Curitiba

Calma ou estressada?

A primeira Via Calma de Curitiba, que fica na Avenida Sete de Setembro, entre a Rua Mariano Torres e a Praça do Japão, ainda não é o espaço preferido dos ciclistas que passam pela região. Muitos ainda optam pela canaleta exclusiva dos ônibus e motoristas reclamam que o espaço preferencial cria filas e congestionamento. Quem utiliza a faixa afirma que os condutores não respeitam a área e que falta divulgação e orientação sobre as regras.

Fabiano Henrique Uller, que é segurança e trabalha na Sete de Setembro, conta que nos horários de maior movimento é comum o desentendimento entre condutores e ciclistas. “Os carros não respeitam a faixa e quando os ciclistas reclamam, eles ignoram e ameaçam. Já presenciei diversas brigas, nunca agressões, mas teve motorista que quis descer do carro”.

Outro problema relatado é a parada na faixa para embarque e desembarque. Fabiano afirma que nunca viu um acidente, mas porque os ciclistas não abusam na velocidade. “Eles freiam praticamente em cima dos carros. Se tiver um pouco mais rápido, não consegue parar”.

O segurança diz que também utiliza a bicicleta como transporte em alguns dias, mas tem medo de ser atropelado, pois os motoristas não respeitam as faixas vermelhas, que indicam preferência aos ciclistas.

Valdir Gonçalves do Amarante trabalha em um estacionamento na mesma rua e afirma que já presenciou alguns motoristas saindo do estabelecimento falando ao celular. “Muitos não têm atenção. Não olham pra ver se tem pedestre ou ciclista se aproximando”.

O analista de sistemas Gabriel Furtado passa diariamente pela região e faz uma crítica. “A pista que já era apertada, agora só passa um carro de cada vez. O congestionamento aqui é terrível”. Gabriel também diz que não sabe como funciona a faixa preferencial. “Não vi nenhuma propaganda, não sei se pode entrar no espaço. Eu acho 30 km/h muito baixo (velocidade permitida para os carros), mas não sei se serei multado ao ultrapassar essa velocidade”.

O fotógrafo Tiago Loyola Oliveira da Silva afirma que conheceu recentemente a via calma e que gostou do espaço. Apesar de não ter passado muitas vezes, ele trocou a canaleta dos ônibus pela faixa das bicicletas. “Só hoje eu passei duas vezes, dos dois lados e foi bem tranquilo”.

Hugo Cesar Galvão, funcionário de um estacionamento, também é favorável ao projeto por acreditar que pode organizar melhor o trânsito, mas acredita que falta mais divulgação. “Os guardas municipais deixaram panfletos para entregar aos clientes (do estacionamento)”.

Incompleto

A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informa que o lançamento da Via Calma já deveria ter acontecido, mas por problemas no asfalto da Avenida Sete de Setembro, obras estão sendo realizadas e os ônibus precisam trafegar pela pista lateral, sendo impossível dividir o espaço com os ciclistas. A conclusão deve ocorrer até 10 de junho e após esta data, haverá o lançamento do espaço e campanhas para divulgação.

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– Você já circulou pela Sete de Setembro depois da implantação da via calma?

– Concorda com a preferência para as bicicletas na avenida?

– A velocidade de 30 km/h é a ideal para o trecho?

Sobre o autor

Pedro Menck

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