Algodão doce artístico de Curitiba é sucesso com pedidos inusitados de clientes

Alírio Ferreira de Melo Ribeiro, responsável pela empresa Fios de Fada
Empresa Fios de Fada surgiu após um episódio triste em família. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Um artista que agrada todos os públicos, traz e constrói memórias para toda vida. Empreendedor e único no Paraná a fazer algodão doce artístico, Alírio Ferreira de Melo Ribeiro proporcionou novas e inusitadas formas ao doce que tem 126 anos de vida. Ele é responsável pela empresa Fios de Fada e tem habilidades para montar algodão doce em formatos inusitados, tais como porco, pássaro, unicórnio, palhaço, frutas e muito mais.

O algodão doce é formado a partir de açúcar cristalizado que se transforma do estado sólido para uma espécie de caramelo de fios. Com o uso de corantes, o algodão doce fica rosa, verde, amarelo, azul e tantas outras combinações visuais. Tradicionalmente são comercializados em praças e nos circos, envolto por um saco plástico em que o vendedor segura um pedaço de madeira furado para encaixar o produto. Nos últimos anos, veio o algodão doce no pote e máquinas em shoppings.

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Alírio Ferreira de Melo Ribeiro, responsável pela empresa Fios de Fada
No luto, Alírio passou a se dedicar a alguns hobbys como pintura de quadros e desenhos. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Para fazer o algodão doce é preciso ter habilidade nas mãos. Acostumado a trabalhar na construção civil, Alírio alterou o rumo da vida, ou melhor, a vida mudou o rumo dele. Casado com a Francielle, eles perderam uma filha no parto, em 2017. No luto, Alírio passou a se dedicar a alguns hobbys como pintura de quadros e desenhos. Dedicado a aprender, buscou inspirações pela internet, e encontrou um vídeo de um chinês fazendo algodão doce.

“Como eu buscava muitos materiais pela internet, eu ficava vendo vídeos para aprender sobre esses hobbys, e acabei vendo uma imagem de um chinês fazendo uma flor de algodão doce. Eu fiquei interessado, pois no Brasil não tinha o algodão doce artístico”, relembra o dono da Fios de Fada que em 2019 teve o nascimento da filha Lara Vitória.

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Com um investimento inicial de R$ 3,5 mil para comprar a máquina que faz o algodão doce, Alírio treinou durante meses para aprender. “Esse algodão doce não tinha no Brasil, tive de aprender a técnica. Foram seis meses para chegar no resultado de hoje. Cheguei a fazer algumas alterações na máquina para ajudar o meu trabalho. Foram madrugadas a fio, acho que gastei uns quinhentos quilos de açúcar, corante, palito, ou seja, foi uma pesquisa enorme. Ninguém acreditava, pois pensavam que eu ia sair vendendo algodão doce vestido de capivara e com um pedaço de madeira na mão”, relata o empreendedor.

Alírio Ferreira de Melo Ribeiro, responsável pela empresa Fios de Fada
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Com um pouco mais de experiência e sem preguiça de mostrar o algodão doce em forma diferente do habitual, Alírio começou a ganhar fama na internet, o que resultou em convites para trabalhar em festa e eventos.

“A fios de fada começou a nascer em 2021 com os primeiros clientes. A minha ideia inicial seria o algodão doce no pote em eventos, mas o pote virou coadjuvante na história. O primeiro evento foi em uma festa que a temática era tucanos. Ali, digo que o trabalho foi para o Mundo”, disse Alírio.

Pedidos inusitados e vetados

Nas festas, Alírio vira atração para a criançada que fica em êxtase em ver o pedido transformado em um algodão doce real. “Sempre pergunto para a criança o que deseja. Esses dias fiz uma cobra, mas geralmente pedem flores, unicórnios, porco, cachorro e pássaros. Sempre falo que eu consigo criar, mas tendo a preparação é melhor. Eu não tenho um cardápio formado, pois o evento vai seguindo e vou atendendo aos pedidos. Tem sempre alguém que pede o Neymar, mas não tem como”, comentou o artista do algodão doce que gasta em torno de quatro a cinco quilos de açúçar demerara em um evento

Naturalmente, tem sempre algumas solicitações pra lá de diferente. Em uma festa de despedida de solteiro teve pedido negado. “Pediram algodão doce em forma do órgão genital masculino e feminino, mas não fiz. Eu trabalho muito com o público infantil e não combina. A ideia é surpreender, ouvir aquele nossa, óóóó”, avisou Alírio que já fez o Sílvio Santos quando treinava em casa.

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Algo curioso que o tempo de Curitiba acaba sendo um adversário para quem faz algodão doce. Com a umidade, o doce acaba desmanchando com maior velocidade, ou seja, para o trabalho artístico é bem complicado. “Curitiba tem a famosa quatro estações no mesmo dia, e às vezes ficamos posicionado ao lado da cozinha nos eventos. Isso modifica muito o algodão doce, então é preciso se preparar muito bem.  Digo que estou ainda aprendendo, quero no futuro ajudar as pessoas a fazer essa atividade com cursos para que famílias tenham uma nova fonte de renda”, projetou Alírio.

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Reconhecimento e agenda cheia

A Fios de Fada é reconhecida como a primeira no Paraná a fazer algodão doce artístico. A novidade tem atraído muito trabalho e a procura tem atraído muitas parcerias e bons momentos para a família. “O maior pagamento foi ver uma criança com nosso algodão doce ou mesmo uma idosa de 74 anos que confessou que lembrou do pai quando comeu. O algodão doce traz memorias positivas, atinge todas as classes. É um doce que antes era consumido pela burguesia, e hoje é democrático”, completou Alírio, um verdadeiro artista que transforma a imaginação em realidade.

Caso queira conhecer mais da Fios de Fada, entre em contato pelo Instragram fiosdefadacwb .

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Alírio Ferreira de Melo Ribeiro, responsável pela empresa Fios de Fada
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.
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