Caída nos fundos do Terminal Cachoeira, em Almirante Tamandaré, a placa que anuncia a reforma do local não convenceu os passageiros e trabalhadores do sistema de transporte coletivo. Sem o lembrete de que o espaço passaria por uma revitalização, muitos até se esqueceram do projeto enquanto convivem com as condições precárias do terminal de ônibus.
A situação da placa, que antes de cair durante um vendaval ficava ao lado da entrada para pedestres, é apenas um dos problemas no terminal. Mesmo recebendo aproximadamente 20 mil passageiros que chegam diariamente por pelo menos dez linhas de ônibus que atendem Almirante Tamandaré e Curitiba, a estrutura pequena não comporta o grande movimento, especialmente nos horários de pico. É comum filas de coletivos se formarem para fora do espaço, enquanto os usuários ficam aglomerados.
O principal problema está nas condições dos banheiros, que inviabilizam o uso, especialmente pelas usuárias e funcionárias mulheres. “É imundo. A gente evita ao máximo e só usa quando não aguenta mais. Não tem torneira e a tranca não funciona”, conta uma cobradora, que preferiu não se identificar. Ela disse que já teve infecção urinária por causa da situação. A solução é usar uma torneira que fica para fora do terminal, mas junto a uma área com bastante sujeira e acúmulo de lixo. “Não tem condição, não tenho coragem de entrar só pelo odor que vem lá de dentro”, comentou uma passageira.
A segurança também deixa a desejar. Mesmo com guardas na entrada do terminal, é difícil conter baderneiros e vândalos que invadem e depredam o local. De acordo com a cobradora, os assaltos são comuns. “Volta e meia alguém quebra o vidro da nossa guarita e ninguém faz nada”, conta.
Expectativa
Mesmo sem saber quando as obras irão começar, os usuários especulam quais melhorias a reforma pode trazer. “Seria ótimo. Precisa aumentar as linhas que passam por aqui. Eu tenho que vir andando até o terminal porque o ônibus não passa depois das 8h”, comenta a auxiliar de serviços gerais, Luciana Rodrigues.
Até os taxistas que trabalham no ponto em frente ao terminal esperam ansiosos pela reforma. Só assim será possível fazer melhorias para o espaço onde eles recebem os clientes, a maioria, inclusive, que sai do terminal. “Isso afeta a gente. Não podemos fazer nada aqui porque não liberam enquanto não reformarem o Cachoeira”, comenta o taxista Pedro Kammers. “E aqui é um perigo, sempre tem acidente na entrada para os ônibus”, completa Elias Souza Granato Jr.
Eles também consideram as condições do terminal precárias. “Podemos usar o banheiro depois que o terminal fecha, mas não dá, é horrível”, comenta Daniel Rezende da Silva.
Sem previsão
Os Caçadores de Notícias procuraram a prefeitura de Almirante Tamandaré e com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), o órgão do governo do estado responsável pelo transporte metropolitano. Não houve resposta até o fechamento desta edição.
De acordo com uma matéria publicada no site do governo do Estado, o protocolo de intenções para a reforma e ampliação do Terminal Cachoeira foi assinado pelo governador Beto Richa e o prefeito de Almirante Tamandaré, Aldinei Siqueira, no dia 1.º de abril deste ano. O investimento divulgado na época é de R$ 1,5 milhão, recursos da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Urbano. O texto, no entanto, não divulga a previsão para o início das obras.