A estação-tubo Morretes, localizada na Avenida República Argentina, no Portão, é um dos endereços que quase todo dia tem a porta 4 dos biarticulados invadida pelos pula-catracas. Passageiros e funcionários do transporte coletivo relatam diversos casos e, como se sentem intimidados pelos infratores, ninguém quis ser identificado.
Um cobrador que trabalha como folguista há seis meses conta que existem dois tipos de pula-catracas: aqueles que entram em bando em dias de jogo de futebol e os que invadem em dupla ou sozinhos e ficam à espreita na descida da Rua Morretes. “Quando eles ouvem o ônibus se aproximar, correm e pulam a catraca. E não podemos fazer nada, só anotar mais uma invasão”. Enquanto a Tribuna fotografava as ocorrências, um idoso foi derrubado pelos invasores.
Mas de acordo com o cobrador, a estação-tubo Morretes nem de longe é a mais complicada. “Aqui, na média, são umas três invasões por dia, exceto quando tem jogo. Tem tubos da Avenida República Argentina, que a gente não vence anotar, passam de doze ocorrências por dia”, explica.
Queda
Gestora do transporte coletivo da capital, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) admite que o número de invasões diárias é alto: 660 por dia. Segundo o órgão, há dois anos o número chegava a 1.100 por dia entre 1,7 milhão de passageiros transportados. As ações que visam reduzir o problema envolvem equipes da Guarda Municipal, que trabalham com nove viaturas exclusivas para atendimento do transporte coletivo. Outra ação com esse foco são as câmeras instaladas em todos os terminais e estações-tubo, disponibilizadas para Guarda Municipal, polícia e judiciário.