O forte temporal que atingiu o Paraná no início da manhã desta quarta-feira (26) trouxe muitos prejuízos para moradores de Curitiba e região. Na capital, as rajadas de vento chegaram a 81 quilômetros por hora, o que derrubou vários postes e árvores. Segundo informações do Horto Municipal do Guabirotuba, divulgadas pela Defesa Civil, pelo menos 50 árvores caíram na cidade.
Uma delas destruiu o muro da residência do empresário Marcelo Domingues, 39 anos, localizada na Rua Brigadeiro Franco, no Parolin. “Um grande susto e prejuízo já previstos. Em setembro liguei para a Copel e falei que os galhos estavam forçando a rede elétrica. Eles vieram, mas a árvore permaneceu do mesmo jeito. E hoje, por volta das 5h, acordamos com um forte estrondo e vimos o muro caindo”, conta.
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Segundo o empresário, que também mantém seu escritório no local, para reparar o muro e a cerca elétrica que foram danificados, serão necessários cerca de R$ 25 mil. “Não tem como deixar aberto, esta região do Parolin é de alta criminalidade. E para trabalhar hoje, alugamos um gerador, que custa R$ 2 mil a diária”.
No local, os bombeiros trabalhavam desde as 6h para remover os robustos galhos da árvore caída, para só depois poderem liberar a rua, que até às 11h30 permanecia interditada nos dois sentidos. Além dos bombeiros, equipes de empresas de telefonia e internet também atuavam para restabelecer os serviços afetados pela queda e rompimento dos fios.
Em toda a cidade
O mesmo problema também afetou moradores em outros pontos da capital. No Mercês, mais uma árvore de grande porte foi derrubada pelas fortes ventos. Esta acertou em cheio o muro da empresa do engenheiro civil Paulo Laporte, 50, na esquina das ruas Desembargador Otávio do Amaral com Júlia Vanderley.
“A queda destas árvores é uma questão de segurança. Além de poderem atingir alguém, olha só o prejuízo que elas causam. Além de parte do muro e da cerca elétrica, que terão que ser consertados, meu escritório vai ficar parado hoje, não temos nada, nem luz ou internet”, diz o engenheiro. Segundo ele, falta cuidado com as árvores. “É fácil identificar quando uma árvore tem problemas e está prestes a cair, falta cuidado da própria cidade com as árvores e com os moradores”, desabafa.
Vizinha dele, a professora Célia Regina Tylyk, 53, conta que esta não é a primeira vez que o problema afeta quem vive nesta rua. “Em dezembro de 1995 uma árvore que ficava próxima à esta derrubada hoje caiu sobre o carro do meu filho, dando perda total. Quando aconteceu, ficamos com medo que esta outra caísse também. Há duas semanas o vizinho da frente fez um protocolo na prefeitura, eles vieram e tiraram só uns galhos e hoje ela caiu. Vivemos com medo sempre que chove ou venta”.
Muito trabalho
Com as chuvas, foi intenso o trabalho prestado pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta quarta-feira (26) em diversos bairros de Curitiba. “Nossas equipes começaram a ser acionadas desde as 6h e a gente está praticamente com 100% do efetivo empenhado aí. Devido ao vendaval, o principal tipo de ocorrência está sendo as quedas de árvores, árvores de grande porte, que caem sobre muros e fazem com que eles venham abaixo, atingindo a rede elétrica e a fiação de telecomunicações e energia”, explica o sargento Vieira, do Corpo de Bombeiros, que com sua equipe prestou atendimento para remover os galhos da árvore caída no Parolin.
Segundo Vieira, após os vendavais, algumas atitudes podem proteger as pessoas. “A principal orientação é com as situações relacionadas aos fios de alta tensão caídos na rua. Nestes casos ninguém deve se aproximar ou tentar remover fio, sob hipótese nenhuma. O correto é acionar a Copel e os Bombeiros, isolar o local, sinalizar e aguardar a chegada do serviço”, recomenda.