Trabalhar com o que a gente mais gosta é um privilégio que nem todas as pessoas possuem. Mas pro escultor Ademir Valério da Silva, de 59 anos, passar o dia envolvido com suas ferramentas, entalhando a madeira e dando vazão à sua criatividade, faz parte da rotina.
Ademir conta que a arte de manusear o formão para dar novas formas à madeira foi descoberta por acaso. “Eu era jovem e em uma tarde de frio e chuva, estava sentado ao lado do fogão à lenha. Perto de mim, tinha um canivete, que usei para brincar e fazer alguns cortes em um pedaço de madeira. Nisto esculpi um Frankenstein, que ficou bem parecido, graças às minhas noções de desenho e anatomia”.
Durante anos o escultor, que desde criança é apaixonado por arte, teve o trabalho com a madeira apenas como um hobby, atuando profissionalmente como técnico de eletrônica. Mas com o barateamento dos aparelhos novos como TVs e micro-ondas, se comparados com o preço dos consertos, ele passou a enfrentar dificuldades pra continuar nesse emprego. E sem ganhar o suficiente pra sustentar sua família, em 1998 largou a eletrônica e passou a se dedicar exclusivamente às esculturas, santos, placas, objetos e móveis de madeira.
Hoje, os principais clientes do escultor são as igrejas (que encomendam santos, portas entalhadas e solicitam restaurações), donos de chácaras e fazendas (placas pras propriedades), designers de interiores e organizadores de festas (móveis especiais) e clientes particulares (pedidos variados, de simples placas até a reconstrução do interior de um automóvel).
Pra todos os gostos
As peças produzidas por Ademir e sua filha Diane, de 27 anos – que largou a profissão de administradora de empresas para trabalhar com as pinturas e os restauros -, são vendidas na própria oficina da família. Lá há objetos prontos, mas os trabalhos também podem ser feitos por encomenda. Dependendo do tamanho e da complexidade, um objeto pode ser feito em poucos dias ou até levar meses pra ficar pronto.
Com muitos clientes fiéis, ele garante que seu sucesso foi conquistado com muito trabalho, oferecendo produtos de qualidade e preços justos. “Temos peças pra todos os bolsos, todas feitas com o mesmo cuidado. As mais simples, como as placas com um nome entalhado, saem por R$ 35. Já peças maiores podem custar mais caro, como é o caso do quadro da Santa Ceia (com 1,80 por 0,60), que sai por R$ 3.700”.
Serviço:
Arte na Madeira
Avenida Rui Barbosa, 9956
Centro, São José dos Pinhais.
Fone: 3282-1265
artenamadeira.sjp@gmail.com