Por: Daiane Andrade, Paula Weidlich e Raquel Derevecki

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Embora muitos cidadãos de Curitiba e região achem legítima a greve geral, expectativa é de transtornos generalizados. A Tribuna do Paraná foi às ruas ouvir o povo. Confira:

Foto: Aniele Nascimento

“Vai parar a cidade. Não vai ter ônibus e, para quem tem filhos na creche, também não tem lugar pra deixar os filhos pra que essas pessoas possam trabalhar. Eu preciso do transporte público, então ficarei em casa”.

Lourenço Sampaio, 48 anos, funcionário público, morador do Sítio Cercado.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Vou ficar em greve junto com esse pessoal. Está tudo tão difícil, a passagem está cara, então temos que lutar por melhorias”.

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Sandra Moraes Fernandes, 43 anos.

 

Foto: Aniele Nascimento
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“O salão em que eu trabalho vai fechar porque a maioria dos funcionários mora longe. Minha casa é perto dali, mas vou ficar em casa por causa da greve”.

Juliano Kauling, 42 anos, cabeleireiro, morador do Água Verde.

 

Foto: Aniele Nascimento

“A greve vai deixar a cidade de pernas pro ar. Prejudica o comércio e, principalmente, o trabalhador que depende do transporte público e acaba precisando gastar com um serviço particular. Gastar R$ 20 a mais em transporte faz muita diferença, então eu vou trabalhar de bicicleta”.

Lidinalva Gomes dos Santos, 50 anos, empregada doméstica.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Os estudantes ficam sem aula, o comércio é bastante afetado e o funcionário acaba sendo obrigado a gastar com táxi ou Uber, sendo que muitos nem receberam o vale ainda. Eu vou ficar em casa”.

Ileana Caroline Souza, 18 anos, estudante.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Eu acho um absurdo a greve e sou a favor da reforma na previdência para que o sistema não entre em colapso. Como tem muita gente aposentada e poucos trabalhando, a reforma é necessária. Só que eu não culpo os trabalhadores pela greve”.

Bruna Valverde Nabuco, 24 anos, vendedora desempregada, moradora de São José dos Pinhais.

 

Foto: Aniele Nascimento

“É muito complicado quando tem greve porque eu preciso do transporte público pra vir trabalhar no Centro porque a empresa onde eu trabalho não vai parar. Então eu sou prejudicada”.

Sara Talita Barbosa, 23 anos, operadora de telemarketing, moradora do Caiuá.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Sei que vai ser um dia complicado porque eu dependo do ônibus pra trabalhar e terei que gastar quase R$ 40 pra vir com transporte privado, mas é válido se mobilizar para conseguir nossos direitos”.

Alan Borges, 24 anos, auxiliar administrativo, morador do São Braz.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Eu acompanhei a ditadura e aproveitei minha juventude para lutar por muitos direitos que os jovens de hoje têm. Então, vocês têm que lutar também pra ter serviços melhores e pra que não tirarem a chance de aposentadoria de vocês. Imagine se eu tivesse que trabalhar mais 10 anos pra me aposentar. Tenho diabetes, sofro com diversas outras doenças, vivo no médico e tenho dificuldades pra caminhar. Seria impossível chegar à aposentadoria”.

Arapoan Luiz Arruda, 63 anos, aposentado.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Essa greve vai prejudicar muita gente, mas temos que protestar porque só assim conseguimos mudanças. Eu trabalho desde os 14 anos e não quero morrer antes de me aposentar, então preciso fazer alguma coisa hoje para que essa reforma não entre em vigor, mesmo que eu fique sem o posto de saúde por um dia”.

João Miguel, 32 anos, morador do Capão da Imbuia que sofre com uma fratura na coluna e diabetes.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Nós já somos aposentados por idade e tempo de serviço e sabemos que tivemos que trabalhar muito pra conseguir chegar aos 30-35 anos de luta. Então, não queremos que nossos filhos e netos precisem labutar por 50 anos pra conseguir esse direito. Vamos lutar por eles e apoiamos a greve pelo bem deles, mesmo que fiquemos sem ônibus ou posto de saúde”.

João Maria Freitas, 67, e Maria dos Santos Freitas, 66, moradores do Bairro Alto.

 

Foto: Aniele Nascimento

“A greve acontece porque os que estão em cima só pensam neles. Aí todo mundo sofre por causa disso”.

Margarida de Oliveira Garcia, 53 anos, moradora de Almirante Tamandaré.

 

“Eu apoio a greve porque o povo tem que se mobilizar pra conseguir mudanças, melhores condições de trabalho e de vida”.

Wilson Bueno de Souza Junior, 37 anos, vendedor.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Estava na hora de fazermos alguma coisa pra mudarmos essa situação. Eu não entendo pra onde vai nosso imposto porque tudo é caro e os serviços são ruins. Precisamos lutar por melhorias!”

Jhonatan Rodrigues, 22 anos, pintor.

 

Foto: Aniele Nascimento

“É uma luta conjunta e, se der resultado, vai mudar pra todo mundo. Eu uso muito os serviços dos bancos e isso vai me prejudicar, mas acredito que a causa é válida”.

