Braço gigante

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Em maio de 2017, braço de Giomar pesava 11 quilos. Foto: Felipe Rosa
Em maio de 2017, braço de Giomar pesava 11 quilos. Foto: Felipe Rosa

Doceira de mão cheia e bordadeira caprichosa, a aposentada Giomar Terezinha Yurk, 79 anos, que luta há quase oito anos contra o inchaço em seu braço direito, comemora, enfim, avanços em seu tratamento. O problema é provocado por um lifendema – doença que surgiu em 2010 após uma cirurgia contra um câncer de mama, quando os linfonodos da axila foram afetados durante a retirada do tumor. Contada pela Tribuna em maio deste ano, a história da simpática moradora de Colombo e seu braço “peso-pesado” de quase 11 quilos comoveu muita gente e ultrapassou os limites da Grande Curitiba.

Braço de Giomar em agosto de 2017, após 3 semanas de tratamento. Foto: Felipe Rosa
Braço de Giomar em agosto de 2017, após 3 semanas de tratamento. Foto: Felipe Rosa

Cerca de um mês após a publicação da matéria, Giomar recebeu um telefonema, que renovou suas esperanças e fez com que ela aprontasse suas malas, embarcando dias depois para um tratamento em uma cidade na região centro-sul do Paraná.

“Uma moça de Guarapuava, que tem um filho morando em Curitiba, viu a reportagem na internet e mostrou para a ‘doutora’ Ana Carolina. Ela me ligou, disse que era formada em linfedema e que poderia me ajudar. Eu falei que não tinha condições de ir para lá e, mas ela não cobrou para me atender e conseguiu até um lugar para eu ficar. Não paguei nada e tive casa, comida e tratamento. Ela é um anjo em minha vida”, conta ela, agradecida.

Aposentada comemora resultado do tratamento, mas precisa de ajuda para continuidade. Foto: Felipe Rosa
Aposentada comemora resultado do tratamento, mas precisa de ajuda para continuidade. Foto: Felipe Rosa

De carona com o filho, Giomar chegou à cidade no dia 11 de julho, onde permaneceu até 29 do mesmo mês. Neste período ficou abrigada na Casa de Acolhida e Retiros Nazaré, que é mantida pela Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores. De lá, Giomar saía diariamente para fazer as sessões de drenagem linfática e enfaixamento, que foram capazes de diminuir o inchaço do líquido acumulado em seu braço.

“Todos os dias a ‘doutora’ Ana Carolina fazia drenagem e a ‘amassava’ meu braço. Depois enfaixava meus dedos, minha mão e meu braço, até em cima. Isso ajudou muito, meu braço desinchou. Estou muito feliz, não sei se rio ou choro”, diz Giomar. Segundo ela, os resultados foram tão positivos que em menos de uma semana foi possível sentir um alívio no peso do membro, que sobrecarregava e causava dores em sua coluna.

O tratamento

Evolução do tratamento em Guarapuava. Foto: Colaboração/Ana Carolina Matos
Evolução do tratamento em Guarapuava. Foto: Colaboração/Ana Carolina Matos

Quem ajudou Giomar foi a fisioterapeuta Ana Carolina Mattos, que vive e trabalha em Guarapuava. Com especialização em drenagem linfática feita na Alemanha e amplos conhecimentos em linfedema, Ana Carolina ofereceu as condições necessárias para que Giomar pudesse permanecer na cidade e receber o tratamento. “Recebi a história dela por uma pessoa que mora em Curitiba. E logo vi que eu poderia ajudar. Comigo ela passou três semanas em Guarapuava e neste período fizemos 19 atendimentos, que tiveram ótimo resultado”.

Segundo Ana Carolina, com as sessões de drenagem linfática e enfaixamento compressivo, feitas de maneira intensiva até aos sábados e domingos, Giomar perdeu cerca de dois quilos de seu peso total. “Não temos como medir exatamente o peso do braço, mas a somatória totalizou 101 centímetros a menos! Foi muito bom, fiquei muito feliz”, comemora a fisioterapeuta.

Mas de acordo com a profissional, o caso da aposentada é complicado. “É uma doença que não tem cura, ela terá sempre que passar pelas sessões de drenagem linfática e fazer os enfaixamentos noturnos. Ela ficou muito tempo sem mexer com o inchaço, sem fazer tratamento e isso piora o problema”, explica a especialista. A previsão é que ela retorne em dezembro a Guarapuava para revisão do tratamento.

Giomar é uma doceira de mão cheia. Foto: Felipe Rosa
Giomar é uma doceira de mão cheia. Foto: Felipe Rosa

Dificuldades

No entanto, todos os esforços feitos por ela e pela equipe que a atendeu estão em risco. De volta à sua casa, Giomar ainda precisa passar por sessões diárias de drenagem linfática e enfaixamento, o que não vem acontecendo. “Tenho que continuar com as massagens, todos os dias. Só que aqui no postinho [de saúde], só consegui fisioterapia duas vezes por semana. E eles não têm a mesma técnica, não sabem enfaixar como a Ana Carolina fazia”.

Neste caso, a saída seria pagar pelas sessões extras de fisioterapia. Mas esta despesa fica pesada demais para seu orçamento. “Custa R$ 100 por dia, mas eu não tenho condições. Eu precisava de alguém que pudesse me ajudar a continuar esse tratamento, aqui em Colombo ou em Curitiba. Quero muito que meu braço fique bom, preciso dele para trabalhar, amo tudo o que eu faço, cozinhar, bordar e servir as pessoas”, ressalta Giomar.

Para manter o braço desinchando progressivamente, a doceira, que conta apenas com sua aposentadoria e uma cesta básica que recebe mensamente da igreja, ainda precisa de ajuda.

Mais algumas iguarias feitas pela aposentada. Foto: Felipe Rosa
Mais algumas iguarias feitas pela aposentada. Foto: Felipe Rosa

Como ajudar?

– Doações ou para adquirir doces e artesanatos: (41) 3656-5651 e (41) 99222-3527.

– Doações bancárias:
Caixa Econômica Federal
Agência 2122
Conta-corrente 100.001.441-6
Giomar Terezinha Yurk
CPF 085.239.249-49

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