Colombo

Um lar pros Silva

Voluntários buscam doações para construir uma casa para a família de Manoel. Foto: Felipe Rosa
Escrito por Ricardo Pereira

A casa pequena e simples, de madeira, com apenas três cômodos, serve de moradia para quatro pessoas. Em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, o lar com tábuas de cores diferenciadas e um chão que range a cada pisada refletem a humilde rotina da família de Manoel Gonçalves da Silva, 58 anos. Junto com a esposa Sirlene, cria dois filhos – um deles, de sete anos, tem síndrome de Down e paralisia nas pernas. Há, ainda, uma menina de quatro anos, que é mantida pela madrinha, em outra casa.

O único banheiro praticamente inexiste. Banho? Só de bacia. Água encanada também não tem. Energia elétrica vem por meio de uma ligação feita com autorização do vizinho. “O problema é que é muito fraquinha. Só serve pra uma ou duas lâmpadas e a TV. Se eu ligo a geladeira, por exemplo, cai a chave de luz”, explica Manoel. Por isso, os alimentos comprados são sempre para um ou dois dias. Nada que necessite de refrigeração. Como jardineiro, ganha cerca de R$ 1 mil por mês. É a única fonte de renda.

Cerca de 30 cães estão disponíveis para adoção. Foto: Felipe Rosa
Cerca de 30 cães estão disponíveis para adoção. Foto: Felipe Rosa

Amor aos animais

Além de tudo, a casa é emprestada. Seu Manoel e a família vivem de favor. Apesar de pequena, a área verde ao redor é grande. Suficiente para abrigar 27 cachorros encontrados pelo jardineiro nas ruas ou abandonados em frente à casa. “A gente gosta desses bichinhos e não pode aceitar os maus-tratos com eles. Se abandonam, eu acabo acolhendo e a minha esposa ajuda a cuidar”.

Sirlene, tímida, prefere não dar entrevista, mas garante que sabe o nome de cada um dos quase 30 cães. A todo passo dado, os animais a acompanham e, com o rabo balançando, demonstram muito carinho por ela. Mesmo com todo o amor pelos bichinhos, a família espera conseguir doar alguns, já que são gastos cerca de R$ 200 mensais só com ração.

Um dos filhos tem síndrome de Down e paralisia nas pernas. Foto: Felipe Rosa
Um dos filhos tem síndrome de Down e paralisia nas pernas. Foto: Felipe Rosa

Solidariedade no trabalho

Atuando há alguns anos como jardineiro em uma chácara, o seu Manoel pôde conhecer algumas pessoas de bom coração e que se solidarizaram com a situação do colega de trabalho. O grupo tenta levantar fundos e materiais necessários para construir uma casa em um terreno que Sirlene ganhou de herança do pai, a poucos quilômetros da casa atual. O espaço fica no bairro Itajacuru, região rural do município.

Uma amiga do jardineiro, que prefere manter-se anônima, explica que as ações de voluntários têm dado resultado, mas ainda estão longe do suficiente. “Já conseguimos fazer a planta da casa, estamos agora tentando instalar a água e a energia elétrica”. Além disso, a documentação do local ainda precisa ser resolvida, já que continua no nome do pai de Sirlene. A mão de obra fica por conta dos outros funcionários da chácara.

“Estamos vendo, também, uma máquina para ajeitar o terreno e, em seguida, um pedreiro para fazer a fundação”. Até agora o grupo conseguiu madeira, de uma casa antiga, para fazer a nova casa da família; além de um caminhão de pedra, um de areia e janelas antigas.

Há várias formas de ajudar

Entre os itens ainda necessários para erguer a casa para a família estão: tinta, tijolos, cimento, piso, material hidráulico, material elétrico, pelo menos mais um caminhão de areia e outro de pedra, além de algumas janelas e portas. Depois disso, a preocupação será com móveis e até mesmo roupas para as crianças.

De jeito simples, seu Manoel fica sem jeito em admitir a necessidade de ajuda, mas garante que qualquer boa ação será muito bem-vinda. Em meio ao grupo de voluntários, duas amigas que lutam para concretizar uma casa de verdade para a família podem atender e auxiliar os interessados em prestar qualquer tipo de ajuda para Manoel, a esposa e os filhos: Rosalina (41) 8861-5838 e Ana (41) 8434-1302.

Sobre o autor

Ricardo Pereira

(41) 9683-9504