A história do café começou no século IX e, hoje em dia, consumir o produto se tornou muito mais do que um simples ato de tomar uma bebida qualquer. Para muitos, o café é uma arte e possibilita muitas experiências sensoriais. Mas não é novidade para ninguém que, nem sempre, o preço cabe no bolso, certo? Foi pensando nisso que uma empresária, ao abrir uma nova unidade de sua cafeteria, resolveu testar um jeito novo de vender o ‘pretinho básico’ e permitir que mais clientes possam consumir o produto.
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A ideia surgiu para brindar a abertura da nova unidade da Fábrica Cafeteria, que vai ficar na Avenida Vicente Machado, bem na esquina com a Rua Desembargador Motta, no Centro de Curitiba. “Já vínhamos pensando nisso há seis meses, quando começamos a repaginar a loja, que era uma hamburgueria, e fizemos a junção com a cafeteria, pois as pessoas estavam pedindo bastante”, contou Bruna Gonçalves.
Como o perfil dos clientes que passam pelo Centro de Curitiba é diferente, Bruna e o sócio, Márcio Ceschin, sentiram que poderiam ousar e botar um segundo projeto em prática. “Já até existem lugares onde o café é pago conforme a pessoa pode, mas nós queríamos dar um propósito a isso. Pensamos que seria muito legal que as pessoas do Centro, que é um público bem diversificado, pudessem passar e tomar um café da forma que pudessem naquele momento, pois sabemos que a situação financeira das pessoas pode mudar conforme o mês, por exemplo”.
E quanto vale o café?
A partir de hoje, quando inaugura oficialmente a cafeteria, junto à hamburgueria, quem passar pelo espaço vai poder escolher quanto vale o café expresso. “O valor que a gente cobraria é o sugerido, de R$ 4,50, mas a ideia é que as pessoas paguem quanto elas acham que vale. Pensando no próximo ou em si mesmas, elas vão poder decidir, naquele momento, quanto vão poder pagar”, explicou Bruna.
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Desde que resolveu colocar a ideia em prática, muitas surpresas já foram surgindo. “O nosso primeiro cliente, que pagou quanto achava que valeria, deu R$ 5. Isso para a gente foi uma resposta muito positiva, porque tem gente das mais diferentes classes no Centro e a nossa ideia é fazer com que todo mundo que entre seja atendido da mesma forma”, detalhou a empresária, destacando que a ideia vai valer por um mês, mas pode continuar. “Se der certo, seguimos com o plano”. E quem é sócio do Clube Gazeta do Povo tem 20% de desconto na nova cafeteria.
Pensando além
O propósito dos empresários é fazer com que todo mundo possa ter a experiência de tomar um bom café. “Queremos que todo mundo tenha essa experiência junto com a gente. Temos muitos produtos com preço melhor, mais em conta, mas a ideia é pegar quem está trabalhando na região, do auxiliar de limpeza ao executivo de uma empresa, por exemplo. Trabalhador a gente sabe que às vezes está mais apertado naquele mês, então queremos que ele também se sinta à vontade de saber que pode pagar quanto puder naquele momento”.
Por estar localizada numa área bem comercial, a cafeteria segue o mesmo padrão que já tinha a hamburgueria, que continua funcionando normalmente. “Com o hambúrguer nós já tínhamos uma questão mais acessível, até para abranger mais gente possível. E o café nós resolvemos ousar e tentar. É um risco que assumimos, porque pode ser que levemos prejuízo, mas o que a gente viu é que as pessoas vão abraçar a causa. Muita gente entrou em contato, gente que nem bebe café, mas que quer ajudar e tudo mais. Queremos que as pessoas não só passem pela calçada, mas que entrem e tomem o café aqui com a gente e conheçam a ideia”, comentou Bruna.
A expectativa é que as pessoas realmente abracem a ação como uma causa e não simplesmente como uma forma de economizar ao tomar aquele cafezinho pela manhã.
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“Espero tocar o coração das pessoas, que abracem a causa. Quero muito que todos entendam que estarão envolvidos no mesmo projeto: quem paga a mais, quem paga o valor sugerido, quem paga menos e a gente, que está assumindo o risco. Se funcionar bem, quero colocar essa forma de pagamento em toda a categoria de cafés. Vamos arriscar e ver se vai dar certo”, concluiu Bruna.