Quem mora na Rua Carlos Francisco Prochaska, no bairro Guaraituba, em Colombo, já perdeu a paciência com a falta de pavimentação em parte da via. Em abril do ano passado, os Caçadores de Notícias estiveram no local e registraram a indignação da vizinhança com a falta de estrutura. A via, que tinha sido aberta em 2012, estava sem calçada, rede de águas pluviais, pavimentação e iluminação pública. À época, a prefeitura de Colombo informou apenas que enviaria técnicos para avaliar os problemas. No entanto, um ano e meio depois, a reportagem voltou ao local e constatou que nada foi feito na região.
A Rua Carlos Francisco Prochaska continua sem qualquer tipo de pavimentação. Também não há estrutura de saneamento básico nem calçadas. Quem mora por lá afirma que a situação tem se tornado insustentável. “Passo por aqui todos os dias. Por mais que a abertura dessa rua tenha facilitado nossas vidas, a situação é lamentável. Não tem poste, asfalto. O esgoto corre pela rua. É horrível”, afirma José Albino Silva, morador do bairro Guaraituba.
Um morador, que preferiu não se identificar, disse à Tribuna que já foram feitas várias reclamações junto à prefeitura de Colombo, que, por sua vez, informa que nada pode ser feito porque a área é particular. “Eles nos passam que essa área, onde a extensão da rua foi feita, é particular e que por isso a prefeitura não pode fazer nenhum tipo de intervenção”, afirma.
Andressa Tomacheski é moradora da região. Ela contou que a área onde foi feita a extensão da Rua Carlos Francisco Prochaska pertencia a seu pai, Altino Tomacheski. Andressa conta que na época seu pai foi procurado pelo empresário Hélio Alberti, que teria comprado o terreno em nome da prefeitura da Colombo.
“Eles nos passaram que a área era realmente pra rua e que seríamos indenizados em R$ 90 mil, o que aconteceu. No entanto, ao tentarmos mudar a situação da rua, a prefeitura nos passou que a área é particular. Não entendemos nada, porque na cabeça do meu pai a área tinha sido vendida pra prefeitura de Colombo. Fomos investigar e descobrimos que na verdade o terreno foi vendido para o próprio Hélio Alberti, que agora deve ser indenizado pela prefeitura para liberar a área”, afirma Andressa. “Como fizeram uma rua numa área privada?”, questiona.
Ainda segundo a moradora, ela e a família não pretendem reaver essa situação na Justiça. “Não queremos dinheiro. Queremos apenas que a situação da rua melhore, porque não aguentamos mais conviver com poeira, usuários de drogas, assaltos e mais todo o tipo de criminalidade. O rolo é grande, mas queremos uma rua mais decente pra região”, ressalta Andressa.
Por meio de nota, a prefeitura de Colombo confirmou que a área onde foi feita a extensão da Rua Carlos Francisco Prochaska é propriedade privada e que a administração municipal está regularizando a desapropriação do terreno para torná-la uma via pública. Segundo o comunicado, após estes trâmites legais os moradores poderão aderir ao Programa de Pavimentação Comunitária realizado pela prefeitura.
O empresário Hélio Alberti nega que tenha se passado por funcionário da prefeitura de Colombo para adquirir a área. Ele ainda disse que aguarda o processo indenizatório por parte da administração municipal para passar oficialmente o terreno para o município.