Curitiba

Família se muda de Rondônia pra Curitiba, para tratar filha com tumor no Pequeno Príncipe

Escrito por Giselle Ulbrich

Como são poucos hospitais no Brasil que possuem experiência em casos raros e alta complexidade pediátrica, Pequeno Príncipe atrai famílias do País inteiro à capital paranaense

A história da dona de casa Fabiana Barreto Peres Andrade, 30 anos, e da filha Cecília, de 3 anos e 8 meses, é muito parecida com a de muitas famílias que passam pelo Hospital Pequeno Príncipe (HPP): seus filhos são diagnosticados com alguma doença rara, que tem tratamento longo ou precisa de cirurgia complexa. Mas nas cidades ou estados onde moram não há hospitais com a competência do hospital daqui. Então, vem a decisão difícil, desesperada e imediata: “Vamos nos mudar para Curitiba!”.

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Assim aconteceu com Fabiana, quando descobriu que Cecília tinha um tumor no cérebro do tamanho de uma laranja. Desde um ano de idade a dor de cabeça da criança era tratada com medicamentos para sinusite, já que o pediatra dava este diagnóstico. Mas as dores aumentaram e surgiram vômitos frequentes depois de uma mudança de rotina da menina (ida à escola). Eles moravam em Vilhena (RO) e a tomografia de cabeça, solicitada por um segundo médico que a família procurou, um otorrino, revelou o câncer no cérebro.

Fabiana e a pequena Cecília vivam em Vilhena (RO) com a família. Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

Fabiana foi encaminhada a um neurologista, que explicou tudo calmamente. “Mas eu acho que ele não me falou tudo, justo para não me fazer pegar a estrada desesperada. Ele me disse que era um tumor benigno e uma drenagem poderia resolver. O médico me deu opções para tratamento lá em Rondônia. Em Porto Velho tem um hospital que possui uma ala pediátrica. Mas o meu sexto sentido dizia para vir a Curitiba”, disse Fabiana, que calmamente comprou as passagem aéreas.

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A mãe conheceu o HPP durante uma visita que fez à capital paranaense, aos familiares de seu esposo, ano retrasado. Cecília ficou doente e precisou de uma consulta simples. Em abril deste ano, quando Fabiana levou Cecília ao Pequeno Príncipe para o que ela pensava que seria apenas uma drenagem, veio o susto e o desespero: a filha tinha um carcinoma de plexo coroide. “Na mesma noite falaram que era maligno e ela teria que fazer quimio e radioterapia. O tratamento poderia durar de cinco a 10 anos”, disse a mãe.

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Com 10 dias internada, Cecília foi para cirurgia, no dia 24 de abril deste ano. Era para ser uma operação de 17 horas, com possibilidade de durar até dois dias. Mas em nove horas os médicos conseguiram retirar todo o tumor. Mas a cirurgia e o tratamento deram certo. A última sessão de quimioterapia de Cecília foi este mês. Algumas impregnações do tumor ainda aparecem nos exames de Cecília e ela ainda fará um transplante de medula, dia 29 de novembro.

A última sessão de quimioterapia de Cecília aconteceu este mês. Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

Mudança

Fazia 10 anos que Fabiana tinha um emprego como assistente administrativa numa empresa de Vilhena. Seu esposo, o Willian Henrique Andrade, 30 anos, saiu da iniciativa privada e tinha apenas 30 dias que havia inaugurado uma barbearia na cidade. Os negócios estavam indo bem e ele estava feliz como autônomo.

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Apesar da vida da família estar estabilizada, o diagnóstico de Cecília fez eles tomarem a decisão de mudarem a Curitiba, sem pensar duas vezes. “A empresa que eu trabalhava entendeu minha situação e fez um acerto, para eu não perder meus direitos. Meu marido vendeu a barbearia e fizemos a mudança pra cá. Hoje eu sou só dona de casa, vivo para a Cecília. Meu marido trabalha como Uber e nós moramos no Pinheirinho”, contou Fabiana, que apesar da diferença de temperatura (lá em Vilhena é muito quente), já se adaptou bem à capital paranaense e não se arrepende da mudança em prol da filha.

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Giselle Ulbrich

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