Alegria no hospital

Acostumados a salvar vidas e a atuar em casos especiais, como aqueles em que há vítimas desaparecidas na mata ou presas em escombros, os bombeiros e os cães de busca e salvamento do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, tiveram uma missão especial na manhã desta terça-feira (10): a de trazer alegria, carinho e esperança para as crianças internadas no Hospital Universitário Evangélico, em Curitiba.

Durante a visita, feita quase às vésperas do Dia das Crianças, além dos oficiais da unidade de elite do Corpo de Bombeiros que distribuíram frutas e pipocas para as crianças, que fez sucesso mesmo entre os pequenos e seus familiares foi a presença de três dos oito cães do Gost, que levam pelo menos dois anos para serem treinados. Pelos corredores e quartos do hospital, Thor -o simpático Golden Retriever de cinco anos, Suzy – a animada filhote de labrador de um ano e meio, e Jane – uma bloohound de 11 anos, que já está aposentada, arrancaram muitos sorrisos e ainda posaram para as fotos.

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

Segundo o capitão Daniel Lorenzetto, comandante do Gost, a atividade com as crianças é algo recompensador para todos os envolvidos. “Com os nossos cães, o objetivo é aproximar o bombeiro do hospital e das crianças, para trazer um momento de felicidade e ajudar no processo de melhora delas. Assim, a gente consegue fazer brincadeiras e receber sorrisos. É bem legal para nós e para as crianças”, revelou o capitão.

Festa

Para a vendedora Lea Martins Gonçalves de Farias, 28, mãe do pequeno Kaleb, de sete meses, a iniciativa está mais do que aprovada. “Eu acho legal, criança gosta de bichinho. Hoje ele vai fazer uma cirurgia e ficou sem comer, foi uma distração para ele ver os cachorros, deu uma animadinha”, contou a mãe.

Quem também aprovou a vinda dos cães foi menino Eduardo Lourenço, que se encantou com a veterana Jane e com sua réplica em pelúcia, mais um presente dado pelos bombeiros às crianças. “Ela é muito linda. E o cachorrinho é igualzinho, eu tenho um pit bull chamado Zig, mas também queria ela para mim”, disse ao lado de sua mãe, a dona de casa Jucimara Ribeiro Lourenço, 40.

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

“Ele está mais animado e alegre. Faz bem para a criança, eles gostam de cachorro. Ele tem o Zig e está com saudades. Através dela (da Jane) ele ficou mais feliz. Estas visitas animam as crianças, já que não é fácil (estar no hospital)”, contou Jucimara.

Para o pintor Vagner de Oliveira Rodrigues, 32, pai da Yasmim Gabis Rodrigues, 6, os cães trouxeram mais ânimo para a garota, internada desde que sofreu um acidente. “Graças a Deus ela recebeu alta hoje. No domingo ela caiu da cama elástica, quebrou o braço e teve que fazer uma cirurgia ontem. Hoje vim buscá-la. Ela ficou bem mais animada para ir embora agora e até ganhou um mascotinho do Corpo de Bombeiros”.

Internado há 23 dias, após se queimar tentando fritar um hambúrguer, José Ribeiro, 11 anos, também festejou a visita dos cães do Gost, que vieram até seu leito, na ala de queimados do Evangélico. “Bem legal (a visita), fiquei feliz”, disse ele. E sua mãe, a operadora de caixa Ana Eli Ribeiro, 38, completou. “Foi um dia especial, ainda mais que ele recebeu alta. Esta foi nossa última visita aqui. Ele gosta muito de bicho e ficou muito feliz”.

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

Sem riscos

De acordo com a pediatra que atua na coordenação da residência do Hospital Evangélico Janayne Mançaneira, a presença dos animais em ambiente hospitalar é benéfica e segura. “Eles estão fora do ambiente deles, fora de casa, quando os cachorros vêm, eles se sentem mais à vontade e acabam saindo do leito, indo brincar com estes cachorros. E isto ajuda bastante. E eles são preparados para estar aqui, não tem nenhum perigo ou risco para as crianças, pelo contrário, os cachorros só trazem coisas boas”.

Opinião também defendida pelo médico cirurgião plástico na ala de queimados no Hospital Evangélico José Luiz Takaki. “O psiquismo da criança muda com este tipo de visita. É uma coisa diferente que tira aquele ar de hospital, onde ela está sempre associando isto ao tratamento e a dor. O tratamento da queimadura é muito doloroso. Ela é obrigada a ficar aqui durante o tratamento, pois os curativos são feito sob anestesia. Ela fica fora de casa, se for uma queimadura de segundo grau, fica 15 dias. Se for de terceiro grau com enxerto, ela passa de um mês aqui, é importante que ela tenha este tipo de atividade”.

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