O prefeito Rafael Greca decidiu por um fim na relação entre a Prefeitura de Curitiba e a empreiteira Terpasul, responsável pela construção de três lotes das obras do trecho norte da Linha Verde. A Tribuna do Paraná denunciou há alguns dias que a relação andava estremecida, inclusive deixando os funcionários da construtora parados sem trabalhar pela falta de pagamento de salários. Por conseguinte, as obras também andavam a passos lentos, quando não ficavam dias paradas.

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Em pronunciamento  na Câmara dos Vereadores de Curitiba, Greca anunciou o fim do contrato por rescisão unilateral. “Estamos com problemas com a empresa responsável pelas obras nos lotes 3.1, 3.2 e 4.1. e já tomamos as providências para rescisão contratual, conforme legislação vigente”, disse o prefeito. Novas empresas serão chamadas para continuar com as obras. “Colocaremos ali outras empresas com capacidade financeira para executar as obras. Os valores exigem que as empresas tenham capital de giro relevante”, complementou.

+ Leia mais: Sem salários, funcionários de empreiteira da Linha Verde vivem dias difíceis 

Segundo Greca, a mudança se deu pela lentidão com que as obras eram tocadas e pelos anseios da população, que reclamava diariamente do problema. “A população me cobra porque passa ali e todo dia alguém me diz no Facebook que tem pouca gente trabalhando, que a obra não está indo bem, que não está funcionando. Vocês calculem minha angústia”, disse.

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A Terpasul venceu as licitações para construir três lotes da Linha Verde: 2,5 km entre o viaduto do Tarumã e o Hospital Vita, 2,8 km da Rua Fagundes Varela até o trevo do Atuba e a trincheira da Rua Fúlvio José Alice, com um valor total de R$ 477 milhões – obras prometidas inicialmente para 2013, que foram recentemente reprogramadas para novembro de 2020, poderiam atrasar ainda mais e agora certamente sofrerão nova mudança na data de entrega.

O maior problema estaria ocorrendo com este último lote, o 4.1, que já deveria ter passado de 13% pronto, porém só avançou 4%, conforme levantamentos da Secretaria Municipal e Obras Públicas de Curitiba (SMOP).

Greca, em fala na Câmara. Foto: Divulgação / Rodrigo Fonseca / CMC

Relembre

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A empreiteira afirmou mês passado que o projeto entregue pela prefeitura tinha diversos problemas que inviabilizam o avanço das obras, como incompatibilidade entre os projetos fornecidos e os valores orçados, o que faz com que falte dinheiro. Seriam necessários aditivos, de acordo com a empresa. O projeto da obra, feito pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), tem uma série de erros, como a realocação de postes de energia e tubulações de gás, que impedem a drenagem, terraplanagem e pavimentação, projetos geométricos e de drenagem; aterros e muros de contenção que não foram previstos, conforme explica em nota.

Empresa responsável por parte das obras da Linha Verde. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

A Terpasul diz que apontou todos estes problemas ainda na fase de edital e protocolou vários pedidos para que a prefeitura arrumasse as inconsistências. No entanto, há pedidos que foram formalizados há mais de 480 dias e ainda não foram respondidos. Mesmo assim, diz a empresa, a prefeitura continua notificando a Terpasul para que continue a obra (já são 15 notificações referentes ao lote 4.1 e mais 90 notificações do lote 3.1).

A prefeitura rebateu por intermédio da Secretaria Municipal de Obras Públicas, todos os pagamentos por parte da prefeitura estavam em dia, ou seja, toda as etapas concluídas já foram pagas. A SMOP ainda diz que todas as inconsistências de projeto apontadas pela empreiteira estão sendo resolvidas “com o máximo de urgência, para não atrapalhar o cronograma”. Porém, elas não deveriam impedir que a Terpasul continue outros serviços em trechos onde não há problemas.

Uma reunião de “conciliação” estava para ser marcado as negociações para a normalização das obras e pagamentos estava em andamento, mas as declarações de Greca frustraram os envolvidos.

Após o pronunciamento desta segunda-feira, a reportagem entrou em contato com a empresa via assessoria de imprensa. A Terpasul não irá mais se posicionar sobre a questão.