Visão melhor

Foto: Felipe Rosa

A dificuldade para enxergar passou a fazer parte da vida da jovem Pâmella Karolyne Pilar Marques Cordeiro, 23 anos, bem cedo. Ainda no início da adolescência, ela começou a usar óculos devido à miopia e anos mais tarde, em 2014, teve uma piora na visão. Nesta mesma época, procurou um oftalmologista e foi diagnosticada com ceratocone, uma doença degenerativa que atinge e deforma a córnea, fazendo com que essa membrana do olho fique cônica, fina e irregular, provocando visão distorcida e até a perda da visão.

Desde então, Pâmella vem se dedicando a encontrar soluções e tratamento para o problema que atinge seus dois olhos.  Desde julho de 2016 a Tribuna acompanha seu caso e, felizmente, houve uma evolução positiva recentemente. Há pouco mais de um mês, a jovem foi submetida a uma cirurgia no olho esquerdo, o que estava em melhores condições.

“No dia 17 de dezembro fiz a cirurgia de Crosslink no olho esquerdo, para que não evoluísse, para preservar este que é meu olho bom. Foi feito pela Dra. Marina Gulin, a médica que entrou em contato comigo após a reportagem da Tribuna. Foi ela quem me ajudou”, conta Pâmella.

A cirurgia foi feita graças à médica, à venda dos alfajores que a jovem fazia para levantar recursos e à ajuda dos leitores da Tribuna. “Com as doações consegui juntar dinheiro para fazer a cirurgia, comprar um óculos novo e pagar as despesas da viagem à Sorocaba, onde estive para tentar tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para meu olho direito, que está com ceratocone e astigmatismo em grau avançado”.

Agora, a batalha da jovem é arrecadar fundos que possibilitem novas viagens ao interior de São Paulo, para ser avaliada no hospital especializado em olhos, que pode realizar a nova cirurgia e também, para custear parte do procedimento, já que mesmo se feita pelo SUS, a aquisição do Anel de Ferrara, se indicado pelos médicos, deverá ser paga por ela. “Eles só colocam, quem vai ter que comprar o anel, se for indicado pelos médicos, será eu. Também vou precisar de lentes esclerais, que custam cerca de R$ 2,7 mil o par”, explica Pâmella. Somente o Anel de Ferrara pode custar cerca de R$ 5 mil. Feita em clínicas particulares, a cirurgia pode ultrapassar os R$ 7 mil.

Dificuldades diárias

Foto: Felipe Rosa
Pâmella pede ajuda financeiramente para conseguir fazer nova cirurgia em hospital de Sorocaba. Foto: Felipe Rosa

Sem conseguir ver direito, Pâmella, diz que não consegue nem mesmo pegar um ônibus para ir para casa, em Colombo, onde está morando. “Não consigo ver o que está escrito e tenho vergonha de acenar para o ônibus parar, vai que não é o que preciso pegar”.

Estas dificuldades se estendem à sua vida profissional. Por conta da visão, ela hoje não trabalha, tem apenas um “bico” – durante o dia cuida de suas primas pequenas, garantindo assim, ajuda para pagar contas pessoais e de seu filho Henzo, de apenas 3 anos. “Antes eu ainda tinha os alfajores, mas com os preços do chocolate e outros produtos subindo, não compensa mais, não tenho nenhum ganho”.

Burocracia e incertezas

Com seus exames em mãos, Pâmella também tentou obter o auxílio doença junto à Previdência Social, mas não conseguiu. “Eles me informaram que eu precisaria de uma declaração de que minha doença não tem tratamento pelo SUS, para ter direito ao benefício. Mas o SUS diz que cobre esse tratamento. O problema é que isto fica só na promessa. Já tentei ser operada em Campo Magro, onde morava, mas não consegui. Fui avaliada por eles e no fim do processo disseram que não poderiam pagar a cirurgia”, relata.

“Também tenho um protocolo na Secretaria de Saúde do Paraná, mas sempre que ligo, não tenho nenhum retorno sobre meu caso, só informam que estão fazendo uma cotação dos custos. Há mais de quatro meses aguardo uma resposta”, desabafa. No entanto, ela não perde a esperança. “Agora estou na fila. Daqui três meses devo voltar à Sorocaba, para fazer exames e depois marcar a cirurgia, que não sei se será Crosslink ou colocação do Anel de Ferrara. Devo fazer umas três viagens para lá. E ainda tenho medo de colocar o Anel e Ferrara, que se não der certo, ainda têm um custo para ser retirado”.

Como ajudar?

Foto: Felipe Rosa
Pâmella ainda não conseguiu receber o auxílio doença pela Previdência Social. Foto: Felipe Rosa

Telefone:  (41) 99700-1299.

Doação bancária:
Pâmella Karolyne Pilar Marques Cordeiro
Caixa Econômica Federal
Agência 0376
Operação 023
Conta fácil 00006826-2
CPF 070.709.759-29

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