Rio limpo

Desde pequeno, o vendedor Diego Saldanha, 31 anos, mora em Colombo, bem pertinho do Rio Atuba, rio bastante conhecido em Curitiba. Quando criança, conta que a diversão era garantida por ali, já que podia pescar, nadar e brincar bastante com a família. O cenário mudou há alguns anos, quando o rio passou a ser poluído, tornando-se inapropriado para banho ou pesca.

Diego recolheu mais de uma tonelada de lixo. Já encontrou garrafa pet, garrafa de bebida, fogão, capacete, entre outros objetos. Foto: Átila Alberti
Diego recolheu mais de uma tonelada de lixo. Já encontrou garrafa pet, garrafa de bebida, fogão, capacete, entre outros objetos. Foto: Átila Alberti

Pensando em despoluir o rio, Diego criou uma ecobarreira. Ela é feita com galões de 20 litros amarrados, que são ligados de um lado ao outro do rio, e quando a sujeira flutuante passa por ali ela é retida. “O projeto nasceu da necessidade de dar mais vida ao rio. Eu nasci aqui, pescada e nadava nesse rio. Eu estava vendo o Rio Atuba morrer e resolvi dar minha parcela de contribuição montando a ecobarreira. O pessoal reclama das enchentes, mas não faz sua parte. Eu já encontrei garrafa pet, garrafa de bebida, fogão, capacete. Tem de tudo!”, contou o idealizador do projeto.

Foto: Átila Alberti
Foto: Átila Alberti

O trabalho começou em janeiro deste ano e já resultou na retirada de uma tonelada de lixo do Rio Atuba. A barreira foi instalada nos fundos da casa do Diego e todo o lixo recolhido é entregue para uma escola do bairro. A instituição já fazia um projeto de reciclagem e, depois de separados de maneira correta, os materiais são revendidos.

A ideia do vendedor já conquistou muitas pessoas nas redes sociais. Nas publicações que ele faz é possível ler muitos comentários positivos e milhões de visualizações em alguns vídeos. A maioria das pessoas elogia a criatividade do projeto e, por conta disso, o Diego faz palestras em muitas escolas e até mesmo ensina para as crianças como fazer uma ecobarreira.

“Eu faço varias palestras em escolas e pra mim é muito gratificante ter esse reconhecimento. Podemos mudar a cabeça dessas crianças, assim como os meus filhos, que me ajudam bastante por aqui. Eu acho que a gente não pode só esperar do poder público, se cada um de nós fizer a nossa parte. Desde a reciclagem em casa, a gente já faz uma grande diferença”, enfatizou.

Foto: Átila Alberti
Foto: Átila Alberti

Na luta

Apesar do esforço para ajudar o meio ambiente, o ganha-pão de Diego é outro. Todos os dias ele acorda bem cedo e segue rumo à Ceasa para comprar frutas. Depois de escolhidas, ele monta as caixas com os produtos que são revendidos na região central da capital. O lucro do negócio sustenta sua família.

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