André Leonardo de Deus, 27 anos, empresário.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Essa greve vai me afetar pelo transporte coletivo e fechamento da agência que eu trabalho. Terei que ir trabalhar de portas fechadas e ainda corro o risco de não receber por esse dia porque falaram que vai ter corte de ponto, mas concordo que temos que fazer greve”.

José Airton Silva, 51 anos, bancário.

 

“Com greve ou sem greve, eu não tenho onde trabalhar. Está muito complicado. Imagine quantos anos eu terei quando completar 50 anos de trabalho sendo que nem tem emprego. Estou há dois anos procurando”.

Leandro Conceição, 35 anos, porteiro desempregado, morador do Caiuá.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Ficar aqui no Brasil está muito difícil. Estou há dois anos tentando conseguir um emprego pra comer e pagar aluguel. Venho todo dia na Agência do Trabalhador e estou vivendo só com alguns bicos”.

Dornave Tity, 29 anos, haitiano que está procurando emprego desde 2015.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Eu virei pra loja, mas se os funcionários não conseguirem vir, teremos que fechar porque é inseguro ficar sozinho na empresa. Isso vai nos prejudicar bastante porque a situação já está bem ruim”.

André Marcel Barbosa de Farias, 36 anos, proprietário de uma loja no Centro.

 

Foto: Aniele Nascimento

“Estava falando com meus funcionários sobre a greve porque alguns não terão transporte pra vir trabalhar. A empresa já teve um prejuízo grande no mês passado e agora vai piorar. Só nos resta colocar tudo nas mãos de Deus”.

Rita Youssef, 69 anos, proprietária de uma loja no Centro.

 

Foto: Felipe Rosa

“Tem que fazer greve mesmo, eu apoio. Os professores trabalham e por isso, devem receber e lutar por seus direitos. Em sala, alguns alunos são contra, mas eu acredito que os professores estão certos”.

Gabriel Piochi, 18 anos, estudante do ensino médio.

 

Foto: Felipe Rosa

“Se ficasse sem salário ou sem receber meus diretos como profissional também faria greve”.

Júlia de Paula, 16, estudante do ensino médio.

 

Foto: Felipe Rosa

“A reforma do ensino médio não foi debatida entre os alunos, assim como aconteceu com os professores, com as novas medidas. São questões que não se encaixam. Como querem fazer estas mudanças e flexibilizar o Enem e o ensino médio, sem debater?”.

Ariel Pereira, 16, estudante do ensino médio.

“Eu estou um pouco preocupado porque ninguém sabe direito o que vai acontecer. O que eu acho é que o trânsito vai carregar bastante sem o transporte público e, com isso, complica para circular pela cidade”.

Fabiano Zelaski, 42 anos, motorista do Uber.

 

“É uma vergonha tudo isso que está acontecendo! Não adianta nada fazer isso. Enquanto todo mundo protesta amanhã, lá em Brasília eles estão deixando passar o caixa dois no financiamento de campanhas eleitorais. É lá que o protesto tem que acontecer, contra essa corja de políticos corruptos”.

Auro Jorge Serpe, 52 anos, marceneiro e pai de aluno da rede pública estadual de ensino.

 

“Eu concordo com essa paralisação porque as pessoas têm que lutar pelos seus direitos. Já a greve dos professores complica, porque ninguém tem ideia de quanto tempo vai durar e isso prejudica os estudantes. É tudo um problema só e essa crise é proposital. Eu sei que o mesmo vem acontecendo em outros países da América Latina e, para mim, isso é uma estratégia para vender essas nações para os Estados Unidos”.

Oscar Bragone, 74 anos, aposentado e pai de aluno da rede pública estadual de ensino.

 

“Para os taxistas, se isso realmente acontecer vai ser um dia de alívio no meio do caos. Porque sem ônibus, o movimento de passageiros deve aumentar de 30% a 50% e, assim, nós melhoramos os nossos ganhos”.

Ney Ubirajara Camargo, 54 anos, taxista.

 

“A mobilização não vai afetar muito a minha rotina. Claro que o trânsito fica mais carregado e isso é ruim, mas de bicicleta é melhor para ir e vir. E tem mais: na minha opinião, muita gente que encarar a dificuldade para ir ao trabalho, por exemplo, pode acabar optando pelo uso da bicicleta, que é muito mais sustentável”.

Leandro Roedel Alves, 23 anos, biker de entregas.

 

“O tumulto por causa da falta de ônibus é certo. Muita gente vai se obrigar a usar carro, e isso impacta nos estacionamentos particulares. Para o patrão é bom, porque são mais clientes. Mas para os funcionários acaba sendo só mais trabalho”.

Elizeu Trissoti, 55 anos, manobrista.

 

“Eu trabalho na igreja e, por causa da paralisação, a maioria das pessoas não vem trabalhar. Eu sim. Normalmente uso o transporte coletivo, mas para não prejudicar a paróquia, já decidi que virei a pé mesmo. Vão ser uns 20 minutos de caminhada, e a diferença é que vou mudar de tarefas”.

Claudionora Conceição dos Santos, 65 anos, padeira.