‘Avião’ no jardim chama a atenção em Curitiba! Saiba o que o simulador do Boeing 707 faz lá

Há mais de um ano, Raphael Silva Salvador dos Santos, o "Kone", tem no terreno de casa um simulador de voo.
Há mais de um ano, Raphael Silva Salvador dos Santos, o "Kone", tem no terreno de casa um simulador de voo. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Uma rua tranquila no bairro Boa Vista, em Curitiba, tem chamado a atenção de curiosos e fãs da aviação. Um simulador da empresa aérea Transbrasil que encerrou as atividades em 2001, tendo a falência decretada um ano depois, está sendo reformado por um mecânico de avião. Há mais de um ano, Raphael Silva Salvador dos Santos, o “Kone”, tem no terreno de casa uma relíquia que já se tornou um espaço de brincadeiras da família e de trabalho pesado.

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O simulador que pertencia à empresa aérea que marcou presença nos céus do país por mais de 30 anos, é uma cópia da cabine real de um Boeing 707 – 320 B. Esse modelo foi um grande sucesso comercial e dominou o transporte aéreo de passageiros durante as décadas de 60 e o início da década de 70. Foi graças ao 707 que a Boeing se tornou a maior fabricante de aviões comerciais do mundo. A Transbrasil operou nove modelos a partir de 1984.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Um simulador de voo é um sistema de aparelhos que recria artificialmente aeronaves e o ambiente em que elas voam, para o treinamento de pilotos. O objetivo é que o piloto treine reações e procedimentos como decolagem, aterrisagem e outros controles, além de lidar com fatores externos, como densidade do ar, turbulência, vento, nuvem e chuva.

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O equipamento que está no Boa Vista pertence a um empresário da aviação de Curitiba, que pretende restaurar o simulador, pois várias peças foram danificadas com o tempo. E para fazer esse trabalho de restauração, o dono colocou Kone como responsável pelo serviço. No entanto, o espaço na empresa do empresário é dedicado a aeronaves que estão em voo, e assim, o simulador teve que ser removido para outro lugar.

Há mais de um ano, Raphael Silva Salvador dos Santos, o "Kone", tem no terreno de casa um simulador de voo.
Há mais de um ano, Raphael Silva Salvador dos Santos, o “Kone”, tem no terreno de casa um simulador de voo. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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Por comodidade, o equipamento foi parar no terreno da casa do empregado. “Chegou em abril de 2021. Foi um perrengue para trazer para cá. Veio em um caminhão Munk, com quase 5 metros. O nosso receio era que derrubasse os fios da rua, mas deu tudo certo. Quando parou aqui na frente de casa, foi um trabalho pesado. Chegou a afundar um pouco da calçada, pois na época deveria pesar mais de três toneladas. Era uma estrutura enorme de ferro e fios. Hoje deve pesar um pouco mais de uma tonelada”, disse Kone.

Restauração e visitas

Com a chegada do simulador, Kone e alguns colegas estão na atividade. O trabalho é lento, pois são centenas de peças que estavam sujas ou mesmo deterioradas. Nada é comprado, tudo é restaurado para se manter o modelo original. Aliás, os manuais de voo estão intactos. “A iluminação já funciona e temos tudo mapeado. A gente queria digitalizar, colocar telas de computador que simularia os mesmos instrumentos. As luzes de cabine, instrumento e navegação já ligam. Para o ano que vem, a ideia é fazer faixas do lado externo e escurecer as janelas”, comentou Kone.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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Quando finalizado o trabalho, ainda é incerto o destino do simulador. Kone admite que gostaria de ficar com o equipamento, pois a família utiliza o espaço da cabine como uma forma de união entre os pais e filhos. “É uma loucura, pois toda vez que a gente vai entrar em casa, tem essa máquina. Sei que tenho que entregar esse serviço, mas já me apeguei. As crianças usam para brincar, eu mesmo aprendo comandos, horas de cabine, familiarização de equipamentos. Aqui é como se fosse a casa da árvore dos meus filhos”, comentou o mecânico que ainda tem um pequeno simulador da Força Aérea Brasil.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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Questionado se abriria o espaço para visitação quando terminado o serviço, Kone espera fazer parcerias com escolas, mas as primeiras visitas já têm público definido. “Duas senhoras que moram aqui na frente serão as primeiras, pois elas perguntam da obra, se pode tomar um chá na cabine. Tem gente que faz foto, outros que questionam sobre o processo. Não abrimos ainda para ninguém conhecer, pois queremos estar preparados para isso. Vai ser o dia para acabar com a curiosidade”, brincou Kone, um amante do avião e do Brasil.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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