POR Ana Tereza Motta
Mesmo aposentada, ela sempre teve uma vida ativa, fazendo artesanatos e doces para vender em Colombo. Em 1994, Giomar Terezinha Yurk, 79 anos, descobriu um câncer no seio esquerdo. Mas o sofrimento estava apenas começando. A doença reapareceu no seio direito em 2010, quando ela passou por uma cirurgia no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. Só que depois da operação o braço dela começou a inchar. “O médico disse pra mim que eram os nervos linfonódulos, que ele tinha cortado por causa da drenagem”, afirma.
O braço de Giomar foi piorando. A aposentada voltou ao Angelina Caron e foi encaminhada ao Erasto Gaertner, onde fez fisioterapia e drenagem linfática durante 6 meses, até que o atendimento foi encerrado. “Cortaram, quem não era do Erasto não pôde ficar”, relata.
A partir daí, a aposentada contou com a solidariedade de alguns profissionais. “Tive ajuda de estudantes, de fisioterapeutas, de todo lado me ajudaram”. Com a situação do braço piorando, ele teve que passar por uma nova operação em junho de 2016. O braço desinchou, mas ela precisava fazer drenagem linfática após a cirurgia e não tinha condições de pagar. “Mas e aí, o que eu ia fazer? Eu não posso pagar. Estava na época R$ 100 por consulta, e teria que fazer todos os dias de segunda a sexta”.
Sem dinheiro para pagar as drenagens, o braço de Dona Giomar começou a soltar secreção e sangue no início deste ano. Ela esteve no Angelina Caron e foi atendida na emergência do hospital. “Falaram que tava tudo bem, que era pra mim voltar só em novembro”.
A Tribuna do Paraná entrou em contato com o Angelina Caron, mas o hospital não se manifestou sobre o caso de Giomar até o fechamento desta reportagem.
Dois pacotes de arroz
O braço dela pesa cerca de onze quilos. “É a mesma coisa que carregar dois pacote de arroz ou açúcar o dia todo, é pesado, me dói a coluna”, desabafa. Mesmo com dificuldade, ela continua fazendo trabalhos manuais e vende em Colombo e Curitiba. Com a renda dos artesanatos, Giomar compra os medicamentos e o material para fazer o curativo. “É muito difícil pra mim, eu tô trabalhando muito pouco. Porque com essa mão aqui é difícil, eu não posso erguer o meu braço”, lamenta Dona Giomar.
O inchaço está aumentando com o passar do tempo. A idosa teme perder os movimentos e não conseguir mais fazer os artesanatos. “Tá ficando cada vez pior, o inchaço tá tomando conta da minha mão”. A única ajuda que ela recebe é da igreja católica do bairro, que mensalmente doa uma cesta básica a Giomar.
Segundo ela, qualquer tipo de ajuda é bem-vinda. “Eu gostaria que alguém se compadecesse de mim e pudesse me ajudar pra que eu possa continuar ajudando meu próximo. Se Deus me deu esta cruz para carregar eu vou carregar até onde Deus quiser”, fala. Os contatos de Giomar são: (41) 3656-5651/99222-3527.