A curitibana Noeli Pereira de Andrade, 54, já perdeu as contas de quantas pessoas ajudou nos últimos 13 meses. Neste período ela percorreu 80 mil km e passou por quase todos os estados do Brasil. Sua missão é apenas uma: sair sem GPS, sem pressa nem rota definida e ajudar quem encontrar pela frente, especialmente andarilhos que vagam pelas rodovias brasileiras e famílias pobres que moram na beira da pista.
O volume é grande, mas sempre é preciso mais.
“Muitas vezes sinto que chego nos lugares na hora certa, na hora que as famílias precisam”, conta. A maior necessidade é de alimentos e também chinelos, coisa rara entre as pessoas que ela encontra no caminho.
“Comida é mais importante que roupa. As crianças ficam vidradas em bolacha”, diz.
Amor ao próximo
Morgana conta que desde pequena teve a vontade de ajudar. “Acho que cada um tem uma alma diferenciada, é uma vontade de ajudar que cresce com a gente”, explica. Depois de realizar iniciativas pontuais, seu sonho só se concretizou no ano passado. Antes disso, ela vendeu seu sítio, que se transformou em um espaço para recuperação de dependentes químicos, e construiu uma casa na praia. Ainda assim ela não se sentiu realizada.
Foi esta a mensagem que ela passou aos alunos do Colégio Estadual Liria Micheleto Nichele, em Fazenda Rio Grande, durante uma palestra que ela ministrou na manhã de ontem. “Pequenas ações contribuem muito e esses é o gostoso da vida. Fazer o bem é simples”, destacou.
Ajuda pra prosseguir
Para iniciar sua viagem, Morgana conseguiu arrecadar R$ 135 mil com a venda de seu sítio. O dinheiro, porém, está acabando e isso compromete a continuidade do projeto. “É caro, gasto com manutenção de carro, combustível, peças e outras coisas. Neste mês o dinheiro termina”, lamenta.
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