Verdinhas saudáveis

Além de colher hortaliças orgânicas frescas para consumo próprio, 144 famílias do Vitória Régia II, na CIC, ainda ganham dinheiro com a atividade. A horta comunitária é mantida pela associação de moradores em parceria com o projeto Lavoura, da prefeitura. Mensalmente, o município distribui 150 sementes de dez tipos de hortaliças por família. Toda semana, acompanham o trabalho nas hortas.

“A produção vai para consumo das próprias famílias envolvidas e para doação ou venda, o que ajuda a gerar renda extra aos participantes”, explica o engenheiro agrônomo Rodolfo Queiroz, responsável pela Unidade de Agricultura Urbana da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento.

Foto: Ciciro Back.
Horta é fonte de renda para mais de 140 famílias. Foto: Ciciro Back.

As hortas comunitárias também ajudam na preservação ambiental e estimulam a inclusão social. “Terrenos grandes e vazios costumam virar ponto de uso de drogas pesadas e cenário de crimes. Além das hortas darem alimentos para o consumo das famílias envolvidas, também servem como atividade física e terapêutica aos participantes e trazem mais segurança à região”, aponta Rodolfo.

Os moradores cadastrados vão às hortas todos os dias, geralmente no início da manhã e no final da tarde. “A maior parte das pessoas que vêm são mulheres e aposentados. Os jovens falam bastante, mas não têm muito interesse em vir”, lamenta a aposentada Rose Mari Szkulny, 65 anos, que cuida de sua horta há oito anos. Além das verduras para consumo próprio, ela também distribui os alimentos entre familiares, vizinhos e uma creche do bairro. “Minha casa é pequena, aí limpo rapidinho e fico sozinha, sem ter o que fazer. Quando venho pra horta, me divirto e converso com as amigas”, conta. “Eu me criei no interior, mexendo com terra. Esse é um jeito de voltar no tempo, além de ser uma terapia para mim”.

Cuidado com a terra

Foto: Ciciro Back.
Maria: Minha saúde melhorou depois que troquei as verduras do mercado pelas da minha horta. Foto: Ciciro Back.

Se alguém pega uma horta comunitária para cuidar, mas não mantém limpa ou não cultiva o plantio, o terreno é repassado para outra família que está fila de espera. “A ideia é cuidar da terra e gerar produção constante de alimentos para a comunidade”, comenta o vice-presidente da Associação de Moradores da Comunidade Vitória Régia (Amovir), Luiz Carlos de Mattos.

“‘Tenho muito amor por isso. Meu marido até briga comigo, porque eu amanheço e anoiteço na horta”, relata, aos risos, a vendedora Maria da Conceição Dias, 47, que cultiva sua horta há três anos. “Ah, mas a saúde é outra, né? A minha melhorou muito desde que troquei as verduras do mercado pelas da minha hortinha”, observa.

Interessados em adotar um terreno na horta comunitária devem comparecer na Associação de Moradores da Comunidade Vitória Régia (Amovir), na Rua Eng. Afonso Nadolny, 524, e preencher a ficha de cadastro para entrar na fila de espera.

Saiba mais

O programa Lavoura, responsável pelo desenvolvimento das hortas comunitárias, ajuda no cultivo de verduras e hortaliças em grandes áreas, como os terrenos sob linhas de transmissão de energia de alta tensão e em vazios urbanos, onde a produção de alimentos se destina principalmente ao consumo por parte das famílias.  São atendidas cerca de 780 famílias.

Curitiba tem 21 hortas comunitárias em área urbana, das quais 17 fazem parte do programa coordenado pela Secretaria Municipal do Abastecimento em convênio com a Eletrosul Centrais Elétricas. As hortas estão localizadas nos bairros Vitória Régia I e II, na regional CIC; no Sítio Cercado, na regional Bairro Novo; e nos bairros Tatuquara e Campo do Santana, na regional Pinheirinho.

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