O parque de diversões de uma geração de curitibanos. Assim, em 2020, o Park Tupã comemora 25 anos desde a primeira vez em que desembarcou na capital paranaense. A diferença de lá pra cá é gigantesca na estrutura – de 12 brinquedos, inicialmente, para 28 carretas. Brinquedos modernos se juntam a outros tradicionais como a montanha russa, roda gigante e o carrossel.
Aliás, você sabia que o carrossel usado pela prefeitura de Curitiba no Passeio Público pertence ao Park Tupã? Esta estrutura, por sinal, funcionará até março.
A história deste parque começa a 526 quilômetros de Curitiba. Na pequena cidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, um jovem de 17 anos buscava trabalho e tentava melhorar a imagem dentro da própria família. Com fama de preguiçoso e sem jeito para a enxada, Hugo Aloisio Mayer, foi obrigado pelo pai a ir até a única oficina mecânica da cidade, mas encontrou no caminho um circo. Sem ter nenhum conhecimento da arte circense, Hugo pediu uma oportunidade e conseguiu uma ocupação na limpeza.
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“Meu avô chegou a falar que eu era a ovelha negra da família e isto ficou marcado na minha cabeça. Consegui o trabalho no circo e lá fiquei nove anos. Tirei até rato da lona, mas passei ao picadeiro. Foi um enorme aprendizado de vida”, relata Hugo, hoje com 69 anos. Em 1977, Hugo acabou conhecendo a mulher que se tornaria sua esposa (Índia Mayer). A família dela tinha um pequeno parque de diversões e após o casamento, a ideia de unir a mobilidade do circo com os equipamentos de diversão virou objetivo.
Como o custo para a aquisição das atrações era alto, o casal vendeu propriedades e até o carro usado pela família. “Para comprar os objetos, nós vendemos uma casa em Laguna, um Chevette e um ponto de táxi em Concórdia. Com o dinheiro, nós adquirimos uma roda gigante de dez cadeiras, um chapéu mexicano, um aviãozinho feito de latão de diesel e um carrossel”, lembra Hugo, que com as novas aquisições inaugurou no mesmo ano o American Parque.
O sucesso com as famílias começou a render frutos com o investimento e o parque com nome americano atraiu a atenção de prefeituras da região Sul e Sudeste. Em 1982, na cidade de Tupã, no interior paulista, os brinquedos foram adesivados com a logomarca do município. O evento ocorreu normalmente, mas as crianças começam a chamar o parque de Tupã. Hugo e Índia gostam do que escutaram e a história se alterou: o American Parque passou a ser o Park Tupã.
Estrutura gigante
Em 1995, o Park Tupã desembarcou em Curitiba pela primeira vez com apenas 12 brinquedos. Inicialmente, ocupou um espaço na Avenida Paraná, no bairro Boa Vista. A procura foi considerada boa pelos proprietários, mas um senhor aconselhou a mudar de local e indicou o terreno ao lado do estádio Pinheirão. No Tarumã, os curitibanos aprovaram a alteração com animação e a rotina de visualizar os brinquedos em janeiro e fevereiro virou rotina. Nos dois primeiros meses do ano, o Park Tupã fica na capital paranaense. Depois segue para Joinville, Florianópolis, Porto Alegre, Blumenau e Ponta Grossa.
Para agradar a todos os gostos e pedidos, o Park Tupã tem hoje 20 brinquedos. Para levar toda uma estrutura pesada como a montanha russa, kamikaze, chapéu mexicano, crazy dance e outra quantidade absurda de ferro, 28 carretas formam o comboio que viaja pela região Sul. Para a montanha russa, por exemplo, são necessários três delas. Além disto, os funcionários possuem trailers e motorhome que acompanham os caminhões.
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“É uma verdadeira operação de guerra. A gente tem uma carreta com alimentação e dormitório e com 30 funcionários. É preciso tirar licença no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) devido ao excesso de peso nas balanças”, confidencia Hugo.
Outra situação diferente é a montagem dos grandes brinquedos. A montanha russa e o Evolution demoram até duas semanas para estarem prontos para o grande público. Na história do Tupã, nenhum acidente grave aconteceu, mas já teve uma pessoa que abandonou o espaço por ficar assustada. “Em União da Vitória, uma mulher estava no túnel do terror. Chegou um momento que ela não aguentou e saiu correndo sem parar. Pessoal de lá brinca que ela fugiu até da cidade. Tivemos casos de desmaios, mas temos funcionários atentos e uma ambulância caso venha a ser necessário. Temos relatórios diários e qualquer tipo de problema é analisado pela equipe de segurança, mecânico e eletricista”, comenta o proprietário.
A estreia do Park Tupã ocorre sempre em um sábado e o custo não é barato. Um novo brinquedo, seja alugado ou comprado, chega a custar R$ 300 mil. Soma-se a isto o aluguel do espaço, alimentação, manutenção das atrações e até mesmo a contratação de funcionários da cidade que ele estaciona.
A perspectiva para a temporada 2020 em Curitiba é positiva e os números estão agradando a direção. Acredita-se que o shopping aberto na região está ajudando a aumentar a bilheteria. “Lá atrai muita gente e os filhos acabam passando aqui na frente. Vamos aproveitar e faço o convite para chegar ao Park Tupã. A gente trabalha muito para você se divertir. Eu infelizmente não posso aproveitar, pois tenho labirintite, mas tudo é recompensado pelo sorriso de uma criança”, concluiu Hugo.
Serviço Park Tupã
Av. Victor Ferreira do Amaral, 2200 – Tarumã (ao lado do Estádio Pinheirão)
Terça a Domingo – R$ 30
Quarta Maluca – R$ 20
Horário: 14h até 21h