Apesar de muito esperada pela população, a fase final das obras na Rua da Pedreira, em Colombo, está tumultuando a vida de moradores e comerciantes dos pontos onde o trabalho ainda não foi concluído. Pelo menos dois locais são os mais complicados: o cruzamento com a Avenida Londres e no trecho entre a Avenida Brasília e a Rua Luísa Baldon Borato.
A obra está incluída no PAC da Copa e depois de pronta servirá como um novo acesso de ligação entre Curitiba e Colombo, com a construção de uma ponte sobre o Rio Atuba. O projeto contempla a requalificação da Rua da Pedreira, segue desde a Rua Roaldo Brun, no bairro Atuba, em Curitiba, passando para a Avenida São Gabriel até a Rua Jacob Bertolin. São mais de quatro quilômetros de extensão e, de acordo com informações publicadas no site da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), o valor do investimento é de R$ 26.303.167,87.
Entre a Avenida Brasília e a Rua Luísa Baldon Borato o trânsito está interditado em dois pontos, causando o desvio por ruas antes não tão movimentadas. Além da insegurança com o fluxo significativo de carros, ônibus e caminhões, os moradores sentiram a polução aumentar em suas casas. “Está muito perigoso e está atrapalhando bastante. Não tem sinalização”, reclama a moradora Lia Santos, 41.
Para o aposentado Luis Lognski, 68, o pior problema é a poeira que invadiu sua casa. Ele mora na Rua México, por onde é feito o desvio do trânsito, mas que não tem asfalto. “Já pedi para molharem a rua, mas eles não molham. Estão acabando com tudo”, diz ele, que sofre com alergias provocadas pelo pó. “Fica tudo sujo”.
Com a poeira e a falta de acesso em frente à loja de artigos de decoração para festas, a empresária Alcione da Silva Cavalheiro, 31, viu sua clientela desaparecer. “As vendas caíram, tamparam a entrada da loja e um cliente até caiu com o carro em um buraco. Trabalho com decoração de festas e toda vez preciso lavar as peças, que estão ficando danificadas”, conta. O movimento na loja caiu em mais da metade. “Tive que tirar dinheiro do bolso para pagar o aluguel”, lamenta ela, que espera que todo o transtorno se transforme em melhorias para a região.
Trabalhadores da obra, que estava prevista para ser entregue no começo do ano, contaram aos Caçadores de Notícias que os trabalhos devem durar pelo menos mais um mês. De acordo com eles, interdições judiciais atrasaram o cronograma. “Agora começou a andar. Mas tivemos interdições por causa de duas casas que foram demolidas e de um pinheiro”, explicou um operário, que preferiu não se identificar. Cerca de 60 homens trabalham na obra, de segunda a sábado.
A reportagem tentou contato com a Comec, mas não conseguiu localizar a assessoria de imprensa da pasta. Em nota enviada em fevereiro, sobre o andamento das obras de mobilidade urbana relacionadas à Copa do Mundo, a Comec garantiu que o trabalho ficará pronto antes do início da competição, inclusive na Rua das Pedreiras.
Cruzamento sem sinaleiro
Há mais de um ano os semáforos do cruzamento da Rua da Pedreira com a Avenida Londres estão sem funcionar. O ponto, que é movimentado durante todo o dia, oferece riscos a motoristas e pedestres que ficam sem indicações de quem tem a preferencia para seguir. Por ali são constantes os acidentes, desde batidas leves a colisões graves, e os xingamentos sobram até para os idosos que tentam atravessar.
“Tem batida, as pessoas se xingam e todo mundo acha que tem razão. Atravessar aqui é difícil porque os carros vão com tudo”, conta o motorista Adeylton Ricardo Barbosa, 34, que trabalha em frente ao cruzamento. A auxiliar de cozinha Marli Souza, 42, diz que já esperou por mais de dez minutos até conseguir atravessar a rua à pé. “Todo dia é difícil”, reclama.
Para os comerciantes, além da ausência de sinalização, a obra preocupou por não prever uma área de estacionamento aos clientes. Eles se reuniram e cobraram da Comec providências a respeito da situação. “Prometeram que vão refazer o trabalho no fim da obra, mas está demorando demais”, avalia o empresário Gerson Augusto Baudy, 51.
https://www.youtube.com/watch?v=hR6N0JjNd64&
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– Você acha que o andamento das obras está demorado?
– Depois de pronto o trabalho, que benefícios a obra irá trazer para a região?