Trabalhar com o que a gente mais gosta é um privilégio que nem todas as pessoas possuem. Mas pro escultor Ademir Valério da Silva, de 59 anos, passar o dia envolvido com suas ferramentas, entalhando a madeira e dando vazão à sua criatividade, faz parte da rotina.

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Hobby virou trabalho pra Ademir Valério da Silva, que esbanja criatividade em esculturas e entalhes. Foto: Felipe Rosa.
Hobby virou trabalho pra Ademir Valério da Silva, que esbanja criatividade em esculturas e entalhes. Foto: Felipe Rosa.

Ademir conta que a arte de manusear o formão para dar novas formas à madeira foi descoberta por acaso. “Eu era jovem e em uma tarde de frio e chuva, estava sentado ao lado do fogão à lenha. Perto de mim, tinha um canivete, que usei para brincar e fazer alguns cortes em um pedaço de madeira. Nisto esculpi um Frankenstein, que ficou bem parecido, graças às minhas noções de desenho e anatomia”.

Durante anos o escultor, que desde criança é apaixonado por arte, teve o trabalho com a madeira apenas como um hobby, atuando profissionalmente como técnico de eletrônica. Mas com o barateamento dos aparelhos novos como TVs e micro-ondas, se comparados com o preço dos consertos, ele passou a enfrentar dificuldades pra continuar nesse emprego. E sem ganhar o suficiente pra sustentar sua família, em 1998 largou a eletrônica e passou a se dedicar exclusivamente às esculturas, santos, placas, objetos e móveis de madeira.

Hoje, os principais clientes do escultor são as igrejas (que encomendam santos, portas entalhadas e solicitam restaurações), donos de chácaras e fazendas (placas pras propriedades), designers de interiores e organizadores de festas (móveis especiais) e clientes particulares (pedidos variados, de simples placas até a reconstrução do interior de um automóvel).

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Pra todos os gostos

As peças produzidas por Ademir e sua filha Diane, de 27 anos – que largou a profissão de administradora de empresas para trabalhar com as pinturas e os restauros -, são vendidas na própria oficina da família. Lá há objetos prontos, mas os trabalhos também podem ser feitos por encomenda. Dependendo do tamanho e da complexidade, um objeto pode ser feito em poucos dias ou até levar meses pra ficar pronto.

Diane trabalha com o pai, fazendo pinturas e restauros. Foto: Felipe Rosa.
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Com muitos clientes fiéis, ele garante que seu sucesso foi conquistado com muito trabalho, oferecendo produtos de qualidade e preços justos. “Temos peças pra todos os bolsos, todas feitas com o mesmo cuidado. As mais simples, como as placas com um nome entalhado, saem por R$ 35. Já peças maiores podem custar mais caro, como é o caso do quadro da Santa Ceia (com 1,80 por 0,60), que sai por R$ 3.700”.

Serviço:

Arte na Madeira
Avenida Rui Barbosa, 9956
Centro, São José dos Pinhais.
Fone: 3282-1265
artenamadeira.sjp@gmail.com

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