vai passar vai ser demorada, aproximadamente 10 horas de duração, mas vai ser uma forma de fazer com que ele volte a ter sua vida praticamente normal após conseguir retirar o tumor. “Hoje era para ser o dia mais triste da minha vida, mas está sendo o mais feliz”, define Dagmar.
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Por conta da repercussão da vaquinha virtual, Alex conseguiu pouco mais de 69% do valor necessário. Os compartilhamentos do pedido de ajuda, pelo Twitter, chegaram longe e atingiram nomes como Whinderson Nunes, mas foi um jogador da seleção brasileira que surpreendeu com sua atitude. “O atacante Roberto Firmino chegou ao caso do Alex e doou uma parte grande da quantia que precisávamos. Isso nos deu ainda mais força para continuarmos e percebemos que falta muito pouco para nossa conquista”, comentou a mãe do rapaz, emocionada. “Eu já era fã de futebol e gostava do trabalho dele, mas agora não tenho nem palavras”, disse Alex, também emocionado.
Até o fechamento da reportagem, a vaquinha na internet já tinha arrecadado pouco mais de R$ 23 mil dos R$ 34 mil necessários para quitar a cirurgia. E foi justamente por isso que a Tribuna entrou na causa, pois sabemos o quanto a união dos nossos leitores faz efeito quando o foco é ajudar alguém que precisa. Para ajudar, o valor que puder, a doação pode ser feita através do próprio site da vakinha.
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Segunda opinião sempre!
O médico, que é formado desde 1992 e desde 2002 trabalha com essa técnica, afirmou que a segunda opinião médica é sempre muito importante, em alguns casos até essencial. “Principalmente no que diz respeito ao câncer, a segunda opinião é sempre importantíssima. Costumo dizer que é até mesmo algo de praxe, por mais conhecimento que o médico tenha, a segunda opinião é uma forma de compreender a questão como um todo. A medicina hoje encurtou distâncias e barreiras, então o que a gente diz é para que as pessoas busquem a segunda opinião sempre”, concluiu e alertou Márcio Fernando Aparecido de Moura.
Quer ajudar o Alex? Acesse a Vaquinha virtual por aqui!
É possível doar ainda através de depósito no Banco do Brasil, confira os dados:
Alex Silva Toczek
Agência : 1489 3
Conta : 59075 4
Cpf : 108 225 439 82