Esquecido

Foto: Felipe Rosa.

Após conviver por mais de 20 anos ao lado do aterro de lixo, os moradores do Caximba continuam na luta para melhorar sua condição de vida. Apesar da desativação do lixão, falta segurança, saneamento básico e pavimentação, além do estigma trazido pelo lixão.

As residências do Caximba trazem muito da simplicidade da vida rural, com problemas da vida urbana. A rede de esgoto das casas funciona através das tradicionais fossas. Os portões são rasteiros e a maioria dos vizinhos se conhece. “A vida aqui é boa, mas tudo que existe aqui é graças à própria população. Dependemos da prefeitura para fazer um asfalto, mas apenas temos uma rua pavimentada (a Estrada Delegado Bruno de Almeida), que ainda é cheia de buracos”, conta o advogado Lucas Batista.

Bairro conta com apenas uma rua pavimentada. Foto: Felipe Rosa.
Bairro conta com apenas uma rua pavimentada. Foto: Felipe Rosa.

Essa união entre os moradores já proporcionou até vitórias na Justiça. “Existia uma associação no bairro que não funcionava. Quando foi determinado que o aterro deveria ser fechado, a associação defendia outro ponto do bairro para abrigar um novo aterro”, explica. Os moradores se juntaram para criar a Aliança para o Desenvolvimento Comunitário do Caximba (Adecom). “Cresci neste bairro e lembro: quando estudava, os colegas sempre me apontavam como o garoto que vivia no lixão. Mas aqui é uma região bonita e vale a pena lutar por ela”, diz.

Segundo a Sanepar, não há viabilidade técnica nem financeira para implantar, em curto prazo, um sistema de esgotamento sanitário no Caximba. A solução exigiria obras de grande porte, A empresa faz estudos para resolver a questão.

Caçambas irregulares

Foto: Felipe Rosa.
Caçamba tem auxiliado a ocupação irregular a crescer. Foto: Felipe Rosa.

Ao longo da Estrada Delegado Bruno de Almeida, as casas no estilo rural vão deixando de existir conforme a área de preservação ambiental às margens do Rio Barigui começa. Neste mesmo ponto aparecem também as casas irregulares da invasão do Caximba. O movimento intenso de empresas de caçamba tem auxiliado a ocupação irregular a crescer. A reportagem verificou um movimento intenso de caminhões despejando entulhos de construção civil na invasão. “Não entendo como empresas regulares podem contribuir com uma situação dessas. É muita irresponsabilidade, pois mesmo que o material não polua, as pessoas que vivem ali estão irregulares, e elas com certeza estão poluindo a região, pois aqui não existe saneamento e eles não possuem fossas”, afirma o advogado.

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