Chega de enchente!

“Pai, o rio está entrando em casa, pega o bebê”, disse o pequeno Lucas, 4 anos, na terça-feira (6). Essa foi a primeira vez que o menino viu uma enchente em casa, na Rua José Leite, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), mas os moradores já estão cansados do que se repete toda vez que chove intensamente.

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Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Conforme os relatos ouvidos pela Tribuna do Paraná, a população já perdeu as contas de quantas enchentes enfrentou. “A pior delas foi em 2010. Isso sempre acontece quando o Rio Barigui enche e, para evitar que as casas dos ricos inundem, eles fazem com que os pobres sofram”, desabafou Silvana Gabriel, moradora há 20 anos na região.

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Na casa do motorista Lucas Dolberth da Silva, 25, o desespero foi grande. “Estava trabalhando e minha mulher, sozinha com minha filha de dois meses. Se não fosse pela ajuda dos vizinhos, teríamos perdido absolutamente tudo”, contou. Segundo o rapaz, computador e muitos outros objetos de casa se perderam. “Mas pelo menos as coisas da minha filha a gente salvou”.

Desespero

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Os moradores relatam que a chuva ficou mais forte por volta das 17h. “E aí, quando a gente viu, já estávamos com a água na cintura. Desesperador, porque não tivemos nem tempo de erguer as coisas”, relatou Silvana.

Na casa de Willian Lourenço Vanello, pai do pequeno Lucas, que tem outros três filhos, a correria foi ainda maior. “Só pensava nos filhos. Colocamos eles em cima da cama, mas quando vimos a água já tinha chegado neles. Tivemos que sair no meio da enchente e levá-los para um local seguro”, revelou.

Revolta e protestos

Por causa da enchente, nesta quarta-feira (7) os moradores organizaram protestos ao longo da Rua Desembargador Cid Campelo. Todos feitos com os objetos perdidos na enchente, que foram queimados bloqueando a passagem dos veículos.

O primeiro deles, feito no cruzamento com a Rua José Leite, foi contido pelos bombeiros pouco tempo depois. “Nos vamos continuar protestando, porque até agora ninguém da prefeitura veio nos ajudar ou ver o que passamos”, falou um dos vizinhos.

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