Já são treze anos de espera. No local onde desde 2003 está prevista a construção do Parque Linear do Rio Palmital, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, há apenas um extenso matagal e muito lixo. Não há nenhum sinal das obras, que chegaram a ser iniciadas e acabaram interrompidas. Há algum tempo, algumas máquinas foram vistas dentro do rio para os preparos iniciais, mas se foram em poucos dias, sem a conclusão dos procedimentos de limpeza e desassoreamento.
Pelo que consta no papel, o espaço deveria abrigar áreas de lazer e recreação, com canchas, locais para crianças, ciclovia, pista para pedestres, paisagismo e iluminação – cenário bem diferente do atual. O parque deve ficar às margens do Rio Palmital, entre a Estrada da Ribeira (BR-476) e a BR-277.
O morador José Vicente da Silva, que trabalha a poucos metros do rio, diz estar prestes a perder a esperança de ver a área remodelada. “No shopping da cidade tem até um projeto, mas é só aquele papel mesmo. É uma promessa que nunca se cumpriu, infelizmente. Volta e meia o pessoal taca fogo no mato e suja todas as casas e o comércio por aqui, inclusive o meu”, desabafa ele, que ainda espera melhorias na vasta área.
Castorino de Oliveira mora no bairro há mais de 20 anos. “Pode ser que neste ano eles façam algo, mas é esperar demais, até. Já falaram tanta coisa para a gente, já prometeram tanta obra, tanta melhoria que estamos quase perdendo a esperança. Já pensou esse lugar pronto? Eu traria minha família todo fim de semana. Do jeito que está, não dá mais. Qualquer coisa que a gente queira fazer de diferente, para se divertir ou ter um momento de lazer, tem que ir para Curitiba”, diz.
A revitalização da área foi um convênio firmado entre a prefeitura de Colombo e o governo do Paraná, no ano de 2003. O motivo da interrupção das obras não foi esclarecido até o momento.
Verba pra 2017
A Câmara Municipal de Colombo aprovou, em junho de 2016, a liberação de R$ 1,5 milhão para a obra do Parque Linear, a ser promovida no ano que vem. A inclusão do montante nas diretrizes do Plano Plurianual 2014/2017 e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi garantida por meio do projeto de lei nº 3/2016, do Poder Executivo.
De acordo com o vice-presidente da Câmara, vereador Givanildo da Silva (PSDB), a obra começou na gestão de Beti Pavin (PSDB) e parou porque não foi levada adiante na administração seguinte. Como Beti foi reeleita, o projeto deve ser retomado no novo mandato. No entanto, ainda não há prazo para início das obras.
Resposta vaga
Depois de várias tentativas de entrevista com algum representante da prefeitura – sem sucesso, a Tribuna teve como resposta apenas uma nota redigida pela assessoria de imprensa da administração municipal de Colombo. A manifestação, de cinco linhas, não respondeu a nenhum questionamento feito pela reportagem. A nota se limita a dizer que “a obra foi iniciada em 2004, porém não foi dado andamento aos serviços e os trabalhos foram paralisados no ano seguinte. Em 2013, o projeto foi totalmente refeito, remodelado e adaptado para atender as atuais necessidades e legislação. Atualmente, são aguardados recursos para viabilizar a obra”. A reportagem solicitou informações mais detalhadas sobre o projeto à prefeitura, porém o e-mail não foi respondido.