A banda curitibana Cidrais, formada por três irmãos que começaram a tocar quando a mãe foi diagnosticada com câncer, foi a única paranaense selecionada para participar de um projeto nacional de aceleração de carreiras da operadora Oi e do Estúdio Toca do Bandido, onde, por exemplo, O Rappa! já gravou um trabalho acústico.
O projeto se chama Aceleração Musical LabSonica, e a Cidrais está na lista de 21 músicos e bandas independentes selecionados entre os 900 artistas de todo o Brasil que se inscreveram. A etapa atual é de capacitação dos músicos para um festival online que será realizado com todos eles nos dias 14, 15 e 16 de agosto, quando apenas seis escolhidos vão permanecer para acelerar a carreira até o fim do projeto.
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Os curadores do LabSonica e da Toca do Bandido tiveram como critérios de seleção o potencial e a diversidade dos artistas, que foram escolhidos de norte a sul do Brasil. “Os gêneros musicais também são os mais diversos, teremos artistas do hip hop, rock, MPB, indie e pop”, explica Felipe Rodarte, produtor musical da Toca do Bandido e do edital.
Aí, o que contou para a escolha da Cidrais foi a performance, o carisma e a sensibilidade artística das composições da banda, que lembram um pouco o estilo da Banda Mais Bonita da Cidade, com músicas calmas e harmônicas, repletas de poesias e arranjos vocais. Os irmãos se juntaram para compor quando a mãe teve câncer, em 2016. Ela faleceu em 2018. Durante o tratamento, a banda realizava apresentação no Hospital Erasto Gaertner. “Não formamos uma banda para nos tornarmos famosos, mas para nos expressarmos. Com a pandemia, estamos mais próximos de novo e estamos nos inscrevendo em vários projetos”, explica o ator e vocalista Binho Cidral, 28 anos, irmão mais velho do trio.
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Os outros dois irmãos integrantes são a vocalista Larissa Cidral, 22 anos, e o violonista e arranjador Vinicius Cidral, 24 anos. A Larissa é psicóloga e o Vinicius estudante de Direito. Ambos tiveram contato com a música porque a mãe tinha uma empresa de telemensagens e serenatas. “Convivemos com muitos músicos que trabalhavam no ramo. Mas só fomos perceber mais tarde essa influência, pois na família ninguém era músico”, disse Binho. Ele ainda conta que só depois da banda descobriram um tio maestro na banda da Polícia Militar. “Não tínhamos contato. Mas, agora, ele apoia. O carro antigo amarelo que aparece no clipe oficial da Refúgio (abaixo) é dele”, agradece.
A Cidrais costumava se apresentar em locais alternativos de Curitiba. “A proposta nunca foi nos tornarmos músicos da noite”, conta Binho. Desde 2016, o grupo posta suas músicas nas redes sociais. A ideia é transmitir o que eles sentem. No site da banda, inclusive, a frase de destaque é: ” Um coletivo de irmãos ou uma banda de arte”. Este ano, antes da pandemia, havia diversos projetos para shows que foram cancelados. Com o isolamento social, eles se encontram na casa do pai, onde moram o Binho e o Vinicius. “Eu estava em São Paulo, mas voltei por causa dessa loucura”, diz Binho. Com a proximidade intensificada, eles resolveram se inscrever em todos os projetos que achassem bacana para a banda, entre eles o da LabSonica. “Estamos felizes por fazer parte dele. Nas últimas semanas, passamos por workshops de carreira e orientações para a produção do show online da última fase. A expectativa é que dê tudo certo”, aposta o músico.
A banda também foi selecionada nos editais do Sesc ConVida e do Apoie quem Cria, da Rede Coragem, formada por pessoas que apoiam a arte em Curitiba.
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Aceleração Musical LabSonica
Nos dias da realização da etapa dos shows online, serão seis escolhidos. Quatro do Rio de Janeiro e dois de outros estados do Brasil. Segundo a organização do projeto, ao final desta nova etapa, serão divulgados os seis finalistas, que receberão mais uma ajuda de custo de R$ 4.000,00 para artistas do Rio de Janeiro e de R$ 8.000,00 para os que são de outros estados.
Em seguida, ainda conforme a organização, cada selecionado terá três músicas produzidas, com a orientação e condução da diretora artística Constança Scofield e do produtor musical Felipe Rodarte, ambos do tradicional Estúdio Toca do Bandido. Os EPs serão lançados pelo Selo Toca Discos em todas as plataformas digitais de streaming e download de música, com apoio de assessoria de marketing digital na divulgação das bandas nas redes sociais – Instagram, Facebook e Youtube entre outras.
O processo de produção e gravação vai contar com registro audiovisual de making of, e ao final cada artista participante vai ter um oficial recording session videoclip de uma música gravada ao vivo. O estúdio do Lab Oi Futuro vai sediar os ensaios e a gravação ao vivo, enquanto o estúdio Toca do Bandido será local das gravações e mixagens das outras duas faixas.
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Ao final da aceleração, os artistas selecionados vão apresentar sua produção para o público carioca e participarão de um pitching para uma banca de profissionais do mercado de música, no Lab Oi Futuro.