Congestionamento na cidade em horário de pico é normal. Mas no viaduto do Caiuá, na CIC, o problema é mais ‘tenso‘, principalmente entre 7h e 8h. Vinte minutos pra avançar três quadras é uma realidade diária. E não é só o fluxo de carros e a falta de temporização adequada dos semáforos que causam problemas. O desrespeito dos motoristas piora a situação. Tem gente furando sinal vermelho, entrando na contramão, subindo em calçada e disputando espaço com pessoas na faixa de pedestre.
O comprador Rodrigo Tozin, 32 anos, morador da região, comenta que a Rua Raul Pompéia é a principal entrada e saída da Vila Caiuá. O maior problema, mostra ele, é para quem está saindo do Caiuá, descendo a rua, e seguindo sentido Contorno Sul. Até quatro quadras antes, o trânsito congestiona porque a Raul Pompéia vai recebendo o fluxo de veículos das ruas transversais – há vários condomínios por ali – e também dos ônibus que saem do terminal Caiuá, a duas quadras do cruzamento “fatídico”.
“Essa é a única saída do Caiuá, parte do Sabará. Todo mundo sai por aqui e perde muito tempo. Sempre tem apressadinho saindo contramão ou furando sinal pra se safar do congestionamento. Dá pra melhorar isso. Tem espaço debaixo do viaduto, poderia ser feita uma pista complementar pra quem vai virar a direita na Juscelino Kubitschek, por exemplo. A rua ficou muito bonita, mas ficou parada”, lamenta o auxiliar de serviços escolares Igor do Nascimento, 37.
O motorista de ônibus José Roberto, 59, está há seis meses na linha Capão Raso/Caiuá. Ele diz que todo dia é a mesma coisa e o que piora é a falta de gentileza dos motoristas com o transporte coletivo.
Trava tudo!
Chegando na esquina da Rua Raul Pompéia, com a alça que desce do Contorno Sul, o trânsito trava. Neste ponto, a Raul Pompéia absorve os veículos que descem a alça e os que vêm da rua marginal à rodovia, no sentido oposto à alça. No entanto, embaixo do viaduto, o semáforo está vermelho e não há espaço suficiente para abrigar o fluxo de carros que vem das transversais.
Apesar de haver uma caixa amarela nesta esquina, ninguém a respeita. Os motoristas vão “enfiando” os carros do jeito que dá em cima da caixa, tentando achar um espaço. Quando o semáforo abre na Raul Pompéia, a caixa amarela está “entupida” de veículos e o trânsito que aguardava na Raul Pompéia quase não flui. Até a fila de carros andar embaixo do viaduto, o semáforo já fechou de novo e os veículos que vêm das vias transversais “entopem” o espaço de novo.
Impacientes!
Muitos motoristas que estão nestas ruas transversais à Raul Pompéia não têm paciência de esperar sua vez na fila. A Tribuna flagrou gente passando por cima da calçada, embaixo do viaduto, para conseguir acessar a Raul Pompéia. Outros saem na contramão para furar a fila e ainda desrespeitam os pedestres, pois passam na faixa enquanto o semáforo está aberto para os pedestres. Num destes casos, o motorista de um Palio, além de sair na contramão e furar o sinal vermelho, rodopiou o carro na esquina, com o asfalto úmido da garoa, por causa da velocidade que realizou a manobra, trazendo riscos de atropelamentos e colisões.
Tem solução?
Em nota enviada à Tribuna, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informa que a Superintendência de Trânsito de Curitiba tem monitorado os referidos cruzamentos de forma contínua, mesmo antes das obras na Raul Pompéia. “Após o recebimento de reclamações via 156 deste ponto específico, houve a troca dos controladores e nova programação nos semáforos. Desta forma, as reclamações para os órgãos oficiais praticamente acabaram”, alega.
Segundo a Superintendência de Trânsito, um ‘termômetro’ para essas situações é o transporte coletivo, que informa qualquer falha ou congestionamento, pois acaba gerando atrasos no tempo de viagem e perda de horário, “e não tem ocorrido relato fora do habitual”. Porém, a secretaria admite que em horários de pico há filas “pelo elevado fluxo de veículos e pedestres concentrado em uma das faixas”.
A curto prazo, a Superintendência de Trânsito adiantou que está projetando a repintura dos dois semáforos, com as faixas de pedestres, e repintura do eixo da pista, para melhorar a passagem dos veículos e usuários no local. “Existe um projeto do DNIT que prevê a conclusão das vias marginais do Contorno Sul e a construção de novas trincheiras na região”, complementa a pasta. Mas, como a Tribuna já mostrou, não há previsão para essa revitalização – prometida em 2014 pela então presidente Dilma Rousseff – sair do papel.
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