Bebê de fibra

Lorenzo tem apenas 11 meses de idade, mas já enfrentou diversas batalhas em seu curto período de vida. Nascido pré-maturo após uma gestação de alto risco, o filho da fisioterapeuta Letícia Bisinella Fanini Silva, 33 anos, e do autônomo Leandro Garbuio Thur, 31, tem microcefalia, além de más-formações nos órgãos respiratórios e auditivos, nos rins e no coração.

Por causa de suas condições de saúde, permaneceu por seis meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sofreu paradas cardíacas e respiratórias e teve pneumonia mais de 15 vezes. Felizmente, o quadro atual de Lorenzo é estável, mas seus pais têm altos gastos mensais para manter seu bem-estar. O bebê se alimenta por sonda, respira através de uma traqueostomia – orifício aberto na garganta para a passagem do ar – e necessita de consultas periódicas com médicos de 14 especialidades diferentes. Uma auxiliar de enfermagem acompanha a rotina de Letícia nos cuidados com o filho.

O pequeno Lorenzo se alimenta por sonda, respira através de uma traqueostomia. Foto: Felipe Rosa
O pequeno Lorenzo se alimenta por sonda, respira através de uma traqueostomia. Foto: Felipe Rosa

Ele recebeu alta do hospital no fim do ano passado. “O Lorenzo veio para casa no dia 24 de dezembro. Foi nosso presente de Natal”, conta a mãe. A recomendação dos médicos é que os pais aguardem seu quinto aniversário para então fazer as cirurgias corretivas, principalmente das vias aéreas. O bebê ainda não recebeu um diagnóstico fechado, mas suas condições nada têm a ver com o zika vírus. “O tipo de microcefalia do Lorenzo é a veras, que não causa nenhum comprometimento neurológico. Isso é o que mais nos dá esperanças, porque a parte mental, cognitiva, não foi afetada. Quando ele me der tchauzinho para ir pra escolinha pela primeira vez será o dia mais feliz da minha vida”, declara Letícia.

Custos elevados

O casal sabia que o filho nasceria prematuro, mas não imaginava as batalhas que estariam por vir. “Eu estava preparada para ser mãe de um bebezinho que ia ficar na incubadora ganhando peso. Quando ele teve de fazer a traqueostomia, com 70 dias de vida, é que a ficha caiu”, relembra. Por um sábio conselho da sogra, o pai fez um seguro de saúde no dia seguinte ao nascimento de Lorenzo. Mas há diversos gastos que o convênio não cobre. Os pais já tiveram de entrar na Justiça contra a empresa, que continuamente dificulta a cobertura de exames e procedimentos, além de interromper o suprimento de remédios e materiais alegando que estão em falta.

“Desde que o Lorenzo veio para casa, gastamos de R$ 3 mil a R$ 10 mil por mês. Nossa conta de luz subiu mais de seis vezes, porque o aspirador da traqueostomia e o oxigênio são elétricos. Tive de deixar de trabalhar fora e meu marido é autônomo no setor de cosméticos, que foi muito afetado pela crise”, diz Letícia.

Foto: Felipe Rosa
Família de Lorenzo gasta entre R$ 3 mil a R$ 10 mil por mês. Foto: Felipe Rosa

Amigos, conhecidos e até desconhecidos do casal têm se empenhado para ajudar como podem. Um grupo foi criado no Facebook para divulgar os avanços da criança e reunir quem deseja colaborar. Lá, são anunciados os eventos organizados em prol de Lorenzo, além de rifas e outras iniciativas. “Ele é um bebê muito forte, passou por tudo o que já passou e está sempre alegre. Uma pediatra já nos disse que ele parece ser uma criança muito feliz. Isso é o que nos dá força.”

Para ajudar, acesse o facebook Todos Pelo Lorenzo

 

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