Mentes inovadoras

Desde o segundo semestre deste ano, a rotina nas aulas de Língua Portuguesa e Matemática ficou diferente na Escola Municipal São Miguel, na CIC. Os cadernos, lápis e livros são trocados, uma vez por semana, por jogos de tabuleiro que incentivam o desenvolvimento intelectual dos aproximadamente 550 estudantes de sexto ao novo ano da instituição.

A mudança foi provocada pelo projeto piloto Mente Inovadora, por enquanto realizado também na Escola Municipal Maria Clara Brandão Tesserolli, no Portão, mas que deve se estender às 11 escolas que oferecem a segunda etapa do Ensino Fundamental. A iniciativa é realizada por meio de uma parceria da Secretaria Municipal da Educação e a empresa Mind Lab, que desenvolveu a metodologia.

Cada série tem à disposição três diferentes jogos de tabuleiro que estimulam o raciocínio. O objetivo é desenvolver nos estudantes habilidades cognitivas, sócio-emocionais e éticas. “Os jogos trabalham a estratégia e a didática do jogo mexe também com valores. Estamos percebendo um avanço na questão pedagógica”, atesta o diretor da Escola Municipal São Miguel, Oreste Galastre Júnior. Resultados mais concretos serão divulgados ainda neste ano, depois de uma avaliação entre os participantes. “É evidente o interesse pelo projeto”, comenta.

Tabuleiro

Foto: Felipe Rosa.
Miguel: “Estamos percebendo um avanço na questão pedagógica”. Foto: Felipe Rosa.

“A atividade incentiva bastante nossa jogabilidade”, comenta o estudante Giovani Bergamasco Xavier, 11 anos, do sexto ano. Ele diz que prefere os jogos de tabuleiro aos eletrônicos e, por isso, gostou rapidamente da proposta na escola. “Eu prefiro os jogos de tabuleiro, jogo bastante em casa e acho que o celular ocupa muito tempo”, conta.

Entre os jogos destinados para sua série, ele destaca aquele em que é preciso criar uma pirâmide enquanto deve impedir o adversário de fazer o mesmo. “É o mais difícil porque o adversário te bloqueia e você tem que pensar como fazer a jogada”, aponta. Giovani diz ainda que já percebeu melhorias no seu rendimento na escola e fora dela.

Ainda melhor

Na avaliação do professor de Matemática Admilson Iaresk da Silva, um dos que aplicam o jogo aos alunos, a melhoria já está sendo percebida no raciocínio lógico, na socialização dos estudantes e na estratégia para atingir os objetivos. “Senti mudanças na dinâmica, na socialização e na contribuição entre os colegas, um ajuda o outro. Este não é o jogo pelo jogo. É preciso pensar”, afirma. Na matemática, especificamente, o raciocínio lógico vem ficando mais rápido.

O professor acredita, porém, que a longo prazo os resultados poderão ser ainda mais significativos, atingindo maior grau de desenvolvimento dos estudantes. “Acredito que pode dar muito mais certo em escolas integrais, onde os alunos são menores e então levarão os conhecimentos como bagagem”, avalia.

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Carolina Gabardo Belo

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