A adrenalina é alta. Visíveis, a alegria e o entusiasmo coletivos contagiam até quem observa de longe e escuta a música ambiente misturada aos risos empolgados dos presentes. Falando assim até parece que estamos falando de uma balada ou show mas, na verdade, estamos descrevendo os momentos antecedentes à largada de uma prova de corrida de rua. Se você nunca participou de nada parecido e tem vontade de se inscrever, ou já é macaco velho das pistas, o calendário de corridas de Curitiba para 2019 traz inúmeras oportunidades para quem pretende bater os cinco, dez, quinze, 21 ou 42 quilômetros. Só para primeiro semestre, pelo menos 15 provas já estão confirmadas e, para te dar um empurrãozinho e incentivar a colocar o pé na rua, a Tribuna conversou com curitibanos “gente como a gente” que encontraram na corrida mais que uma prática esportiva: um verdadeiro estilo de vida.

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“Bora viajar mais em 2019, correr mais e ser mais feliz”. A postagem publicada no final de dezembro no perfil @nomadescorredores, do Instagram, expressa o desejo do casal titular da conta, Fernanda Takahashi e Vinícuis Boreki para este ano. Adeptos e entusiastas da corrida de rua, os jornalistas colecionam medalhas conquistadas ao longo de 8 anos e muitos, mas muitos quilômetros percorridos. No período, além das corridas do calendário local, o casal já participou de provas longas nos Estados Unidos e Canadá e também de algumas maratonas Brasil afora.

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O que começou como “brincadeira”, hoje faz parte da rotina que eles, segundo Fernanda, não conseguem e nem pretendem mais abandonar. “Treinamos de duas a três vezes por semana, correndo de 5 a 10 quilômetros, dependendo do dia. Mas nem sempre foi assim. No começo eu corria 1 minuto e andava 4. Era mais pra brincar e ver até onde a gente conseguia ir”, conta a jornalista que admite ter encontrado no próprio fôlego um dos principais obstáculos para correr. Unindo o útil ao agradável, a dupla arriscou os primeiros trotes no caminho de casa até o trabalho em meados de 2010, num trajeto de aproximadamente cinco quilômetros, do bairro Capão Raso (onde moravam) até o Água Verde. “Depois criamos o hábito de correr nos parques, mas até então, a gente corria mais por recreação. Em 2016 começamos a levar mais a sério, com acompanhamento profissional, preparo físico e nutricional. A partir daí não paramos mais”, revela.

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Quem não conhece, ao ler a história dos dois, imagina o típico casal “fitness mimimi”, mas na realidade, Fernanda e Vinícius são o oposto disso: bem “gente como a gente”. Defensores da corrida saudável e amantes da boa gastronomia, por meio das redes sociais o casal deixa bem claro que levar o esporte a sério não precisa ser sinônimo de abandonar as coisas boas da vida. “A gente corre por prazer e por saúde, acima de qualquer questão estética. Os resultados acabam vindo naturalmente com a prática e, para ter resultados, não é preciso abrir mão de comer coisas gostosas”, afirma Fernanda. Fãs de pizza, hambúrguer, churrasco, cervejas artesanais e boas sobremesas os jornalistas conciliam alimentação e treinos sem frescura nenhuma, traduzindo da melhor forma o estilo de vida democrático que levam por meio dos perfis @nomadecorredores e , usados como forma de divulgação dos quilômetros e das gostosuras que encontram pelo caminho, nessa ordem.

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.

Correndo em grupo!

No mesmo campo de pesquisa usado para localizar as contas dos jornalistas no Instagram, outro perfil chama atenção. Igualmente democrático, o @insanerunningcrew é o primeiro grupo aberto de corredores de Curitiba. Idealizado pelo atleta de elite e advogado, Davi Xavier da Silva Neto, 34, o grupo, ou “crew” – como é chamado – promove corridas livres, sem trajeto, ritmo ou quilometragem certos, recebendo a cada “corre”, públicos de todas as idades e condicionamentos físicos, sem cobrar nada. “A gente marca a corrida pelas redes sociais, se encontra e sai correndo. Simples assim. Basta chegar”, explica Davi que, ao lado de outros dois amigos também atletas – fica responsável por puxar o bonde pelas ruas da cidade em trajetos que podem variar de 6 a 8 quilômetros. “A ideia é fazer tudo de forma divertida, de um jeito que você chegue no fim do trajeto sem nem perceber que correu tudo aquilo”, explica o advogado.

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Munidos de apitos, perucas coloridas, alto falantes e caixas de som, os “instrutores” transformam cada corrida numa verdadeira algazarra, orientando os participantes pelo caminho. “A regra é jamais deixar ninguém pra trás. Por isso a cada trecho percorrido a gente volta pra ‘buscar’ o pessoal que não consegue acompanhar os mais rápidos”, explica. Comuns entre corredores de países como França, Estados Unidos e Londres, as “crews” viraram tendência nos últimos anos ao redor do mundo.

Em Curitiba, Davi começou a Insane Running Crew (que traduzida para o português significa “equipe de corrida insana”) em 2016, tendo em vista incentivar esportistas amadores a correrem em grupo, de forma descontraída e sem as pressões normalmente associadas ao esporte, bem conhecidas pelo advogado, diga-se de passagem. Corredor de alta performance, Davi desenvolveu a paixão pelo esporte ainda na adolescência, por vontade própria. Depois de 1999, quando participou da sua primeira maratona, o atleta nunca mais parou sendo, hoje, figura conhecida no reduto de corridas de Curitiba.

Aos que desejam começar a correr esse ano, ou já arriscaram os primeiros quilômetros nas pistas e querem ir ainda mais longe, o atleta recomenda paciência. “É importante ir com calma, principalmente no começo e, se possível, fazer um acompanhamento profissional junto para evitar lesões”, finaliza.

Dica do profissional para corrida!

Se você já tentou e desistiu ou tem medo de começar por achar que a corrida não é para você, o educador físico e fundador da primeira assessoria especializada em treinamento funcional do Paraná (CF Trainer), Leonardo Dambiscki, 33, aconselha: vale rever seus conceitos. “A corrida é um esporte que traz inúmeras vantagens a quem pratica, como melhora da circulação e da condição cardiopulmonar. Isso a curto prazo”, diz. Defensor da prática, o profissional recomenda alguns cuidados, principalmente no começo. “Recomendamos sempre ao aluno procurar respaldo médico no início para sabermos as condições do coração, pulmões e circulação. Com base nisso, é possível organizar treinos específicos para o aluno, de acordo com seus objetivos e possibilidades”, diz.

Confira o calendário de corridas de rua de Curitiba para 2019!

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